sábado, 29 de agosto de 2009

Gacy

Título Original: Gacy
Duração: 88 minutos
Ano: 2003
Atores: Mark Holton, Adam Baldwin, Tom Waldman, Charlie Weber, Allison Lange, Edith Jefferson, Jollen Lutz, Scott Allen henry, Kenneth Swartz
Diretor: Clive Saunders

Sinopse: Baseado em uma história real de um serial killer americano. Modelo de cidadão, marido e pai amoroso e serial killer John Wayne Gacy, um homem que matou mais de 30 homens e rapazes e os sepultou no espaço debaixo de sua casa, que ele compartilhou com sua família.

The Zodiac Killer

Título Original: The Zodiac Killer
Duração: 87 minutos
Ano: 1971
Atores: Hal Reed, Bob Jones, Ray Lynch, Mary Darrington, Tom Pittman, Frank Sanabek, Ed Quigley, Dion Marinkovich, Bertha Dahl, Gloria Gunn
Diretor: Tom Hanson

Sinopse: A área de San Francisco é assolada por uma série de assassinatos aparentemente aleatórios, sem motivo ou padrão. A polícia está sendo insultado por telefonemas e cartas. Poderia ser o maníaco violento um motorista de caminhão, ou o carteiro aparentemente tranquilo e educado, ou até mesmo um policial?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

História John Wayne Gacy

Vídeo do A&E Biography sobre John Wayne Gacy



















terça-feira, 25 de agosto de 2009

John Wayne Gacy

Nome Completo: John Wayne Gacy
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 17 de março de 1942
Local de nascimento: Chicago - EUA
Número de vítimas: 33
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 10 de maio de 1994
Como morreu: Executado por Injeção Letal

História

John Wayne Gacy nasceu em 1942 em Chicago, único filho entre duas irmãs. O pai alcoólatra moldaria seu caráter. Na vida adulta, assumiria várias características dele, tornando-os cada vez mais parecidos.
John Wayne Gacy, o pai, era guiado pelo medo de não ser bom o bastante (deficiência de percepção), sempre achava que os outros eram melhores que ele e o ultrapassavam na carreira profissional. Tinha um profundo desprezo por homossexuais e políticos. Para corrigir sua deficiência de percepção, o pai tinha de ser melhor que todos à sua volta, especialmente melhor que o seu filho.
Para justificar os abusos que Gacy, o pai, cometia contra o filho, sua mãe explicava a ele que o pai tinha um tumor crescendo no cérebro e que, quando se descontrolava, não devia ser enfrentado. Se ficasse muito nervoso, o tumor poderia se romper e causar-lhe a morte. Todas as refeições na casa da família Gacy eram regadas a briga. Após este “delicioso” encontro, o pai descia para o porão, onde se embebedava.
Muito cedo, acusou o filho de ser homossexual e o ridicularizava e diminuía por isso. Gacy filho era punido por qualquer coisa que o pai considerasse um erro. Nada do que fazia parecia suficiente para agradá-lo. Sua relação com a mãe e as irmãs, por outro lado, era bastante forte. A mãe também apanhava do marido, e dividia com o filho as dores e humilhações causadas pelas surras.
Apesar de ter como pai uma pessoa tão desagradável, o filho o amava profundamente e desejava conseguir sua aprovação e devoção a qualquer preço. Jamais conseguiu ter intimidade ou proximidade com ele, problema que o perseguiria por toda a vida e causaria as insônias incuráveis de que sofria.
Este assassino também tinha problemas físicos: aos 11 anos, em conseqüência de uma batida de um balanço na cabeça, originou-se um coágulo que só seria descoberto cinco anos depois. Aos 16 anos, depois de vários desmaios e hospitalizações do que pareciam ser ataques epilépticos, o coágulo foi descoberto e tratado com medicamentos. Jamais os médicos conseguiram convencer o pai de Gacy de que ele desmaiava de verdade, e não apenas fingia para chamar a atenção dos adultos.
Aos 17 anos foi diagnosticado portador de uma desconhecida doença cardíaca, o que causaria várias internações de Gacy durante sua vida, mas as dores que sentia jamais foram explicadas. Nunca sofreu um ataque cardíaco.
Na escola, mantinha relacionamento normal com os amigos, e seus professores gostavam bastante dele. Deixou os estudos depois do ensino médio e viajou para Las Vegas, onde peregrinou por diversos empregos, inclusive de zelador de funerária.
Casou-se em 1964 e teve dois filhos. Entre 1965 e 1967, John W. Gacy era um modelo de cidadão, ao mesmo tempo que colecionava jovens vítimas que adorava punir. Sua esposa e amigos estavam absolutamente despreparados para a prisão de John, em maio de 1968, sob a acusação de coação de um jovem a atos homossexuais espalhando-se por um período de meses. Aquelas acusações ainda estavam pendentes quando Gacy contratou um assassino adolescente para espancar a testemunha do promotor, e mais acusações foram registradas. Conseguindo uma negociação, Gacy confessou-se culpado de sodomia e outras acusações foram desconsideradas. Sentenciado a dez anos na prisão, ele provou ser um prisioneiro modelo e foi liberado em 18 meses.
Divorciado enquanto estava na prisão, tornou a se casar em 1972 e passou a viver em uma vizinhança de classe média do subúrbio de Dês Plaines, onde era popular com seus vizinhos e oferecia festas temáticas elaboradas para os feriados. Por outro lado ele foi ativo como Pogo, o Palhaço, representando com maquiagem completa em festas de crianças e eventos caritativos. Mas apesar da vida social intensa, problemas de interesse sexual pela esposa causaram mais um divórcio em 1976. Sua vida política ia de vento em popa, mas novas acusações por molestar um menor acabaram com seus sonhos de ascensão no Partido Democrata Americano.



Os Fatos

Em 11 de dezembro de 1978, Robert Piest, 15 anos, trabalhava em uma farmácia. Sua mãe tinha ido buscá-lo no horário de saída, mas o garoto pediu que ela aguardasse um pouco, pois antes de ir para casa, conversaria com um empreiteiro que lhe estava oferecendo um emprego. A mãe ficou por ali olhando as prateleiras pacientemente, torcendo pelo esforçado filho que tinha. Pediu que ele não demorasse pois o bolo de seu aniversário o esperava pronto, em casa. O tempo foi passando e Robert não voltava. Depois de sair e entrar na farmácia várias vezes sem conseguir encontrar o filho, a mãe do menino resolveu chamar a polícia.
O tenente Joseph Kozenczak respondeu ao chamado. Depois de ser informado de que o nome do empreiteiro que havia oferecido emprego a Robert era John Wayne Gacy, resolveu ir até a casa dele para verificar. Já fazia três horas que o garoto estava desaparecido.
Quem atendeu à porta foi o próprio empreiteiro. O tenente explicou-lhe sobre o garoto que desaparecera e pediu que o acompanhasse até a delegacia, para prestar depoimento. Gacy disse ao tenente que não podia sair de casa naquele momento, pois havia acontecido uma morte na família e ele precisava atender a algumas ligações telefônicas. Assim que pudesse, iria até lá.
Horas depois, em seu depoimento para o tenente Kozenczak, o empreiteiro John Wayne Gacy disse nada saber sobre o desaparecimento do tal menino, mas assim que o homem saiu da delegacia, o policial resolveu checar o passado dele. Surpreendentemente, sua ficha criminal se encaixava com perfeição no caso.
Quanto mais pesquisava sobre a vida de Gacy, mais espantado o tenente Kozenczak ficava. Tratava-se de homem de grande prestígio na cidade e ninguém parecia saber de seus antecedentes. Era membro do Conselho Católico Inter-Clubes, membro da Defesa Civil de Illinois, capitão-comandante da Defesa Civil de Chicago, membro da Sociedade dos Nomes Santos, eleito homem do ano, Jaycee (Membro da Câmara de Comércio Jovem) e tesoureiro do Partido Democrata. Muitos de seus amigos tinham ouvido boatos sobre sua homossexualidade, mas não deram muita atenção, pois Gacy fora casado duas vezes e tinha um casal de filhos.
Era proprietário de uma empreiteira, PDM Contractors Incorporated, que executava serviços de pintura, decoração e manutenção. Gacy sempre contratava menores de idade, alegando que os custos eram mais baixos.
De posse de todas essas informações, confuso e desconfiado, o tenete Kozenczak obteve um mandado de busca para a casa do suspeito. Ele acreditava que encontraria Robert Piest ali. Encontrou muito mais...
Ao vasculhar a residência do empreiteiro, a polícia se deparou com várias evidências suspeitas:

· Anéis gravados, alguns com iniciais
· Sete filmes eróticos suecos
· Vários comprimidos do sedativo Valium e nitrato de amido
· Fotos coloridas de farmácias
· Livros sobre homossexualidade
· Um par de algemas com chaves
· Uma tábua com dois buracos de cada lado, de uso desconhecido
· Uma pistola
· Emblemas da polícia
· Um pênis de borracha preta
· Seringas hipodérmicas
· Roupas muito pequenas para serem de Gacy
· Um recibo de filme fotográfico da Farmácia Nisson (que depois descobriria ter pertencido a Robert Piest)
· Uma corda de náilon
· Duas licenças de motorista, não no nome de Gacy
· Maconha e papeis para enrolar baseados
· Um canivete
· Uma mancha no tapete
· Um livro de endereços

Três automóveis também foram confiscados. Em um deles, encontraram-se fios de cabelo que, depois de examinados por um laboratório forense, seriam identificados com de Robert Piest.
Durante todo o tempo em que recolhiam essas evidências, os policiais sentiam odores muito fortes, que pareciam vir de baixo da casa. Era provável que se tratasse de esgoto ou água servida, mas não custava verificar. A casa de Gacy foi construída de forma a ter um espaço entre o chão e a laje do piso, onde uma pessoa só conseguiria entrar rastejando. Além do odor, nada chamou a atenção.
John Gacy foi intimado a comparecer à delegacia para explicar os objetos encontrados em sua casa. Convocou seu advogado imediatamente. Foi acusado por porte de maconha e do sedativo Valium, mas a polícia não tinha mais nada contra ele. Tiveram de liberá-lo, mas mantiveram vigilância vinte e quatro horas sobre o suspeito.
Outras novidades começaram a aparecer no caso de John Gacy.
Em março de 1978, Jeffrey Ringall, na época com 27 anos, pegou uma carona num Oldsmobile preto. O motorista, homem grande e pesado, era bastante simpático. No meio do trajeto, sem nenhum aviso de que algo ameaçador estava para acontecer, o homem agarrou-o, colocando sobre seu nariz um pano encharcado com clorofórmio. Ringall perdeu a consciência. Durante o caminho, acordou algumas vezes, mas logo era obrigado a cheirar mais clorofórmio e perdia os sentidos.
No dia seguinte, quando recobrou a consciência, estava completamente vestido embaixo de uma estátua, em pleno Lincoln Park. Não fazia a menor idéia de como tinha ido parar ali. Foi até a casa da namorada, sentindo-se muito mal. Ao tirar a roupa, não puderam acreditar no que viam: lacerações na pele, queimaduras, hematomas. Ringall ficou internado no hospital durante seis dias e sofreu estragos permanentes no fígado causados pelo clorofórmio que inalou em grande quantidade. Ao ser interrogado pela polícia, aquela vítima só se lembrava de que um homem gordo o havia atraído para seu carro, um Oldsmobile preto. Lembrava-se também de ter sido levado a uma casa, onde foi atacado sexualmente e espancado com um chicote, mas não recordava a localização dela. Ficou difícil para a polícia investigar com tão poucos dados.
Já em dezembro do mesmo ano, inconformado com a situação, Ringall jurou encontrar seu abusador. Forçando a memória, lembrou-se de ter visto uma certa avenida no caminho, num dos breves momentos em que esteve consciente dentro do carro. Não teve dúvidas: pegou o próprio carro e estacionou-o na avenida por horas, todos os dias, até ver passar um Oldsmobile preto. Seguiu-o até a casa do motorista, obteve o nome do morador e entrou com uma queixa-crime de ataque sexual contra John Wayne Gacy.
Os exames forenses nos artigos recolhidos como evidência na casa de Gacy também começavam a frutificar. Um dos anéis encontrados pertencia a John Szyc, desaparecido em janeiro de 1977. Teoricamente, ele havia vendido seu carro para o empreiteiro dezoito dias depois de seu desaparecimento. A assinatura no documento do carro era falsa.
Também descobriram, nas investigações, que vários empregados de John Gacy haviam desaparecido:

John Butkovich, 17 anos, empregou-se na PDM Contractors para financiar sua paixão por carros. Dava-se muito bem com Gacy, até que este se recusou a pagar-lhe duas semanas de serviço. Butkovich foi até a casa do empreiteiro para cobrá-lo, acompanhado de dois amigos. Tiveram uma grande briga. O garoto ameaçou seu empregador, dizendo que procuraria as autoridades competentes para contar que ele sonegava imposto. Gacy ficou furioso. Butkovich e seus amigos deixaram a casa, ele deixou cada colega em sua respectiva residência e desapareceu para nunca mais ser visto.
Michael Bonnin, 17 anos, gostava de fazer serviços de carpintaria e sempre se mantinha ocupado fazendo diversos projetos. Em junho de 1976, no caminho para encontrar o irmão de seu padrasto, desapareceu. Estava restaurando um toca-disco automático para John Wayne Gacy.
Billy Carroll Jr., 16 anos, com vários antecedentes criminais menores, passava a maior parte do tempo nas ruas da área residencial da cidade. Fazia dinheiro arrumando encontros entre meninos homossexuais e clientes adultos, por uma pequena comissão. Desapareceu em 13 de junho de 1976. John Wayne Gacy era um de seus clientes.
Gregory Godzik, 17 anos, trabalhava na PDM Contractors e restaurava carros. Em 12 de dezembro de 1976, depois de levar a namorada à casa dela, disse que iria para casa. No dia seguinte a polícia encontrou seu Pontiac abandonado. Nunca mais foi visto.
Robert Gilroy, 18 anos, desapareceu em 15 de setembro de 1977. Seu pai, um sargento da polícia de Chicago, começou a procurá-lo assim que ele não compareceu a um encontro com colegas para andar a cavalo. Sua busca não resultou em nada. Jamais encontrou seu filho.
A polícia também descobriu que o recibo de filme da Farmácia Nisson era de um colega de trabalho de Robert Piest, que havia entregado a ele no dia de seu desaparecimento para que fosse revelado. Resolveram investigar de novo a casa de Gacy, que, pressionado, acabou confessando que matara uma pessoa, mas que o crime fora em legítima defesa. Fez um mapa para os investigadores, assinalando um local na garagem onde havia enterrado o corpo.
Antes de cavarem o local marcado, acompanhados de um legista, este identificou o cheiro terrível e pediu a verificação do espaço embaixo da casa do empreiteiro. Não demoraram para desenterrar três corpos em decomposição, e jamais a polícia imaginou a magnitude do que seria encontrado ali.
Gacy foi o responsável por 33 vítimas de tortura e assassinato. Quando o chão de sua casa foi removido, vários corpos em covas rasas foram encontrados. Para evitar a decomposição, Gacy os cobrira com cal. Acabou fazendo um meticuloso mapa para a polícia, indicando com precisão 27 corpos ali enterrados. Outros dois cadáveres foram encontrados embaixo do chão da garagem. No rio Des Plaines em Illinois também foram encontradas vítimas, pois Gacy explicou a polícia que começou a jogá-las ali por não ter mais local disponível para enterrá-las em sua casa. Também justificou que sofria de constante dor nas costas, que o impedia de cavar tanto.
O corpo de Robert Piest só foi encontrado em 1979, no rio Illinois. Na sua necropsia, ficou comprovado que ele morrera sufocado com toalhas de papel, cujos restos ainda foram encontrados em sua garganta. A família do garoto processou Gacy, o Departamento Condicional do Estado de Iowa, o Departamento Correcional e o Departamento de Polícia de Chicago para obter uma indenização de 85 milhões de dólares por procedimento negligente.
Apesar de todos os esforços e métodos utilizados para a identificação das vítimas, apenas nove corpos foram identificados, de um total de 33 encontrados. Hoje, com a possibilidade de exames de DNA, tudo seria mais fácil.
Gacy atraía as vítimas para sua casa com promessas de emprego em construção civil ou pagamento em troca de sexo. Uma vez ali, eram algemados para a demonstração de um truque: a pessoa não podia mais se soltar!
A maioria de suas vítimas sofria ataque sexual, era torturada e estrangulada com uma corda apertada vagarosamente por intermédio de uma machadinha, no estilo garrote. Gostava de ler passagens bíblicas enquanto fazia isso. Quase todos os garotos morreram entre 15h e 18h. Algumas vezes, Gacy se vestia como seu alter ego, o palhaço Pogo, enquanto torturava suas vítimas. Para abafar os gritos delas, colocava uma meia ou cueca na boca delas. Essa era sua assinatura: todas as suas vítimas tinham as roupas de baixo na boca ou na garganta. Em certas ocasiões, chegou a matar mais de uma vítima no mesmo dia.
Também contou à polícia que guardava o corpo da vítima sob a cama ou no porão antes de enterrá-lo embaixo da casa. Segundo ele, seus crimes eram cometidos por sua outra personalidade, que ele mesmo chamava de Jack Hansen. Este argumento nunca ficou comprovado pelos 13 psiquiatras que testemunharam em seu julgamento.
Em seus depoimentos para a polícia, John Gacy alegou que havia quatro Johns: o empreiteiro, o palhaço, o político e o assassino. Muitas vezes, durante seu depoimento, ao ser questionado sobre algum detalhe dos crimes, ele respondia: “Você tem de perguntar isso a Jack.” Ao terminar o diagrama do local onde estavam enterrados os corpos, embaixo de sua casa, Gacy dramaticamente desfaleceu. Ao acordar, disse que Jack havia feito o diagrama.
Declarou lembrar-se, e de forma incompleta, de apenas cinco dos assassinatos que cometera. Alegava que mesmo essas memórias não pareciam ser dele, e sim de outra pessoa. Ele era apenas uma testemunha. A grande maioria dos assassinos hediondos alega ter múltiplas personalidades, como meio de escapar da pena de morte. Por esta razão, essas alegações são vistas com ceticismo pelos médicos, advogados e policiais.
Nos testes psicológicos a que foi submetido pelo Dr. Thomas Eliseo, ele se negou com veemência a desenhar um corpo humano do pescoço para baixo, como se fosse algo ruim ou de que devesse se manter longe.
Quando examinado pelo Dr. Robert Traisman, Gacy foi mais cooperativo e desenhou o corpo todo. Em sua análise, achou significativo o fato de o paciente desenhar a mão esquerda cheia de detalhes e a mão direita muito pequena, coberta com uma luva. Sua explicação para isso no tribunal foi que o lado direito era seu lado masculino, enquanto o esquerdo simbolizava o feminino. Interpretou esse desequilíbrio como se Gacy tivesse dificuldade na sua identidade sexual. Ao desenhar uma figura feminina para o mesmo psicólogo, esta foi considerada “maciça, com aparência masculina e braços de jogador de futebol americano.” A figura feminina usava um cinto de duas voltas, as pontas caindo sobre sua área genital, o que o Dr. Traisman considerou “um óbvio símbolo fálico, sugerindo forte ansiedade sexual.”
Quando solicitado a desenhar qualquer coisa de sua escolha, Gacy desenhou sua própria casa, com os tijolos detalhados em excesso, tudo reproduzido fielmente. Para o Dr. Traisman, isto refletia uma “tremenda compulsão e perfeccionismo.”
Todos os sete psiquiatras que examinaram Gacy para seu julgamento concordaram que ele era inconsistente e contraditório, mas nenhum deles o diagnosticou como portador de múltiplas personalidades. Nenhum deles achou que ele era incapaz para ser julgado.
O Dr. Lawrence Freedman diagnosticou-o um pseudoneurótico esquizofrênico paranóico. Disse que Gacy era um homem que não tinha certeza de quem era, e de tempos em tempos manifestava diferentes aspectos de sua personalidade.
O Dr. Richard Rapport o descreveu como portador de uma personalidade fronteiriça e que, invariavelmente, tudo o que dizia apresentava dois lados.
O Dr. Eugene Gauron diagnosticou Gacy como um sociopata.
O Dr. Robert Reifman o considerou narcisista e mentiroso patológico.
O julgamento de John Wayne Gacy teve início em 6 de fevereiro de 1980 em Chicago, Illionois.
Mais uma vez num caso envolvendo crime em série a defesa do assassino alegou insanidade e a acusação, sanidade, maldade e premeditação.
A acusação iniciou os trabalhos, por intermédio do promotor Robert Egan. Foram ouvidas 60 testemunhas sobre sua sanidade mental. Muitos psiquiatras também testemunharam sobre a sanidade réu durante os ataques mortais. Todos concluíram que ele estava na total posse de suas faculdades mentais quando de seus atos, e que saiba muito bem diferenciar o certo do errado.
A primeira testemunha de defesa, composta pelos advogados Motta e Amirante, chamada para depor, para surpresa de todas, foi Jeffrey Ringall. Esperava-se que ele fosse testemunha da acusação, e não da defesa. Seu testemunho foi curto. A acusação queria que ele dissese ao júri que achava que Gacy não tinha o menor controle sobre suas próprias ações. Enquanto contava os detalhes do ataque sexual e tortura que sofrera, Ringall começou a vomitar de modo incessante e a chorar, descontrolado. Seu depoimento foi interrompido, ele não tinha condições emocionais de continuar.
Para provar a insanidade de Gacy, seus advogados chamaram amigos e família para depor. Sua mãe contou como ele havia sofrido abusos físicos e verbais do pai. Suas irmãs disseram ter presenciado as inúmeras vezes em que foi abusado e humilhado. Outros que testemunharam em sua defesa contaram ao júri como ele era generoso e bom, ajudava os necessitados e sempre tinha um sorriso para todos. Alguns depoimentos acabaram atrapalhando a defesa de Gacy, pois seus amigos se negaram a declarar que o achavam insano, e sim homem dotado de uma inteligência brilhante.
Outros psiquiatras foram chamados para dar seu próprio diagnostico. Todos declararam que Gacy era esquizofrênico e sofria de múltiplas personalidades e comportamento anti-social. Declararam que sua doença mental o impedia de perceber a magnitude de seus crimes.
Demorou apenas duas horas de deliberação para que o júri decidisse em quem acreditar: John Wayne Gacy foi considerado culpado da morte de 33 jovens e recebeu pena de morte por injeção letal.
Foi mandado para o Menard Correctional Center, em Chester, Illinois, onde, depois de anos de apelações, foi executado.



Os anos na prisão




Durante os catorze anos em que ficou preso, Gacy teve a mesma rotina: acordava às 7h, esfregava o chão de sua cela de 1,80 por 2,5 metros, olhava sua correspondência volumosa e trabalhava em suas pinturas. Ao ir para a cama, às 3h da madrugada, já tinha anotado cada ligação telefônica, visitantes (mais de 400) e cartas recebidas (27 mil), assim como cada pedaço de comida que ingerira. Estas anotações haviam se tornado uma obsessão.
Na prisão dedicou-se em demasia à pintura artística. Seu tema principal eram palhaços, e muitas pessoas pagaram caro para obter algumas de suas telas. Seus quadros foram exibidos em galerias por toda a nação americana. Gacy pintou vários auto-retratos, palhaços, Jesus e Hitler, chegando a vender cada tela de 100 dólares até 20 mil dólares. Pintava também artistas pop, como Elvis Presley, e personagens Disney, como Roger Rabbit e Branca de Neve e os Sete Anões. Criminosos notórios também foram retratados, como Charles Manson, Al Capone e John Dillinger. Chegou a ganhar perto de 140 mil dólares com sua arte macabra. Ficou tão conhecido que foi habilitado a instalar um número de telefone 0900, onde podiam ouvir mensagens gravadas com sua voz clamando por sua inocência, pagando-se 1,99 dólar o minuto. Acredite, muitas pessoas ligavam para ouvir essas mensagens e pagavam por esse serviço.
Com o decorrer dos anos, aguardando as apelações que seus advogados faziam, Gacy divorciou-se, fez psicoterapia, tentou suicídio e se tornou alcoólatra.

Morte

No seu último dia de vida, 10 de maio de 1994, Gacy recebeu a vista de sua família e seus amigos na Penitenciária Stateville em Joliet, Illinois.
A última refeição, escolhida por ele, foi frango frito (Kentucky Fried Chicken), camarão frito, batatas fritas e morangos frescos.
Às 21 h, foi pedido que todos os familiares e amigos se retirassem, mas Gacy poderia ficar até às 23h em companhia de um ministro religioso, se assim fosse sua vontade.
Nesse horário foram iniciados os preparativos finais. Foi oferecido a Gacy um sedativo. Exatamente a 00h01 ele foi retirado de sua cela, amarrado a uma maca e recebeu uma solução salínica intravenosa no braço. Foi dada a ele, então, a chance de pronunciar suas últimas palavras, que foram:
- Kiss my ass! (Beije minha bunda!)
A identidade dos executores sempre é mantida em sigilo, e é um trabalho voluntário. Todas as testemunhas da execução, através de uma janela, observam ser ministrada no condenado uma primeira dose de solução salínica, seguida por outra de sódio tiopental, um anestésico que o faria dormir pela última vez.
Em seguida, o brometo de pancuronium começou a entrar nas veias, para que seu aparelho respiratório fosse paralisado. Na seqüência, o cloreto de potássio pararia seu coração. O processo todo não deveria demorar mais que cinco minutos...
John Wayne Gacy levou dezoito minutos para morrer. O tubo por onde o soro estava sendo ministrado entupiu. Gacy bufou. Tão logo isso aconteceu, os atendentes da câmara da morte fecharam as cortinas em volta dele e começaram a lutar para desentupir o tubo. Trocaram por outro. Os olhos do prisioneiro se abriram pela última vez.
Finalmente, as duas últimas drogas encontraram caminho livre para dentro do corpo de Gacy. O monstro estava morto...
Se pudesse ter assistido ao que se passava do lado de fora, o palhaço Pogo teria adorado o circo que se instalou ali. Todas as redes de radio e televisão estavam no local, alem de espectadores em geral. Quanto mais o relógio se aproximava da meia-noite, mais o povo ali presente cantava, brindava e se comportava como se estivesse num show de rock. Pouquíssimas pessoas estavam ali para protestar contra a pena de morte.
Adolescentes vestiam camisetas com inscrições criativas, como “meus pais vieram à execução de Gacy e tudo o que consegui foi esta estúpida camiseta.”, ou “Nenhuma lágrima para o palhaço.”
Minutos depois da meia-noite, todos começaram a brindar e cantar mais alto. Garotas subiam nos ombros dos namorados, segurando lanternas.
Nada disso diminuiu a tristeza dos pais que perderam os filhos para sempre... Morria, nessa data, o misterioso assassino que se escondia atrás da máscara de um palhaço. Morria ali um louco com uma mortal necessidade de jovens vítimas, e com ele o segredo da identidade de várias delas.
Em 1998, vinte anos após os crimes de Gacy, novas buscas foram feitas num local perto de onde a mãe dele morava. Vários investigadores acreditam que Gacy matou muito mais gente do que o número de corpos encontrados, porém nenhum corpo além dos 33 anteriores jamais apareceu.

domingo, 23 de agosto de 2009

Passamos de 200 visitas

Muito Obrigado pelas visitas!!!





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sábado, 22 de agosto de 2009

Vídeo Ed Gein

Vídeo do programa Caso Abierto: criminales de la história sobre Ed Gein



sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Bathóry

Título Original: Bathory
Duração: 138 minutos
Ano: 2008
Atores: Anna Friel, Karel Roden, Vincent Regan, Hans Matheson, Deana Horváthová, Franco Nero, Anthony Byrne, Jiri Mádl, Monika Hilmerová
Diretor: Juraj Jakubisko

Sinopse: Bathory é baseado em lendas que cercam a vida e obra da Condessa Elizabeth Bathory conhecida como a maior homicida da história da humanidade. Ao contrário da crença popular, Elizabeth Bathory foi uma mulher moderna que, no final da Renascença foi vítima de homens que aspiravam poder e riqueza.

Ed Gein - O açougueiro de Plainfield

Título Original: Ed Gein - The Butcher of Plainfield
Duração: 90 minutos
Ano: 2007
Atores: Kane Hodder, Adrienne Frantz, Michael Berryman, Priscilla Barnes, Shawn Hoffman, Timothy Oman, Caia Coley, John Burke
Diretor: Michael Feifer

Sinopse: Inspirado na história verídica de um dos assassinos mais terríveis da história americana. Agora, anos depois de "inspirar" Norman Bates de Psicose, Buffalo Bill de o Silêncio dos Inocentes e Leatherface do Massacre da Serra Elétrica, a história da vida real do assassino em série Ed Gein é contada uma vez. Apelidado de "The Butcher Of Plainfield," Gein foi responsável por uma onda de assassinatos sangrentos que enviou ondas de choque através de sua cidade rural de Wisconsin, e em toda a América, no final de 1950. Prepare-se para entrar na mente má e no mundo estranho do açougueiro de Plainfield.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Vídeo Elizabeth Báthory

Mais um vídeo do programa caso abierto: criminales de la história, esse sobre a condessa sangrenta.



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dias de Ira

Descrição: O livro. Entre o final de 1986 e meados de 1989, uma onda de misteriosos e brutais assassinatos de homossexuais masculinos chamou a atenção da mídia. O principal suspeito, o michê Fortunato Botton Neto, foi preso em agosto de 1989 e confessou ser um matador de homossexuais. Em encontros com jornalistas, os delegados encarregados da investigação atribuíram a Botton a autoria de 13 homicídios. E foi assim que ele passou a ser conhecido ? como um típico serial killer, frio, cruel e incontrolável em seu desejo e prazer de matar. O jornalista Roldão Arruda reconstituiu cada um dos crimes imputados a Botton, também conhecido como Maníaco do Trianon. Narrando com uma desenvoltura que prende o leitor, Roldão fundamentou-se nos inquéritos da polícia, nos processos judiciais e em bibliografia especializada, além de depoimentos, para investigar até que ponto as suspeitas da polícia, aceitas pela mídia, se sustentam nas evidências ou indícios que restaram daqueles assassinatos. Descendo à minúcia dos detalhes dos homicídios, das circunstâncias históricas de cada um deles e da vida dos principais implicados, a conclusão do jornalista aponta para outra direção, igualmente chocante: a pressa em erigir Botton como uma "estrela do mal", o hediondo serial killer que finalmente responderia aos clamores da opinião pública exigindo uma solução para a série de homicídios perpetrados contra gays, encobre a disseminação do preconceito e da agressão contra esse gênero de opção sexual no Brasil. É já quase no final do livro que o jornalista explicita sua hipótese para esclarecer os diversos crimes. Depois de revelar que nos processos judiciais, não acompanhados pela imprensa, Botton foi inocentado na maioria dos crimes atribuídos a ele, o autor conclui que aquela série de homicídios não era um ato isolado de um criminoso desequilibrado, mas um fenômeno social.

Editora: Globo
Autor: Roldão Arruda
ISBN: 8525033715
Ano: 2001
Número de páginas: 312
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

sábado, 15 de agosto de 2009

Zodíaco

Sexo: Masculino
Número de vítimas: 5+

Este é um dos mais famosos serial killers dos Estados Unidos. Agiu durante anos na Califórnia, impunemente, escreveu cartas para jornais, desafiou e provocou a polícia. Nunca foi identificado.
Sobre o assunto, diversos livros foram escritos, documentários foram feitos, websites foram criados. Quase trinta anos depois, em alguns dos assassinatos ligados a ele, investigações ainda estão sendo feitas. É um dos maiores mistérios da história dos crimes americanos.
Alguns escritores chegaram a sugerir que o Zodíaco poderia estar ligado a Charles Manson ou a Unabomber, outros dois casos famosos americanos, mas nunca se chegou a uma conclusão definitiva.

Os Fatos

Em 30 de outubro de 1966, Cheri Jo Bates, 18 anos, decidiu ir até a biblioteca da Riverside City College, Califórnia, estudar. Um pouco depois das 16h30, deixou um bilhete para o pai, pregado na geladeira, dizendo onde estaria.
Às 17h, Joseph Bates, pai de Cheri Jo, chegou em casa e não viu o carro da filha, um fusca. Entrou na residência, encontrou o bilhete e não se preocupou mais.
Cheri Jo permaneceu na biblioteca por horas. Enquanto estudava, alguém abriu o capô de seu carro e retirou a bobina do distribuidor e condensador. O distribuidor foi desconectado. Às 21h, a garota decidiu que já era hora de voltar para casa. Quando tentou ligar seu carro... Nada. Tentou mais uma vez... Nada. Já de noite, sem ter a quem recorrer, não sabia o que fazer, quando um gentil homem lhe ofereceu carona até a sua residência. Ela aceitou. Caminhavam em direção ao automóvel do homem quando ele de repente a agarrou, tapou sua boca e colocou uma faca em sua garganta. Desesperada, a menina tentava gritar e fugir, atacando seu agressor como podia, arranhando seu rosto.
Nos depoimentos posteriores, a polícia saberia que dois gritos horrendos foram ouvidos: o primeiro às 22h15, o segundo às 22h45. Não se sabe o que aconteceu nesse intervalo de tempo, mas o resultado foi que o criminoso cortou a jugular de Cheri Jo e deu outras três facadas em sua garganta, aniquilando suas cordas vocais. A menina foi praticamente decapitada, depois de esfaqueada 42 vezes, mas o assassino ainda não estava satisfeito. Deitou-a no chão e deixou sua lâmina enterrada no ombro da vítima. No ataque perdeu seu relógio Timex, que marcava 12h23. A origem do relógio foi rastreada até um posto militar, na Inglaterra.
Dias depois, a polícia recebeu uma carta de confissão anônima, escrita a máquina. Não conseguiram identificar quem a teria escrito.
Seis meses depois, o Riverside Press Enterprise publicou um artigo sobre o caso. No dia seguinte à publicação, a polícia, Joseph Bates e o jornal receberam novas cartas do suposto assassino.
Anos depois se faria a correlação desse caso com os do criminoso que chamou a si mesmo de Zodíaco, quando a polícia de Riverside notou similaridades com o caso de assassinato em Napa, acontecido posteriormente. Até os dias de hoje existem dúvidas sobre a autoria do assassinato, muitos não acreditam que tenha sido o Zodíaco.
Em 20 de dezembro de 1968, mais de dois anos já haviam passado desde o assassinato de Cheri Jo Bates. Nunca ninguém mais ouvira falar do caso.
Nessa noite de lua cheia, David Arthur Faraday, 17 anos, estudante do Vallejo High School, marcou um encontro com Betty Lou Jensen, 16 anos, estudante do Hogan High School. David pegou Betty em casa às 20h20, disseram aos pais dela que iriam a um concerto e prometeram voltar até as 23h. Em vez do concerto, foram de carro para um local chamado Lover’s Lane, conhecido ponto de namoro da região, nas proximidades do lago Herman.
Semanas antes, Betty tinha tido a sensação de que estava sendo seguida e observada por alguém na escola. Por mais de uma vez, sua mãe encontrou aberto o portão do jardim que dava para a janela da menina. Estranho, mas nada que alarmasse demais a família.
Os namorados, ao chegarem ao Lover’s Lane, travaram as portas e reclinaram os bancos. Um passante viu os dois adolescentes ali, enquanto Betty Lou recostava sua cabeça no ombro de David. Segundo essa testemunha, estava bastante escuro, apesar da lua cheia. Outras duas testemunhas, caçadores de racum, diriam ter visto o que pareceu ser uma Valiant azul seguindo o carro de David.
Perto das 23h, quando o casal já se preparava para ir embora, outro carro apareceu no local e estacionou perto deles. Um homem corpulento desceu e chegou a ser visto por outro motorista que passava por ali. Parou ao lado da janela de Betty Lou e ordenou que o casal saísse do veiculo. Mas, como estavam com as portas travadas, se negaram achando que estavam seguros. Diante da recusa, o desconhecido sacou uma arma da jaqueta, foi até a janela de trás e atirou no vidro, que explodiu. Rodeou o carro até a outra janela traseira e também a estourou.
Betty Lou, apavorada, abriu a porta e começou a descer. David não teve tempo para isso. Antes que pudesse sair, o estranho encostou a arma atrás de seu ouvido esquerdo e atirou. A bala atravessou a cabeça de David horizontalmente, arrancando parte dela.
Gritando, fora de controle, Betty Lou saiu correndo. O homem seguiu em seu encalço, atirando cinco vezes nas suas costas. Ela tombou a nove metros do carro em que estava.
David continuava vivo e sangrando em profusão. O assassino virou-lhe as costas, entrou em seu carro e foi embora.
Minutos depois, Stella Borges, uma senhora que passava por ali de carro, chamou a radio patrulha. Betty Lou já estava morta, mas David chegou ainda com vida à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Vallejo, apesar de não ter resistido aos ferimentos e falecido logo depois.
Os projéteis que mataram Betty Lou e David saíram de pistola semi-automática calibre .22.
Darlene Ferrin conhecia tanto David como Betty Lou. Tinha 22 anos, era casada e mãe de uma menininha, Dena. Karen, a babá que Darlene contratava com certa freqüência, notou em 27 de fevereiro de 1969 quando um carro branco estacionou do lado de fora da casa. Ela comentou o fato com Darlene, que pareceu não dar maior importância a ele e continuou a se arrumar para sair. Karen descreveria depois o homem sentado ao volante: grande, cara redonda e cabelo castanho cacheado. Darlene chegou a comentar com a babá que “ele devia estar observando-a novamente.” Disse que, pelo que sabia, “ele” estava fora do Estado e não queria que ninguém soubesse do assassinato que ela testemunhou. Darlene chegou a dizer o nome do homem, algo como Peter ou Paul, mas Karen não deu atenção.
Algum tempo antes, pacotes haviam sido enviados à casa de Darlene. Pam Huckaby, sua irmã, ao receber um dos pacotes, reconheceu o entregador como “aquele homem que ficava sentado em seu carro branco, em frente a casa de Darlene.” O homem, que usava óculos, avisou-a para não abrir o pacote. Na época, especulou-se se os pacotes estavam sendo enviados pelo ex-marido de Pam, Jim, que vivia no México e possuía uma arma calibre .22.
Darlene chegou a avisar as amigas para que não chegassem perto do homem do carro branco que ficava estacionado em frente à sua casa. Obviamente, ela não gostava da situação, mas não tinha coragem de pedir que ele saísse dali.
Em 4 de julho daquele ano, Darlene saiu de casa para ir buscar seu amigo Michael Mageau, 19 anos. Os dois tinham combinado de ir ao cinema em San Francisco. Perceberam que estavam sendo seguidos e, assustada, a moça começou a dirigir cada vez mais rápido, tentando pegar estradas vicinais para despistar seu perseguidor. De repente, estavam na Columbus Parkway, na mesma direção da estrada do lago Herman.
Darlene parecia conhecer quem a perseguia. Sem aviso, o carro atrás do casal diminuiu a velocidade e sumiu, mas o alívio durou pouco... Cinco minutos depois foram abalroados horizontalmente e ficaram impossibilitados de fugir. As luzes do outro carro cegavam os dois, mas mesmo assim Mageau pode ver que um homem carregando uma lanterna vinha na direção dos dois. A janela do seu lado estava aberta, e ele ouviu tiros serem disparados. Sentiu um calor estranho tomar conta de todo seu corpo e se deu conta de que a vítima era ele. Perplexo, ainda ouvindo disparos, viu Darlene tombar sobre o volante. Ela havia sido alvejada cinco vezes, além de ter sido atingida por alguns projéteis que saíram do corpo de Mageau.
Enquanto o assassino voltava para seu carro, Mageau pode ver seu rosto, mas ao ouvir seus gritos de dor o homem voltou e atirou mais duas vezes.
Dessa vez, apesar da dor insuportável, Mageau fingiu-se de morto. Percebeu que não conseguia mais gritar pois uma das balas atingira sua mandíbula e perfurara sua língua. Darlene ainda gemia no banco da frente quando ele, com muita dificuldade, conseguiu descer do veículo para tentar encontrar socorro. Para sua sorte, três adolescentes que procuravam um amigo notaram o automóvel estacionado no meio da estrada e viram a vítima caída no chão. Sem hesitar, desceram para socorrê-lo. Quando se deram de que a situação era grave, foram até uma casa próxima e avisaram a polícia.
O policial Richard Hoffman e o sargento Conway já estavam no local quando a ambulância chegou. Darlene foi pronunciada morta às 00h38. À 00h40, o Departamento de Polícia de Vallejo recebeu uma ligação telefônica. Uma voz calma, do outro lado da linha, reportou o duplo homicídio, deu a localização dos corpos e a descrição do carro de Darlene ferrin. Disse ainda que ambas as vítimas tinham sido alvejadas com uma Luger 9mm, identificando a arma com precisão, e alegou ser a mesma arma que havia matado Faraday e Jensen no ano anterior. Com um tom de voz mais profundo, disse adeus e desligou. Para desespero da polícia, descobriu-se que a ligação fora feita de um telefone público que ficava do lado de fora do escritório do xerife de Vallejo.
Michael Mageau foi operado e sobreviveu. Depois de curado, deu tantas versões do ocorrido para a polícia e escondeu-se com tanta rapidez que a única conclusão possível é que estava apavorado demais com a possibilidade do assassino voltar e tirar sua vida. Descreveu o carro de seu agressor como sendo marrom, provavelmente um Corvair.
Em 27 de setembro de 1969 Cecília Shepard e Bryan Hartnell combinaram um programa juntos. Eram amigos havia muito tempo e planejaram um piquenique nas margens do lago Berryessa. Estavam conversando e comendo quando um carro parou ao lado do Karmann-Ghia de Bryan e seu ocupante começou a observar o casal.
Cecília notou o estranho, mas ele logo desapareceu entre as árvores. Momentos depois, ela tornou a vê-lo. De novo, ele sumiu. Quando apareceu outra vez, vestia um capuz preto em forma de saco sobre a cabeça, como se fosse um executor. A frente do capuz pendia até a cintura, e no peito estava desenhado um símbolo do zodíaco. Ele usava óculos escuros sobre o capuz, e do lado direito de sua cintura pendia um facão de pelo menos 30 centímetros de comprimento. Do lado esquerdo, o coldre estava vazio. Ela ergueu os olhos e percebeu uma arma em sua mão.
O homem falou para Bryan que era um condenado fugitivo e exigiu dinheiro e as chaves do carro. Foi atendido de imediato. Ele então deu uma corda a Cecília para que ela amarasse Bryan, o que foi feito com nós bem largos, para que talvez ele tentasse escapar, mas o criminoso percebeu e resolveu ele mesmo amarrar Cecília e apertar os nós que continham Bryan. Ameaçou o casal, dizendo que teria de esfaqueá-los. Bryan disse ao criminoso que não suportaria ver Cecília ser esfaqueada, que preferia ser a primeira vítima. O assassino respondeu que era justamente o que pretendia fazer e, apesar das súplicas desesperadas do rapaz, ajoelhou-se e o esfaqueou seis vezes nas costas. Enquanto ele gemia com uma dor lacinante, o estranho esfaqueou Cecília dez vezes, cinco nas costas e cinco na frente, atingindo seu seio, seu abdome, sua virilha.
Ao ir embora o criminoso fez questão de por as chaves do carro de Bryan e o dinheiro em cima da toalha de piquenique, deixando claro que não se tratava de um assalto, e sim de uma execução. Antes de sair de cena, ainda deu uma paradinha no Karmann-Ghia e, com uma caneta hidrográfica, escreveu na porta:
“Vallejo
12-10-68
7-4-69
Sept 27-69-6:30
by knife.”


Assim que o criminoso partiu, as vítimas começaram a gritar. A moça conseguiu desamarrar-se e libertou o amigo. Da praia, um pescador chinês ouviu os gritos e chamou a polícia, que encontrou Bryan distante 270 metros da estrada. Ele perdia sangue sem parar, mas mesmo muito ferido indicou onde estava Cecília.
Às 19h13 foi reportado ao escritório do xerife de Napa o duplo esfaqueamento. Às 19h40, um homem não identificado telefonou para o departamento de polícia e reportou o que seria um duplo homicídio, informando a localização dos corpos. Ao ser perguntado sobre sua identidade, respondeu:
- Eu sou aquele que fez isso!
Cecília Shepard morreu em 28 de setembro, devido aos diversos ferimentos a faca. Bryan Hartnell sobreviveu. Hoje em dia, é advogado no sul da Califórnia.
A polícia descobriu uma pegada perto do carro de Bryan. O tamanho era 10 ½, o equivalente ao nº 41. O tipo de sola do calçado parecia ser o equivalente a uma bota do tipo “Wing Walker”, de uso exclusivo de militares.
No dia 11 de outubro de 1969, o motorista de táxi Paul Lee Stine não estava ainda nem perto de encerrar seu dia de trabalho quando atendeu ao homem que entrou em seu táxi e seguiu viagem até o endereço solicitado. Ao parar o táxi no local indicado, alguém passeava com seu cachorro em frente ao veículo. O silencioso passageiro então mudou de idéia e pediu ao motorista que andasse mais um quarteirão. Assim que estacionou, Paul Stine foi agarrado por trás, com o braço esquerdo de seu passageiro envolvendo com força sua garganta. Sentiu o cano de uma arma no ouvido direito, e começou a lutar pela vida. Não teve tempo nem de pensar sobre o que estava acontecendo, o tiro que estourou seus miolos. A arma utilizada foi uma semi-automática 9mm.
O passageiro saiu do táxi, abriu a porta da frente e sentou-se no banco vazio ao lado de Stine. Pegou a carteira do motorista, cortou um pedaço da camiseta ensangüentada e com ela limpou toda e qualquer digital que pudesse ter deixado ali, levando um pedaço da roupa de sua vítima com ele. O sangue de Stine estava espalhado por toda parte. Sem se impressionar, o criminoso saiu do veículo e desceu a rua a pé, sem se dar conta de que havia sido visto por uma garota de 14 anos que estava numa janela do outro lado da rua.
Às 21h58 a polícia foi chamada pelo pessoal da casa em que a testemunha estava. Não tinham escutado nenhum tiro, mas a cena assistida por ela era impar. O homem que fez a ligação disse que o suspeito que saíra do táxi era um homem negro adulto, mas sua visão fora prejudicada pela pouca luminosidade daquele trecho da rua.
Os policiais se dirigiram para o local. Ao pedirem informações para um senhor que passava por ali, ele relatou ter visto um homem carregando uma arma, correndo em direção ao leste de Washington. A polícia saiu correndo atrás da pista, sem perceber que, provavelmente, o gentil informante era o criminoso que procuravam. Paul Lee Stine foi declarado morto às 22h30.
No dia 22 de março de 1970, noite de lua cheia, Kathleen Johns e seu bebê de 10 meses de idade estavam na Estrada 132, indo para a cidade de Petaluma, Califórnia. O gentil motorista de uma Station Wagon Chevrolet 1957 cor marrom e branca, ao ultrapassá-la, fez sinal de que o pneu estava com problemas. Kathleen deu seta e parou no acostamento. O homem parou para ajudá-la, “graças a Deus.”
Verificou o pneu, pareceu arrumá-lo e os dois veículos seguiram viagem. Minutos depois o pneu do carro da jovem mãe literalmente voou para fora, fazendo-a parar de forma abrupta. O motorista do Chevrolet parou também, oferecendo carona para a senhora e seu bebê. Sem alternativa, Kathleen aceitou.
Depois de alguns quilômetros do que parecia ser uma viagem tranqüila, o estranho, sem aviso prévio, pegou uma estrada deserta. Avisou à mulher que mataria ela e seu bebê. Com o veículo em movimento, arrancou a criança do colo da mãe e tentou arremessá-la para fora. A luta pela vida começou, e ao mesmo tempo que tentava salvar seu bebê e a si mesma, Kathleen observava todos os detalhes que poderiam vir a ser úteis, caso escapasse daquele inferno. O homem era bem arrumado, calçava botas militares bem engraxadas e vestia uma capa de náilon azul e preta. Usava também uma calça de lã preta boca-de-sino, como era moda, além de óculos de armação fina e preta, do tipo tartaruga, presa por um elástico por trás da cabeça. O cabelo dele era castanho e cortado em estilo “escovinha”, com uma risca bem marcada. Seu nariz era médio e seu queixo marcado, tinha compleição física média e pesava algo entre 75 e 80 quilos.
De repente, o carro deu um solavanco e diminuiu de velocidade. Era a chance que Kathleen estava esperando, pulou para fora do carro com seu bebê nos braços. Correndo, atravessou uma vinicultura como pode, tropeçando, sem ar e sem emitir som algum. O agressor a seguiu com uma lanterna na mão, mas não conseguiu alcançá-la. Por sorte, um caminhão parou na estrada e o motorista desceu para ver o que estava acontecendo. Ao deparar-se com a desesperada mulher tentou socorrê-la, mas, por mais que insistisse para que entrasse em seu veículo, ela não saía do lugar. O homem que perseguia Kathleen entrou em seu carro e partiu em alta velocidade. O motorista do caminhão, penalizado com a situação da moça, esperou pacientemente até que um veículo com uma mulher na direção parasse ali e prestasse socorro. Ela levou Kathleen até a delegacia mais próxima.
Para os policiais, Kathleen contou sua história em detalhes. Pendurado atrás do policial que tomava seu depoimento estava o retrato falado do homem que tinha assassinado o taxista Paul Stine, no ano anterior. Quando viu o desenho, a jovem mãe começou a gritar em total descontrole. Era o mesmo homem que a atacara na estrada! O retrato falado era do assassino agora chamado Zodíaco.
A polícia viu ali uma grande oportunidade de encontrar novas pistas. Acompanhou a moça até seu carro na intenção de encontrarem digitais, mãos ao chegarem ao local, viram que o veículo fora queimado por dentro.
Nunca ficou provado que Kathleen foi raptada pelo Zodíaco, apesar de ele fazer referência ao caso e assumir a responsabilidade sobre ele em uma de suas cartas.

As cartas do Zodíaco


Durante os anos em que agiu, o Zodíaco manteve contato, através de 21 cartas e postais, com o Departamento de Polícia de Riverside, Joseph Bates (pai de Cheri Jo), com os jornais Riverside Press-Enterprise, San Francisco Chronicle (que parecia ser seu preferido), San Francisco Examiner, Vallejo Times-Herald e Los Angeles Times, com o advogado Melvin Belli e o editor Paul Avery. Suas cartas sempre tinham um tom de zombaria e provocação.
Sabe-se que se tratava de um homem inteligente e brilhante. Seu prazer era observar as investigações andarem em círculos, sem nunca chegar a lugar nenhum.
Suas cartas eram verdadeiras obras de arte. Usava símbolos e códigos criptografados, e sua escrita era precisa e descritiva. Era comum iniciá-las escrevendo com letra cursiva, que sempre variava o estilo, provavelmente copiadas de outros tipos de caligrafia.
Em algumas de suas cartas, parecia ser uma pessoa com pouca instrução, cometendo erros gramaticais e ortográficos infantis. Isso contradizia os sofisticadíssimos códigos e símbolos que utilizava e que se referiam à astrologia e aos signos, e por isso foi chamado de Zodíaco.
A primeira carta recebida pelo jornal San Francisco Chronicle estava duplamente selada para que chegasse mais rápido, o que depois se constataria ser um hábito do Zodíaco. Tratava-se de um criptograma impresso, composto de símbolos, e estava endereçada ao editor, reclamando a responsabilidade sobre os assassinatos de David Faraday, Betty Lou Jensen e Darlene Ferrin. Na carta, constavam alguns detalhes do crime que só o assassino poderia saber.
Assassinato de Betty Lou e David: 10 tiros detonados, corpo do garoto atrás do carro, garota caída do lado direito, pés apontados para oeste.
Assassinato de 4 de julho: garota vestindo calça comprida, garoto também foi atingido no joelho.
O assassino assinou a carta com um círculo cruzado, como aquele desenhado na roupa do atacante de Cecília e Bryan.
O criptograma tinha sido postado em julho de 1969, e o Zodíaco afirmava que sua identidade estava ali, para quem o desvendasse. Ordenou que sua carta fosse publicada na edição de 1º de agosto de 1969, caso contrário faria uma matança de grande proporção. O jornal concordou e publicou.
Um professor da cidade de Salinas, harden, trabalhou em conjunto com a esposa por vários dias, tentando decifrar o criptograma. Ele era criptógrafo amador e disse ter decifrado o código. O nome do assassino não estava ali. O texto dizia: “Eu gosto de matar pessoas porque é muito divertido...”
Para construir os criptogramas, o Zodíaco utilizava dois livros fáceis de serem encontrados em qualquer biblioteca: Codes and Ciphers, de John Laffin, e o Zodiac Alphabet.
A polícia então exigiu que o suposto assassino desse detalhes dos crimes somente conhecidos por ele, pois não queria perder tempo com um louco que estivesse fazendo se passar pelo Zodíaco. A resposta veio numa carta de três páginas, que começava assim: “Prezado Editor, aqui é o Zodíaco falando...” Era a primeira vez que ele próprio se chamava pelo apelido, que permanece até hoje. O homem deu detalhes que eram desconhecidos do público em geral.
Em 14 de outubro de 1969, o Zodíaco enviou sua quinta carta, postada em San Francisco. No remetente estava desenhado o círculo cruzado. Nessa, ameaçava explodir um ônibus escolar com uma bomba química, alem de conter um retalho de roupa, que logo foi identificado como sendo da camisa do taxista Paul Stine. Se a sua intenção era amedrontar a população, conseguiu.
A polícia ainda tentou usar ninhydrina, um pó utilizado para detectar a presença de vários aminoácidos, permitindo a definição de impressões digitais, mas nada foi encontrado. Nenhuma impressão digital, suor ou aminoácido. Nada. As cartas foram levadas para especialistas, na tentativa de conseguir alguma pista.
Em 22 de outubro de 1969, o Departamento de Polícia de Oakland recebeu uma ligação telefônica anônima. Nela, uma voz de homem se identificou como o Zodíaco e exigiu que fosse conseguido um contato telefônico entre ele e F. Lee Bailey ou Melvin Belli, renomado advogado. Ele queria ser ouvido no programa de entrevistas, o que conseguiu. Em duas horas, Belli estava aguardando ao vivo a conversa com o criminoso, que aconteceu às 19h20. Ao todo, foram feitas 35 ligações. Nelas, ouviu-o reclamar de fortes dores de cabeça, que passavam quando ele matava. Disse que não queria ir para a câmara de gás. Belli tentou, com toda habilidade, convencer a “voz” a se entregar. Marcou um encontro fora do ar, mas ele nunca apareceu.
Em novembro de 1969, o jornal Chronicle recebeu mais cartas do Zodíaco. Eram legítimas, todas continham pedaços da camisa de Paul Stine. Nessas, ele afirmava ter assassinado mais duas pessoas, perfazendo um total de sete vítimas.
Numa dessas cartas, o Zodíaco explicou por que a polícia nunca o encontraria:

Ele se parecia com a descrição das vítimas apenas quando matava, o restante do tempo tinha uma aparência completamente diferente.
Não deixava impressões digitais na cena do crime, usava protetores transparentes nos dedos.
Todas as suas armas haviam sido compradas pelo correio

A carta seguinte foi endereçada a Melvin Belli, também contendo um pedaço da camisa ensangüentada de Paul Stine. Ele desejava ao advogado um feliz Natal e pedia sua ajuda, porque estava muito próximo do descontrole. Logo faria sua nona e décima vítimas.
Dessa vez, a polícia teve uma pista de que o Zodíaco poderia ter ascendência inglesa, já suspeitava que se tratasse de um marinheiro inglês. Ele usou as expressões “The Kiddies” e “Happy Christmas”, comuns na Inglaterra, mas não nos EUA, onde seriam usadas as expressões “Kiddo” para garotos e “Merry Christmas” para Feliz Natal.
Em 30 de janeiro de 1974, depois de três anos de silencio absoluto, um jornal de San Francisco recebeu uma autêntica carta do Zodíaco. Nela, estava anotado “Me-37, SFPD-0”, que se concluiu tratar-se de uma contagem ou de um placar: “37 para mim, 0 para o Departamento de Polícia de San Francisco.” Um policial levou a contagem de 37 vítimas a sério e encaminhou-a ao xerife Striepke. Ele pegou os 40 casos de assassinatos não resolvidos em quatro estados do oeste americano, marcando sua localização no mapa. Surpresa! Os alfinetes formavam uma letra “Z” de tamanho gigante. A teoria de Striepke caiu por terra quando o assassino serial Theodore Bundy foi preso e assumiu muitos desses crimes.
Como em algumas cartas o Zodíaco mostrou ser fã do filme O Exorcista, que considerava uma comédia, muitos acreditaram que ele pertencesse a alguma seita satânica, mas nenhuma prova concreta foi encontrada.
Hoje em dia, existem sérias dúvidas quanto à autoria do Zodíaco no assassinato de Cheri Jo Bates. O principal suspeito agora é um colega de faculdade da moça, e existem várias provas circunstancias contra ele.


A Investigação


Quando a investigação do Zodíaco começou, a polícia tinha 2.500 suspeitos. A investigação foi reduzindo este número. Aqui estão alguns exemplos:

Arthur Leigh Allen – O principal suspeito


Foi o suspeito número um da polícia e o preferido de muitos. A primeira vez que tomaram conhecimento dele foi em 1971, quando seus amigos e família contaram sobre seu comportamento irregular. Todos que o conheciam achavam que ele poderia ser o Zodíaco.
Estas eram as características que ligavam Allen ao histórico de crimes do Zodíaco:

· Foi criado em Vallejo, Califórnia.
· Em 1956, alistou-se na marinha americana. Sempre se supôs que o Zodíaco tivesse alguma filiação militar, provavelmente na marinha.
· Durante os anos de 1969 e 1970, estava empregado parte do dia como zelador na Elmer Cave Elementary School, em Vallejo. Foi nessa época que o Zodíaco escreveu cartas ameaçando crianças de uma escola.
· Entre 1970 e 1974, ocupava-se em estudar ciências biológicas no Sonoma State College, tendo química como matéria secundária. Durante a permanência de Allen em Sonoma, cidade localizada no oeste da Califórnia, aparentemente os assassinatos do Zodíaco cessaram, mas iniciaram-se os chamados “Assassinatos de Colegiais de Sonoma.” De acordo com o já aposentado agente especial Jim Silver, do Departamento de Justiça da Califórnia, quando a polícia mapeou o último local onde as vítimas foram vistas e o local onde seus corpos foram encontrados, o trailer de Allen ficava no centro.

Era comum Allen usar frases como “o mais perigoso jogo” e “homem como o verdadeiro jogo”, usadas nas cartas do Zodíaco.
De acordo com seu irmão Ron, Allen ganhou de sua mãe, no Natal de 1967, um relógio com um símbolo do zodíaco, um círculo cruzado. Pouco tempo depois de ganhar o presente, fez as seguintes declarações a um amigo cuja identidade foi protegida:

Ele gostaria de matar casais ao acaso
Iria provocar a polícia com cartas detalhando seus crimes
Assinaria essas cartas com o mesmo círculo cruzado desenhado em seu relógio
Chamaria a si mesmo de Zodíaco
Usaria maquiagem para mudar a aparência quando matasse
Amarraria uma lanterna ao cano de sua arma para poder atirar no escuro
Enganaria mulheres, fazendo-as parar seus carros em áreas rurais ao pensar que tinham problemas com os pneus
Em novembro de 1969, sua cunhada o viu com um papel na mão que parecia uma carta. Nela, apareciam símbolos e linhas, similares aos códigos usados pelo criminoso. Ele alegou que era o trabalho de um louco, que mostraria a ela, mas não o fez. A mesma cunhada também encontrou uma faca ensangüentada no banco da frente do carro dele, que justificou o fato dizendo que tinha matado galinhas com ela. Isso aconteceu na mesma época do ataque no lago Berryessa. A polícia foi chamada em 1971, e o trailer de Allen, vasculhado. No freezer foram encontrados corpos mutilados de roedores, corações e fígados de esquilos e outros animais pequenos, mas ser esquisito não é crime.
As impressões digitais de Allen foram tiradas, assim como exemplos de sua caligrafia. Elas não combinavam com alguma das encontradas no táxi de Stine e a caligrafia mostrou similaridades com a do Zodíaco, principalmente no modo como se inclinava para o lado direito da página.
Allen viveu com sua mãe em Vallejo, mas a polícia não conseguiu um mandado de busca para a casa dela. Depois também se soube que Allen mantinha dois trailers, mas somente um foi verificado.
Vários fatos o ligavam ao caso do Zodíaco:

Sua descrição física era similar ao retrato falado
Havia estado em Riverside City College em 1966, quando Cheri Jo foi morta
Sofria de terríveis dores de cabeça
Era ambidestro
Tinha sido estudante de química

Em 1973, médicos atestaram que Allen possuía cinco diferentes personalidades. Também atestaram que ele poderia ser violento, perigoso e capaz de matar.
Foi preso por molestar crianças, e na cadeia espalhou para todos que era o Zodíaco. Depois, mudou de ideia e de história, dizendo aos companheiros de cela que rezava para o Zodíaco matar mais uma vez, pois assim ficaria livre da suspeita. O Zodíaco não apareceu até que ele fosse solto.
Assim como o Zodíaco, Allen selava duplamente suas cartas e estava nos locais de todos os crimes atribuídos a ele.
O estudo de seu perfil mostrou que ele odiava a mãe e sempre se sentiu inferior ao pai, um militar de sucesso. Sofria de alcoolismo e depressão, situações sempre agravadas nas duas datas mais estressantes para ele: seu aniversário (18 de dezembro) e o Natal.
Na época do assassinato de Darlene, um amigo de Allen estava vendendo um Corvair marrom, carro descrito por Mageau como sendo de seu agressor. Allen, com freqüência, dirigia esse carro. Também morava bem perto de onde a moça trabalhava como garçonete. Ela tinha um conhecido que chamava de “Lee”, o mesmo nome como Allen era chamado, pois é assim que se pronuncia seu nome do meio.
Logo depois de Paul Stine ser assassinado, o amigo de Allen, Ralph Spinelli, procurou o Departamento de Polícia de Vallejo para comunicar que dias antes, Allen tinha admitido, em conversa, ser o Zodíaco, e provaria isso para Ralph indo até San Francisco e matando um motorista de táxi.
Numa carta enviada aos jornais, o Zodíaco desenhou o diagrama de uma bomba. Os ingredientes a serem utilizados em sua confecção eram: nitrato de amônia, fertilizante e cascalho. O Zodíaco também dizia ter esses itens em estoque no porão de sua casa e que haviam sido comprados por meio de ordem postal. Ao fazerem a busca na casa de Allen em 1991, os policiais de Vallejo encontraram, no porão, diagramas desenhados de bombas que incluíam o uso de nitrato de amônia, fertilizante e cascalho. Também foram encontrados catálogos para compra pelo correio de bombas, armas e armadilhas.
Em 1991, Michael Mageau identificou Arthur Leigh Allen como seu agressor. Fez essa identificação entre várias fotos mostradas a ele pelo policial George Bawart, do Departamento de Polícia de Vallejo. Quando Bawart perguntou a Mageau por que ele nunca tinha identificado Allen em vinte anos de investigação, Mageau respondeu que nunca foram mostradas a ele fotos de suspeitos, somente lhe perguntaram se reconhecia certos nomes.
Allen morreu em 26 de agosto de 1992, de complicações causadas por diabetes e problemas no coração.
Lawrence Krew/Kane



Numa conversa com uma funcionaria de um cassino num restaurante, Krew alegou ser um especialista no zodíaco (astrologia) e ofereceu-se para fazer seu mapa astral. Naquela noite, levou à casa dela o mapa pronto. Ele era de touro, ela, de capricórnio, uma compatibilidade perfeita.
Tinha a idade aproximada de 38 anos, media 1,80 metro de altura e usava óculos com armação de tartaruga. Disse morar em Stateline, num apartamento estúdio.
Quando saíram outra vez, a moça levou uma amiga com ela. O homem falou sobre o Zodíaco durante quatro horas, além de eleger assuntos interessantes como morte e assassinato. Contou a elas que morreria “na água”. Quando as moças começaram a fazer perguntas, ele se fechou e foi embora.
Um relato semelhante ao da funcionária do cassino foi dado a polícia por outra mulher, que os procurou bastante assustada.
O detetive Harvey Hines, que investigou o Zodíaco por vinte anos, foi chamado para investigar o desaparecimento de Donna Lass, e logo notou algo de errado. Seguiu para South Lake Tahoe, a fim de acompanhar o caso de perto. Hines perguntou sobre Donna aos seus amigos e descobriu que ela trabalhava de enfermeira num hotel cassino da região.
Quando questionou suas colegas de trabalho, descobriu que havia um tal de Larry Krew interessado nela. Ele tinha por volta de 40 anos, cabelo cortado bem curto e uma respeitável barriga. Media 1,80 metro e pesava por volta de 80 quilos, além de usar óculos com armação de tartaruga. Tinha sido descrito às amigas por Donna como solitário, quieto e arrepiante. Tinha um escritório em frente ao Sahara Hotel e morava com a mãe num apartamento estúdio em Stateline. Foi visto várias vezes conversando com a moça na enfermaria do cassino. Conhecia tudo sobre o Zodíaco.
A enfermeira foi vista pela última vez em 6 de setembro de 1970, mais ou menos à 1h, quando deixou seu plantão. No dia seguinte, um homem desconhecido telefonou para o emprego e condomínio dela, dizendo que ela não voltaria devido a uma emergência familiar. A ligação era falsa, e Donna Lass nunca mais foi vista.
Krew nasceu no início dos anos 20 em mudou se para a Califórnia em 1953. Era do signo de touro. Serviu na Reserva naval por sete meses, de onde foi desligado com diagnostico de histeria psiconeurótica.
Hines passou a investigar Krew como suspeito de ser o Zodíaco. Descobriu que seu suspeito tinha vários pseudônimos, três cartões de seguro social sob nomes diferentes e duas datas de nascimento, além de duas carteiras de motorista.
Em 1962, sofreu uma grave colisão com um caminhão de cimento, machucando a cabeça. Foi diagnosticada uma lesão cerebral, mas apesar de considerada lesão grave, nunca ficou internado em uma instituição mental.
Entre 1964 e 1968, foi preso 19 vezes por roubo e fraude. As mais recentes acusações eram por rondar pessoas. Depois de se divorciar da mulher, mudou-se de volta para a casa da mãe.
Alguns documentos da marinha sugerem que ele seria homossexual. Hines descobriu que Krew trabalhara para uma empresa em Riverside na mesma época do assassinato de Cheri Jo Bates. Quando morou em San Francisco, sua casa ficava localizada na rua Eddy, dois quarteirões depois de onde Paul Stine pegou o Zodíaco em seu táxi.
A peça teatral de Gilbert e Sullivan, The Mikado, estava sendo encenada três quadras distante de seu apartamento, e o Zodíaco tinha escrito que era fã dessa dupla.
Krew comprou um carro modelo sedan Ambassador em 10 de julho de 1969, apenas seis dias depois do assassinato de Darlene Ferrin. O homem que raptou Kathleen Johns e sua filha em 1970 guiava o mesmo modelo de carro.
Depois de matar Stine, o Zodíaco aparentemente escapou em direção do Letterman General Hospital. Na mesma época, Donna Lass trabalhava como enfermeira nesse hospital. Em junho de 1970, Donna mudou-se de San Francisco para South Lake Tahoe, Nevada, empregando-se no Sahara Tahoe Hotel Cassino. Em junho de 1970, Krew também se mudou para a mesma cidade e foi trabalhar no mesmo edifício que Donna.
Certo de que Krew era o Zodíaco, Hines começou os procedimentos de identificação.
Conversou com as duas irmãs de Darlene Ferrin, que escolheram a foto de Krew entre muitas outras, apontando-o como o homem que seguia sua irmã. Depois pediu ao policial Foukes, que tinha faldo com o Zodíaco logo após o assassinato de Stine para pedir informações, para identificar o homem entre as várias fotografias. Sem hesitar, ele pegou a foto de Krew, mas muito tempo havia passado para que tivesse certeza absoluta. Kathleen Johns foi contatada. Se alguém conhecia bem o Zodíaco, era ela, e Hines colocu 18 fotos em linhas para sua avaliação. Ela apontou para Krew, comentando apenas que ele parecia mais novo do que na foto, onde estava sem óculos.
Apesar de todos esses resultados obtidos na investigação de Hines, os oficiais responsáveis pelo caso não concordaram com ele. Acreditavam que o Zodíaco era Allen.
Outro sobrenome utilizado por Krew era Kane, provavelmente o verdadeiro. Se for verdade, o criptograma contendo o nome do Zodíaco, conforme o prometido por ele, estava certo. O nome Kane aparecia no criptograma de 20 de abril de 1970.
O Zodíaco também enviou cartas assinadas como “Um cidadão”, em maio de 1974. Seria uma alusão ao filme Cidadão Kane, um dos mais famosos da história do cinema.
Em 1999, Lawrence Kane estava vivendo em Nevada, EUA.

Andrew Tood Walker

Foi o primeiro suspeito no caso do Zodíaco. Era um homem de meia-idade, usava óculos de aro de tartaruga, pesava mais de 90 quilos, media 1,83 metro e era barrigudo. Alguns dos amigos de Darlene Ferrin o reconheceram em fotos como o homem que a seguia.
Num dos criptogramas do Zodíaco, decifrado pelo computador da Agência de Segurança Nacional Americana, o nome Walker aparecia diversas vezes.
A casa dele sofreu uma inundação na mesma época em que o Zodíaco escreveu que foi inundado pela chuva. Walker vivia numa área deserta, cercada por pinheiros, o que combinava com outro trecho de uma das cartas enviadas pelo Zodíaco, em que afirmava estar olhando através dos pinheiros. Também era sócio do Sierra Club, que foi mencionado na mesma carta.
Ensinou códigos no exercito depois de servir como estudante por um curto período de tempo, indicando sua forte aptidão nesta área. Viveu em Vallejo no fim dos anos 60, e era considerado sexualmente perturbado.
A discrepância estava em sua caligrafia, que não combinava com a do Zodíaco, além das impressões digitais, que não eram as mesmas encontradas no táxi de Stine. A adolescente que viu pela janela a morte de Stine também o considerou muito velho e gordo, diferente do homem que vira saindo do táxi.

Rick Marshall


Outro forte suspeito de ser o Zodíaco foi Rick Marshall, colecionador de latas de filmes antigos. Nascido no Texas em 1928, segundo relatos de conhecidos, vivia numa área próxima a Riverside em 1966, época do assassinato de Cheri Jo Bates.
Em 1969, morava perto de onde Paul Stine foi assassinado em San Francisco. Uma ligação anônima para um detetive afirmava que Marshall tinha um amigo que guardava as latas para ele, e que nessas latas poderiam estar evidências como a camisa de Stine, armas e tantas outras provas. O anônimo também acreditava que as latas poderiam explodir ao serem abertas, destruindo seu conteúdo. Marshall pegou as latas de volta em 1972.
Esse suspeito, também fã de Gilbert e Sullivan, tinha treinamento em códigos e possuía uma máquina de costura em casa, que poderia ter sido usada para confeccionar a roupa utilizada no assassinato do lago Berryessa. Trabalhou na projeção de filmes de cinema mudo e os colecionava, e o Zodíaco fez várias referências, em suas cartas, aos filmes The Most Dangerous Game, O Fantasma da Ópera e O Exorcista.
Marshall era ambidestro, e sua descrição física combinava com o retrato falado do Zodíaco. Usava óculos com armação de tartaruga presos por tira elástica, fora marinheiro e possuíra uma máquina de teletipo, semelhante à utilizada pelo Zodíaco em suas cartas. Tinha, na época, um amigo que confeccionava cartazes para cinema, cuja caligrafia era bastante similar a do Zodíaco, e facilmente poderia ter sido imitada.
Durante os três anos, entre 1975 e 1978, saiu do Estado. Nesse intervalo de tempo, nenhuma carta do Zodíaco foi recebida. Morava a um quarteirão de Darlene Ferrin e seu marido em San Francisco.
Nunca foi descartado como suspeito. Em 1989, trabalhava como engenheiro na empresa Tektronix. Seu último endereço conhecido é em San Rafael, Califórnia. A carta do Zodíaco datada de 8 de julho de 1974 foi postada na mesma cidade.

Outros suspeitos

Michael O’Hare poderia ser o Zodíaco, se considerarmos sua inteligência brilhante, sua habilidade como atirador e seus conhecimentos profundos em código morse e matemática binária. Nunca se conseguiu conectá-lo a nenhuma vítima ou cena de crime do Zodíaco.
Bruce Davis era membro da família Manson (serial killer que assassinou Sharon Tate). Morava na área da baía de San Francisco na época dos crimes, mas nada além disso o ligava ao Zodíaco, apesar de alguns acreditarem numa conexão entre o Zodiaco e Manson.

A Psicologia do Caso Zodíaco

Ainda existe grande interesse nesse assassino. Ele foi único. Era preciso e meticuloso em seus padrões de comportamento e pensamento.
O Zodíaco sempre matou em fins de semana, perto de água ou em lugares com nomes referentes à água. Seus crimes sempre aconteceram em feriados ou vésperas, como podemos ver a seguir:
· Cheri Jo Bates foi morta momentos ante da meia-noite de 30 de outubro, Halloween.
· David Faraday e Betty Lou Jensen foram mortos em 20 de dezembro, cinco dias antes do Natal.
· Darlene Ferrin foi morta em 4 de julho, Dia da Independência americana.
· Cecília Shepard foi esfaqueada no primeiro dia do feriado judaico de Tabernáculos.
· Paul Stine foi morto no Dia de Colombo
· Kathleen Johns foi raptada no dia do equinócio da primavera.

Todas as datas coincidem com fases da lua nova. Saturno era visível, assim como a Estrela da Noite, na hora dos assassinatos.
Todos os 340 caracteres cifrados em símbolos foram retirados de horóscopos. Acredita-se que o Zodíaco era do signo de touro, pois escondeu cinco símbolos deste signo em suas cartas.
Sua insígnia, um círculo cruzado, representava os solstícios e equinócios: solstício de verão, de inverno; equinócio vernal (da primavera) e de outono.
O Zodíaco atacava casais adolescentes. Usava armas diferentes a cada ataque, entre revolveres e facas. Um carro sempre estava envolvido.
Sua aproximação era sistemática: sempre ao anoitecer ou fim da noite. Sempre comunicava seus assassinatos por carta ou telefone, demonstrando que precisava de atenção.
Nunca molestava sexualmente suas vítimas, e seu perfil elaborado pelos investigadores do caso concluiu que matar era a única relação possível para ele com uma mulher. Era provável que tivesse uma mãe dominadora e desejo sexual por ela, que seria seu verdadeiro alvo, como também prazer sexual ao matar, atingindo o orgasmo enquanto esfaqueava ou atirava em suas vítimas repetidamente.
Um escritor que dizia conhecer a identidade do Zodíaco, afirmava que ele tinha obsessão pela água, relógios, binários matemáticos e pelo escritor Lewis Carroll.
Robert Graysmith, autor do livro mais famoso sobre o Zodíaco, também afirmava conhecer a identidade dele. Descrevia-o como molestador de crianças e o responsabilizou por 49 possíveis vítimas, entre outubro de 1966 e maio de 1981.
O Zodíaco tinha treinamento nas seguintes áreas:
Dispositivos explosivos
Criptografia
Astrologia
Química
Armas
Conhecia em profundidade os seguintes assuntos:

Gilbert e Sullivan
Língua inglesa
Motores de carro
Cultos ancestrais
Cinema
Costura

Sabia como não deixar impressões digitais ou pistas, o que provavelmente aprendeu na prisão. Tinha habilidade excepcional com armas, era ambidestro e pode ter trabalhado na polícia ou na marinha.
Jamais foi encontrada alguma evidência nos locais de crime do Zodíaco, mas em 2002 investigadores do caso resolveram tentar utilizar a ciência e suas modernas técnicas para extrair o DNA da saliva contida nos selos das cartas que o famoso assassino enviou para a imprensa e polícia na época de seus crimes.
Cientistas forenses utilizaram-se da reação em cadeia pela polimerase, técnica que faz numerosas cópias de específicos segmentos de Dna com rapidez e acuidade. Esse processo também permite que se obtenha uma enorme quantidade de DNA, que poderá ser utilizada em várias análises forenses.
Para surpresa de muitos, Arthur Leigh Allen, por intermédio de material extraído de tecido cerebral proveniente de sua necropsia, foi eliminado como o autor das “lambidas” nos selos das cartas. Será que o Zodíaco era tão inteligente a ponto de utilizar propositalmente outra pessoa para lamber e colar os selos que utilizava nas cartas que enviava?
Em 2 de abril de 2004, o Departamento de Polícia de San Francisco encerrou as investigações dos homicídios executados pelo Zodíaco. Foi a primeira vez que as investigações de um caso de homicídio não resolvido foram abandonadas por esse departamento.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Julgamento de Ted Bundy

Vídeos com partes do julgamento de Ted Bundy.






http://www.youtube.com/watch?v=mdF28raSIdM&feature=related

Eu só coloquei o link do segundo vídeo pq o youtube desativou a incorporação devido a uma solicitação.

Julgamento de Jeffrey Dahmer

Vídeo do julgamento de Jeffrey Dahmer em que a irmã de uma das vítimas do serial killer se revoltou contra ele.



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Zodíaco


Título Original: The Zodiac
Duração: 98 minutos
Ano: 2005
Atores: Justin Chambers, Robbin Tunney, Rory Culkin, Brad William Henke, Marty Lindsey, Rex Linn
Direção: Alexander Bulkley

Sinopse: O Roteiro dessa produção é baseado em fato real que já foi outras vezes, e de outras formas, levado as telas, sob o que ficou conhecido como o assassino do zodíaco. Os roteiristas se empenharam em reportagens da mídia e em arquivos policiais para montar o roteiro. Aqui, ao contrário do que era de se esperar, é mostrado um ponto de vista diferente dos filmes e seus efeitos. Conta a história de um policial e seu filho que ficam obcecados com os crimes e começam a investigar com as famílias das vitimas. Dessa forma, a produção aborda o desespero e a situação dos parentes que perderam entes queridos nessa aterradora onda de crimes. Com tudo isso, o filmes não deixa de investigar em uma dose forte de suspense capaz de segurar a atenção do espectador até o momento do seu surpreendente desfecho.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vídeo Chikatilo

Vídeo do programa Caso Abierto: criminales de la história sobre Andrei Chikatilo, explicando rapidamente a história desse assassino.



Retrato de um Assassino

Descrição: Criadora da famosa personagem Kay Scarpetta, a médica-legista que protagoniza a maior parte de seus livros, Patricia Cornwell deixa de lado a ficção para, ela mesma assumir, o comando de uma intrincada trama policial. Retrato de um assassino narra as investigações que a escritora fez para descobrir a identidade de Jack, o estripador, que no final do século XIX aterrorizou a cidade de Londres com uma série de bárbaros assassinatos cometidos contra prostitutas.

Editora: Companhia das Letras
Autor: Patricia Daniels Cornwell
ISBN: 8535904417
Ano: 2003
Número de páginas: 392
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

domingo, 9 de agosto de 2009

Elizabeth Báthory

Nome Completo: Elizabeth Báthory
Sexo: Feminino
Data de Nascimento: 1560
Local de nascimento: Hungria
Número de vítimas: 40+
Motivo: Sádico
Data da Morte: 21 de agosto de 1614
Como morreu: Causa desconhecida

História

Nascida em 1560, Elizabeth (ou Erzebet) Báthory era filha de um soldado aristocrata e irmã do rei governante da Polônia. Sua família de fato vinha de uma das mais antigas casas nobres da Hungria, e seu elmo tinha o símbolo draconiano incorporado pelo rei Sigismundo na Ordem do Dragão. O clã Báthory teve cavaleiros e juizes, bispos, cardeais e reis, mas entrou em decadência em meados do século XVI, com a linha de sangue real desfigurada por incesto e epilepsia, e a última classe da família possuía alcoólatras, assassinos e sadistas, homossexuais (naquela época considerados criminalmente como desvio) e satânicos.
Embora fisicamente bonita, Elizabeth foi claramente o produto da genética poluída e de uma formação distorcida. Em toda a sua vida ela esteve sujeita a dores de cabeça cegantes e ataques de desmaio – provavelmente epilética por natureza – que os membros supersticiosos da família diagnosticaram como possessão demoníaca. Criada na propriedade Báthory aos pés das sorumbáticas Montanhas Cárpatos, Elizabeth foi introduzida ao culto demoníaco na adolescência por um de seus tios satanistas. Sua tia favorita, uma das mais notórias lésbicas húngaras, ensinou a Elizabeth os prazeres da flagelação e outras perversões, mas a jovem Elizabeth sempre acreditou que, no que se referia a dor, era melhor dar do que receber.
Quando Elizabeth tinha apenas 11 anos, seus pais contrataram seu futuro casamento com o conde Ferencz Nadasdy, um guerreiro aristocrata. Seu casamento foi adiado até Elizabeth completar 15 anos, finalmente celebrados em 5 de maio de 1575. A noiva manteve seu nome de solteira como sinal de que sua família possuía posição superior a do clã de Nadasdy.
Os recém-casados estabeleceram-se no castelo de Csejthe, no noroeste da Hungria, mas o conde Nadasdy também mantinha outras residências suntuosas em todo o país, cada uma possuindo masmorra e câmara de tortura especialmente projetadas para atender as necessidades de Elizabeth. Nadasdy estava frequentemente ausente, por semanas ou meses, a cada vez, deixando sua esposa sozinha e entediada, para encontrar sua própria diversão. Elizabeth praticava superficialmente a alquimia, favorecia suas idiossincrasias sexuais com homens e com mulheres, mudava de roupa e jóias cinco ou seis vezes por dia, e admirava-se em espelhos de tamanho natural por horas. Acima de tudo quando estava com raiva, tensa ou simplesmente entediada, a condessa torturava as serventes por esporte.
Uma das maiores fontes de irritação, nos primeiros anos de casamento, foi a sogra de Elizabeth. Ansiosa por netos, a mãe de Nadasdy importunava incessantemente Elizabeth por sua falha em conceber. Elizabeth teria finalmente filhos após dez anos de casamento, mas não sentiu o impulso maternal no final da adolescência e início dos 20 anos. As jovens criadas da casa logo começaram a temer as visitas da mãe de Nadasdy, sabendo que outra rodada de ataques brutais se seguiria, inevitavelmente, à partida da velha senhora.Técnicas de Tortura e assassinatos

No que se referia à tortura, a condessa bissexual possuía uma imaginação feroz. Alguns de seus truques foram aprendidos na infância e outros foram retirados da experiência de Nadasdy na batalha com os turcos, mas ela também inventava suas próprias técnicas. Pinos e agulhas eram as práticas favoritas, perfurando os lábios e mamilos de suas vítimas, algumas vezes cravando agulhas sob suas unhas. “A pequena sórdida!” ela zombaria, enquanto sua cativa contorcia-se de dor. “Se dói, ela só tem de retirá-los.” Elizabeth também divertia-se em morder suas vítimas nas bochechas, peito e em qualquer outro lugar, retirando sangue com seus dentes. Outros cativos foram despidos, lambuzados com mel e expostos a ataques de formigas e abelhas.
Foi relatado que o conde Nadasdy acompanhava Elizabeth em algumas das sessões de tortura, mas com o tempo ele passou a temer sua esposa, passando cada vez mais tempo na estrada e nos braços de suas amantes. Quando ele finalmente morreu em 1600 ou 1604 (os dados variam), Elizabeth perdeu toda moderação, devotando-se em tempo integral a atormentar e a degradar sexualmente jovens mulheres. Em curto espaço de tempo ela ampliou seu escopo do pessoal da família para incluir estranhos em idade de casar. Empregados de confiança percorreram o campo em busca de presas frescas, seduzindo meninas camponesas com ofertas de emprego, recorrendo a drogas ou a força bruta à medida que a difusão dos rumores estreitava as fileiras de recrutas voluntárias. Nenhuma que entrasse para o serviço de Elizabeth escapava viva, mas os camponeses tinham poucos direitos legais naqueles dias, e uma mulher nobre não era culpada perante seus pares se a disciplina em sua casa fugisse do controle.
Por volta dos 40 anos, Elizabeth Báthory planejou e presidiu um holocausto em miniatura. Estimulada por sua enfermeira Ilona Joo e a alcoviteira Doratta Zsentes – conhecida como Dorka – Elizabeth devastou o campo, reivindicando vítimas camponesas de acordo com sua vontade. Ela carregava pinças de prata especiais, projetadas para arrancar a carne, mas também ficava confortável com pinos e agulhas, ferrete e atiçador incandescentes, chicote e tesoura. Os cúmplices da casa desnudavam suas vítimas, mantendo-as abaixadas enquanto Elizabeth rasgava seus peitos em tiras e queimava suas vaginas com a chama de vela, algumas vezes mordendo grandes pedaços de carne de seus rostos e corpos. Uma vítima foi forçada a cozinhar e comer uma tira de sua própria carne, enquanto outras foram mergulhadas em água fria e deixadas para congelar na neve. Algumas vezes Elizabeth forçava a abertura da boca da vítima com tanta força que os maxilares separavam-se. Em outras ocasiões, os serventes faziam o trabalho sujo enquanto Elizabeth andava ao lado, gritando: “Mais! Mais ainda! Mais forte ainda!” até que, dominada pelo excitamento, ela desfalecia inconsciente no chão.
Um “brinquedo” especial de Elizabeth era uma jaula cilíndrica construída com longas pontas na parte interna. Uma garota nua era colocada a força na jaula e então elevada a diversos metros do chão por meio de uma polia. Elizabeth ou um de seus serventes girava a gaiola com um atiçador incandescente, golpeando a garota e forçando-a contra as pontas afiadas à medida que ela tentava escapar. No papel de observadora ou de participante ativa, Elizabeth era sempre boa para incessantes comentários de sugestões e piadas doentias, passando para cruas obscenidades e incoerente murmúrio à medida que a noite avançava.
Na idade média, era uma questão relativamente simples descartar as vítimas sem vida. Algumas foram queimadas, outras foram deixadas para se decompor nos arredores do castelo, enquanto algumas foram deixadas foram deixadas do lado externo para alimentar lobos e outros predadores locais. Se um corpo desmembrado fosse periodicamente encontrado, a condessa não temia nenhuma ação penal. Naquele lugar e época, o sangue real era a proteção final. Era também de alguma ajuda um dos primos de Elizabeth ser o Primeiro Ministro húngaro e outro servir como Governador da província em que ela vivia.

Excesso, julgamento, prisão e morte

Elizabeth, finalmente, excedeu-se em 1609, mudando de infelizes camponesas para as filhas de nobres menores, abrindo o castelo Csejthe para oferecer “instruções nas graças sociais” a 25 inocentes, escolhidas a dedo; dessa vez, quando nenhuma das vítimas sobreviveu, as reclamações atingiram os ouvidos do rei Matias, cujo pai compareceu ao casamento de Elizabeth. O rei, por sua vez, designou o mais próximo vizinho de Elizabeth, conde Gyorgy Thurzo, a investigar o caso. Em 26 de dezembro de 1610, Thurzo fez uma incursão tarde da noite no castelo de Csejthe e surpreendeu a condessa com as mãos vermelhas devido a uma sessão de tortura orgíaca em andamento.
Meia dúzia dos cúmplices de Elizabeth foram detidos para investigação; a condessa foi mantida em prisão domiciliar enquanto o Parlamento acionou um regulamento especial para retirar sua imunidade para uma ação penal. O julgamento desse caso se iniciou em janeiro de 1611 e durou até o fim de fevereiro, com o Chefe de Justiça Theodosius Syrmiensis presidindo uma equipe de 20 juristas menores. Oito acusações de homicídio foram alegadas no tribunal, embora muitas acusações históricas coloquem a contagem final de corpos entre 300 e 650 vítimas. A própria Elizabeth foi dispensada de participar do julgamento, mantida em seu apartamento sob pesada guarda, mas a condenação em todas as acusações teve um resultado previsto. O tempo da sanguinária condessa esgotou-se.
Os cúmplices serventes de Elizabeth foram executados, junto com Dorka e Ilona Joo após tortura pública, e a condessa foi poupada e sentenciada à prisão perpetua em um pequeno apartamento no castelo Csejthe. As portas e janelas de seu apartamento foram muradas, deixando apenas fendas para ventilação e uma passagem para a bandeja de comida. Ela ali viveu isolada por três anos e meio, até ser encontrada morta em 21 de agosto de 1614. A data exata da morte de Elizabeth é desconhecida, porque diversas refeições permaneceram intocadas antes de seu corpo ser encontrado.
O bizarro é que a lenda Báthory cresceu ao ser contada, e muitas das narrativas recentes incorporaram narrações de vampirismo e banhos ritualísticos de sangue supostamente auxiliando Elizabeth a permanecer jovem. De fato, o extenso testemunho no julgamento de Elizabeth não fez menção literal aos banhos de sangue. Algumas vítimas foram drenadas de sangue por ferimentos brutais ou intencionalmente, mas a retirada deliberada do sangue foi ligada à prática de alquimia e magia negra de Elizabeth, em vez de qualquer motivo para um banho quente. De qualquer forma, a atividade homicida de Elizabeth começou quando ela estava na adolescência ou aos 20 anos, muito antes que a ameaça de envelhecimento sequer cruzasse seus pensamentos.