sábado, 25 de julho de 2009

Andrei Chikatilo



Nome Completo: Andrei Romanovich Chikatilo
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 16 de outubro de 1936
Local de Nascimento: Iablotschnaia – Ucrânia
Número de vítimas: 53+
Motivo: Sexual
Data da morte: 15 de fevereiro de 1994
Como morreu: Executado com um tiro de pistola na nuca

História

Andrei Romanovich Chikatilo nasceu em 16 de outubro de 1936, na cidade de Iablotschnaia, na Ucrânia. De acordo com Chikatilo, sua família sofreu muito durante a coletivização forçada por Joseph Stálin na década de 1930. Além de conhecer pobreza e fome, ele perdeu um irmão mais velho supostamente assassinado e canibalizado pelos vizinhos durante uma época de fome que dizimou milhares de vidas russas. Sendo ou não verdadeira a história, a mãe do jovem Andrei semeou isso nele com frequentes repetições e seus feitos posteriores replicariam o ato.
Chikatilo, que de tão míope era quase cego, também sofria de um distúrbio sexual desde o início da adolescência, que o deixava periodicamente impotente. Ele acreditava que havia sido cegado e castrado ao nascer, crença que abasteceu suas mórbidas fantasias de vingança violenta.
Foi um estudante ávido por livros, mas seu jeito estranho e quase afeminado sempre provocava risadas constantes dos colegas. Chikatilo era alvo de ridicularizações intermináveis. Tinha pouquíssimos amigos e só admitiu que precisava de óculos quase aos 20 anos. Sua enurese noturna também era motivo de grande vergonha e segredo.
Na adolescência, parou de ser provocado. Tinha se tornado um rapaz muito alto e forte, impondo algum respeito por causa do tamanho que adquirira. Aos 16 anos já era o editor do jornal escolar e do escritório de informação política, cargos que lhe davam algum prestígio. Ainda assim, sua vida social era inexistente, em especial no que dizia respeito a mulheres.
Casou-se em 1963 e teve dois filhos: Lyudmilla e Yuri. Em 1973 sua mãe faleceu, e nesse ano Chikatilo começou a molestar meninas.
Sua timidez profunda dificultou muito sua vida como professor, no controle dos alunos. Eles sempre o ridicularizavam e o humilhavam. Seus colegas de profissão também riam dele, por achá-lo muito estranho.
Desde o início da carreira, os alunos o interrompiam toda hora com zombarias, apelidando-o de ganso por causa de seu longo pescoço e postura inadequada.
Enquanto muitos dos assassinos em série matam pela primeira vez em sua adolescência ou início dos 20 anos, Chikatilo teve um início lento. Com grau universitário, uma esposa e dois filhos, ele apresentava aparência de um homem de família calma. Empregado como supervisor do dormitório escolar, Chikatilo foi despedido sob a alegação de ter molestado os estudantes do sexo masculino. Um novo emprego, como auxiliar de suprimentos em uma fábrica na área industrial pero de Shakhty, requeria viagens frequentes de ônibus ou trem, e Chikatilo reverteu a circunstância para favorecê-lo, buscando suas vítimas em terminais de ônibus e estações de trem.

Os Crimes

O autodescrito “besta louca” e “erro da natureza” cometeu seu primeiro assassinato em 22 de dezembro de 1978, na cidade de Shakhty. O corpo de sua vítima, uma menina de 9 anos, chamada Lena Zakotnova, que Chikatilo estrangulou, estuprou e apunhalou repetidamente, foi retirada do rio Grushevka dias depois. Chikatilo foi um dos muitos suspeitos interrogados no caso, mas a polícia logo se concentrou em Alexander Kravchenko, 25 anos, um ex-sentenciado que tinha cumprido pena por assassinato e estupro. Em custódia, Kravchenko apanhou da polícia até ele confessar, no que foi sentenciado a morte e morto por esquadrão de fuzilamento. A “solução” parecia boa no papel, mas naturalmente falhou em impedir o real assassino de atacar novamente.
Sua segunda vítima foi a menina Larisa Tkachenko, 17 anos. Ela cabulava aula na cidade de Rostov quando foi seduzida por Chikatilo a ir ao bosque fazer sexo com ele. Cometeu um erro fatal: começou a rir quando a performance dele falhou! Foi estrangulada de imediato. Chikatilo, enfurecido e humilhado, roeu a garganta, os braços e os seios da adolescente. Sorveu um de seus mamilos depois de cortá-lo com os dentes e empalou-a. Com tranqüilidade, pegou sua maleta e seguiu viagem.
Em 12 de junho de 1982 persuadiu Lyuba Biryuk a acompanhá-lo. Esta menina de apenas 12 anos foi esfaqueada pelo menos 40 vezes no silêncio de uma floresta. Seus ferimentos incluíam a mutilação dos olhos. Os restos mortais de Lyuba só foram encontrados um ano depois de seu desaparecimento.
Durante o ano de 1983, Chikatilo fez mais três vítimas, incluindo-se aí sua primeira vítima masculina, Oleg Podzhidaev, de 9 anos. O corpo do menino nunca foi encontrado, mas segundo os depoimentos posteriores do assassino, Oleg foi castrado, e seus genitais, levados por ele, outra assinatura freqüente de seus crimes.
A violência dentro da mente de Chikatilo aumentava em progressão geométrica, incontrolável. Consta que, no ano de 1984, este assassino matou 15 pessoas.
Chikatilo foi detido para interrogatório naquele ano e liberado por falta de evidencias após os oficiais comunistas intervirem a seu favor, lamentando a “perseguição” de um membro leal do partido.
A polícia estava alarmada com o número de assassinatos de crianças, e obteve o reforço do major Mikhail Fetisov e seu time de investigação. Finalmente alguém chegava à conclusão de que eram obra de um único louco.

Investigação

Como a maioria dos crimes ocorrera na área de Rostov, em particular na cidade de Shakhty, Fetisov montou ali um esquadrão como base para as investigações. Para liderar o esquadrão, foi escolhido Victor Bukarov, experiente analista forense, considerado por muitos o mais talentoso investigador de cenas de crime do departamento de polícia. O caso foi oficialmente denominado “Lesopolosa”(Cinturão retangular plantado pelo homem, para proteger os campos do vento e evitar erosão) ou “Os assassinatos do estripador da floresta”.
A primeira ação do esquadrão foi pesquisar arquivos de hospitais psiquiátricos e similares, porque acreditava-se que o criminoso só poderia ser um doente mental. Os arquivos da polícia também foram vasculhados minuciosamente, mas nada parecido com aqueles crimes foi encontrado.
Apesar da falta de pistas, todas as pessoas que foram suspeitas em crimes similares tiveram uma amostra de sangue recolhida para exame de tipo sanguíneo, pois o sêmen extraído dos restos mortais de algumas vítimas estabelecia o tipo de sangue do agressor como AB. Andrei Chikatilo estava incluído nessa lista.
As substâncias A,B e H do grupo ABO são secretadas pela saliva, sêmen, leite, bile, líquido pleural, etc.
Os trabalhos policiais prosseguiram, agora investigando cada motorista que trabalhava naquela área industrial da cidade. Nada foi descoberto. A polícia estava desesperada porque o número de mortes era cada vez maior. Bukarov então pediu para vários psicólogos, psiquiatras e patologistas sexuais do Instituto Médico de Rostov que preparassem um perfil do assassino. Muitos deles se negaram a ajudar, alegando terem poucas informações, mas o Dr. Aleksandr Bukhanovsky concordou e forneceu um perfil aos investigadores:

O assassino sofria de distúrbios sexuais.
Sua altura era de, aproximadamente, 1,67 metros.
Sua idade estava entre 25 e 50 anos.
Calçava número 41 ou acima deste número.
Possuía tipo sanguíneo comum.
Provavelmente sofrera alguma forma de abuso sexual e brutalizava suas vítimas para “compensar” o fato.
Não era retardado ou esquizofrênico.
Sofria de dores de cabeça.
Agia sozinho.
Sádico, sentia-se deprimido até matar.
Planejava seus crimes.

Sem muitas informações que o ajudassem, Bukarov resolveu tentar a sorte estreitando a vigilância nas estações de ônibus, trem e bonde, conseguindo para tanto, pessoal extra que o ajudasse nessa tarefa.
O lugar que recebeu maior atenção da polícia foi a Estação de Ônibus de Rostov, que era a última localização conhecida das duas vítimas recém-encontradas. A tarefa de vigiar a estação ficou sob a responsabilidade de Alecsandr Zanosovsky, que devia estar atento a qualquer pessoa que agisse de modo suspeito em relação a mulheres e crianças. Ao final do primeiro dia de vigilância, chamou a atenção dele um homem de meia idade, que usava óculos de grau. Aquele senhor olhava com insistência para jovens garotas.
O policial se aproximou e pediu para ver os documentos do homem, que parecia muito nervoso por ter sido abordado. Alegou que estava em viagem de negócios, finalmente indo para casa. Zanosovsky examinou todos os documentos do homem, que incluíam um cartão vermelho que o identificava como empregado autônomo de uma das divisões da KGB(Serviço secreto russo). Constatando que tudo estava em ordem, devolveu os documentos e desculpou-se pelo incômodo.
Dias depois, Zanosovsky e um parceiro estavam novamente vigiando a mesma estação quando Andrei Chikatilo foi visto outra vez. O policial ainda se lembrava da estranha maneira de agir daquele senhor. Resolveram segui-lo por algum tempo. A espreita durou várias horas, pois Chikatilo embarcou em vários ônibus e viajou por todo o distrito antes de retornar a estação de Rostov. Durante o percurso, o homem se aproximara de várias mulheres com idades diferentes, sempre tentando entabular uma conversa. Mesmo quando rejeitado, não desistia. Parecia que seu objetivo era conversar com todas as mulheres que cruzassem seu caminho.
Pareceu obter sucesso com uma delas, com quem iniciou caricias, mas depois de algum tempo ela se aborreceu e se levantou, gritando com o homem. Zanosovsky e seu parceiro, sem perder tempo, interpelaram o sujeito e pediram seus documentos.
Andrei Chikatilo começou a suar em abundância. Relutante, abriu a valise para que os policiais examinassem seu conteúdo: uma corda, um pote de vaselina e uma afiadíssima faca. Foi levado sob custódia sob a acusação de assédio sexual, crime que dava direito a polícia de detê-lo para averiguações por quinze dias.
Durante esse tempo, foi descoberto um registro criminal anterior de Chikatilo, que havia roubado um linóleo e bateria de um carro de propriedade de uma fábrica do Estado. Não era muito, mas esse crime dilatava o prazo de detenção por vários meses, dando aos investigadores a chance de examinar seu passado com ais cuidado.
As evidências indicavam que ele poderia ser o assassino tão procurado. Resolveram então tirar uma amostra de seu sangue, para identificar seu tipo sanguíneo: era tipo A. Se, a essa altura dos acontecimentos, a polícia tivesse colido amostras de saliva e sêmen, teria descoberto que seu tipo sanguíneo na verdade era AB. Mas os antígenos B em seu sangue não estavam presentes de forma suficiente para serem detectados.
A única evidência real que restou para a polícia, e que poderia ligá-lo aos crimes, era o conteúdo de sua pasta. Chikatilo então foi condenado apenas por roubo.

Livre Novamente

Chikatilo cumpriu três meses de uma pena de um ano e foi solto outra vez, ainda em 1984. Os crimes então continuaram.
Em dezembro, Chikatilo já estava empregado em uma fábrica de locomotivas perto de Novocherkassk. Como antes, seu serviço incluía muitas viagens, todas legítimas, a trabalho.
Permaneceu sem matar até agosto de 1985, quando se aproximou de uma jovem de 18 anos com problemas mentais. Ela concordou em segui-lo até uma mata perto da linha do trem e algum tempo depois estava morta, com marcas de 387 facadas pelo corpo.
Ainda em agosto, Chikatilo encontrou uma jovem na estação de Ônibus de Shakhty, que disse a ele não ter onde dormir. Oferecendo a ela seu barraco em troca de favores sexuais, guiou-a pelo caminho da floresta. Mais uma vez ele falhou sexualmente. De novo, uma mulher riu de seu pobre desempenho. Foi morta de imediato, sem dó nem piedade.
Foi pedido a Bukhanovsky um novo perfil criminal. O profissional agora estava provido de todas as informações sobre os crimes. Num trabalho longo e mais preciso, descreveu o assassino em série como alguém que tinha controle de suas ações, narcisista e arrogante. Como muitos criminosos deste tipo, achava-se mais talentoso do que realmente era e desmerecido por seus pares. Segundo o psiquiatra, ele não era criativo, mas seguia um plano prévio de ação. Era heterossexual, sádico e necrófilo. Primeiro atingia a cabeça das vítimas, surpreendendo-as e evitando qualquer reação, iniciando então o processo de atingi-las com inúmeras facadas, que simbolicamente significavam penetrações sexuais. Masturbava-se. Cegava suas vítimas por várias razões, entre elas para impedir que sua imagem permanecesse em seus olhos, crença popular comum. Emasculava os meninos para feminizá-los, e quando fazia isso com meninas, manifestava seu poder sobre elas. Provavelmente guardava os órgãos sexuais extirpados ou os ingeria.
Uma hipótese interessante foi levantada: o assassino tinha uma relação estranha com as mudanças climáticas, pois antes da maioria dos assassinatos as marcações do barômetro haviam caído. A maioria dos crimes aconteceu entre terça e quinta-feira, dias de trabalho. A idade do criminoso devia estar entre os 45 e 50 anos, e ele parava de matar quando achava que corria o risco de ser descoberto.
Para entender melhor a mente desse assassino, Bukarov, o analista forense, entrevistou o famoso Anatoly Slivko, molestador e assassino de sete meninos. Achavam que procuravam alguém parecido com ele. Esse condenado foi executado logo após a conversa.
Em 1986, apesar de o esquadrão de investigação ainda estar trabalhando, extra-oficialmente o caso foi passado para as mãos de Issa Kostoyev, diretor do Departamento de Crimes Violentos de Moscou. Ele reorganizou os trabalhos em três times: Shakhty, Rostov e Novoshakhtinsk. Decidiu que qualquer pessoa que tivesse sido condenada por qualquer crime com motivo sexual fosse checada novamente. Profundas investigações começaram a ser feitas, e pode ser por esse motivo que Chikatilo, assustado, parou de matar por algum tempo.
Em 1987, Chikatilo assassinou um menino de 13 anos que concordou em segui-lo atrás de alguma recompensa, durante uma viagem para a cidade de Revda, nos Urais. Seu corpo foi encontrado nas proximidades da estação de trem local. Em julho do mesmo ano, a viagem a Zaporozhye, Ucrânia, resultou na morte de outro menino que o seguiu floresta adentro. O ataque a este garoto foi tão brutal, que a faca de Chikatilo quebrou na cena do crime, sendo encontrada pela polícia.
Em 1988, tornou a matar no mês de abril. Desta vez, sua vítima foi uma mulher de 30 anos, na cidade de Krasny-Sulin. Na cena do crime foi encontrada uma pegada do assassino, tamanho 45.
No ano de 1989, mais oito vítimas foram mortas por Chikatilo. Uma delas no apartamento vazio de sua filha, agora divorciada. Ele embebedou Tatyana Ryshova e a seduziu. Depois de esfaqueá-la e estuprá-la, se deu conta de que não poderia deixar o corpo em local tão óbvio. Utilizando-se de uma faca de cozinha, decapitou-a, amputou as pernas e embrulhou tudo em panos. Amarrou a trouxa no trenó de um vizinho e levou os restos mortais para um local de despejo seguro.
Outro crime foi cometido quando Chikatilo estava indo ao aniversário do pai. Ao ver Yelena Varga, 9 anos, não pode se conter: enganou-a para que o seguisse até a floresta e esfaqueou-a. Deixou ali o corpo depois de arrancar o útero e parte da face da menina.
A última vítima de 1989 foi um menino de 10 anos, que ele conheceu em uma locadora de vídeo. Foi morto a facadas e enterrado no cemitério de Rostov pelo próprio assassino.
No ano de 1990, a polícia ainda não havia resolvido os crimes, e todos sabiam quanto estava custando o fracasso.
Entre janeiro e novembro do mesmo ano, Chikatilo matou mais nove pessoas. A preferência dele agora se definia por meninos. Uma das vítimas foi Vadim Tishchenko, cujo corpo foi encontrado perto da Estação de Trem de Leskhoz, em Rostov.
Mais uma vez a polícia começou a montar um enorme esquema de vigilância permanente em todas as estações de trem e ônibus das redondezas, com policiais usando até óculos especiais para visão noturna.
Todos os passageiros que embarcavam diariamente eram observados. Foram utilizadas também iscas humanas, com policiais femininas bonitas vestindo roupas à paisana bastante provocativas. Era o desespero instalado na polícia, que pretendia capturar, por fim, aquele terrível criminoso que já agia havia mais de doze anos.
Outro esquadrão foi escalado paras identificar quem vendera a passagem de ônibus que fora encontrada ao lado do corpo do menino. Enfim, depois de um trabalho exaustivo de entrevistas, um atendente da estação de Shakhty reconheceu a foto do garoto. Contou à polícia que ele havia comprado sua passagem acompanhado de um senhor alto, bem vestido e grisalho, que usava óculos de muitos graus. O atendente também informou que sua filha já havia visto esse mesmo senhor um ano antes, quando ele estava em um trem conversando com um outro menino e tentando convencê-lo a descer do trem com ele. O garoto se recusou e fugiu. A polícia foi imediatamente conversar com a tal filha, que deu uma descrição detalhada do sujeito. Afirmou que ele era freqüentador constante dos trens, sempre tentando descer acompanhado de algum jovem.
Antes que a polícia pudesse chegar a Andrei Chikatilo, mais uma m,oca foi vítima dele: Svetlana Korostik, 20 anos. Foi surrada, esfaqueada e mutilada. Desta vez o assassino arrancou a língua dela e ambos os mamilos, antes de cobrir o corpo da jovem com galhos e folhas.
A polícia começou então a ler todos os relatórios anteriores sobre fatos estranhos que seus investigadores poderiam ter observado nas estações. Ao ler o relatório do sargento Ribakov, o chefe Kostoyev surpreendeu-se. Como aquele relato passara despercebido?
O sargento Igor Ribakov contava que, num certo dia, trabalhando na estação de trem, reparou em um homem andando pela plataforma, suando profusamente. Ao chegar perto para examinar melhor, notou que o senhor em questão tinha mancha de sangue na face e no lóbulo da orelha, além de ter um curativo em um dos dedos da mão. Pediu os documentos do tal homem: Andrei Chikatilo, engenheiro sênior de uma fábrica de locomotivas em Rostov. O policial ia fazer mais perguntas quando um trem chegou, e Chikatilo insistiu que tinha de seguir viagem naquele momento. Não havendo nenhuma razão real para segurá-lo ali, Ribakov o deixou seguir seu caminho. Apreensivo, o chefe Kostoyev resolveu checar os registros de viagem desse tal Chikatilo.
Nesse meio tempo, outro corpo foi encontrado na cidade de Ilovaisk, o da menina Alyosha Voronka. Kostoyev logo descobriu que Chikatilo estivera nessa cidade a negócios, na mesma data. O esquadrão principal decidiu montar um esquema de vigilância permanente sobre aquele suspeito, para tentar pegá-lo em flagrante.


Preso Novamente

Em 10 de novembro de 1990, Chikatilo resolveu procurar um serviço de raios X para descobrir porque seu dedo, mordido por uma das vítimas, ainda doía tanto. Constatou-se que o dedo estava realmente quebrado. Recebeu tratamento e foi dispensado. Ao chegar em casa, resolveu sair outra vez para comprar cerveja. No caminho parou para conversar com um garoto, mas afastou-se quando a mãe dele apareceu. Logo adiante encontrou outro menino e se engajou numa outra conversa, até que a mãe dele também o chamou. Foi então que três homens, vestindo jaqueta de couro, aproximaram-se dele e se identificaram como policiais. Chikatilo foi algemado e preso para averiguações, levado para o escritório de Mikhail Fetisov, principal chefe de todos os esquadrões.
Ao verificar a pasta que carregava, constataram que o conteúdo era o mesmo de seis anos antes: uma corda, vaselina e uma faca afiada.
Encontrar mais evidências não foi difícil. Uma busca em seu apartamento revelou 23 outras facas diferentes, um machado e um par de sapatos que combinava com a pegada encontrada ao lado do corpo de uma das vítimas. O difícil para a polícia estava sendo acreditar que aquele gentil e educado senhor de fala mansa fosse o terrível monstro procurado fazia tanto tempo pela polícia russa.

Confissões

Não foi tarefa simples fazer o assassino confessar. Kostoyev jogou a velha isca da doença mental, dizendo que se assim fosse diagnosticado os crimes não seriam sua culpa e ele receberia tratamento. Confrontou o suspeito com as provas circunstanciais que tinha, mas nada fazia Chikatilo falar. Sob pressão do tempo hábil que tinha para manter o suspeito preso para averiguações, Kostoyev pediu a ajuda de Bukhanosvsky, que, se utilizando do perfil que havia feito, conquistou o assassino, demonstrando que era capaz de entendê-lo como ninguém.
Apesar de a polícia só ter notícia, até então, de 36 crimes conectados como de mesma autoria, Chikatilo confessou em detalhes 53 crimes, sendo 21 meninos, 14 meninas e 18 jovens mulheres. Sua memória era brilhante. Ele se lembrava de datas, locais e até da roupa que suas vítimas vestiam no momento do crime. Também descreveu o método especial que desenvolvera para matar com facas, de modo que o sangue não espirasse nele mesmo.
O acusado reconstituiu seus crimes utilizando-se de um manequim, explicando todos os seus métodos de atacar, amarrar, esfaquear, abusar, mutilar e matar. Suas vítimas eram tão severamente mutiladas que, quando as autoridades do Uzbequistão encontraram o corpo de uma jovem no trigal, acharam que ela tivesse caído embaixo de uma máquina agrícola. Em outros três casos, a polícia achou que tivesse encontrado corpos de meninas, mas depois de examinados, constatou-se que se tratava de meninos.



Julgamento e execução

Em 1992, Andrei Chikatilo foi enviado ao Instituto Serbsky, em Moscou, para uma avaliação neurológica e psiquiátrica. Ali constataram que o criminoso tinha danos cerebrais importantes que danificavam seu controle da bexiga e da ejaculação, mas segundo o laudo, foi considerado mentalmente são e apto para ser julgado.
O julgamento do também chamado Açougueiro de Rostov teve início em 14 de abril de 1992. Estavam presentes os parentes das vítimas e a imprensa.
Chikatilo apresentou a si mesmo como uma alma atormentada e enlouquecida por sua impotência sexual. Descreveu em detalhes seus sangrentos crimes e seu comportamento psicótico, causando diversos desmaios na platéia. Durante todo o tempo, foi mantido em uma jaula de metal para sua própria poteção.
Ao final, o juiz declarou, com base no depoimento dos psiquiatras, que aquele assassino estava em seu perfeito juízo mental quando cometera os crimes.
Em 15 de outubro de 1992, Andrei Romanovich Chikatilo foi declarado culpado por 52 assassinatos e condenado à morte. Escapou de um de seus crimes por falta de provas.
Quando ouviu sua sentença declarou:
- Quero que meu cérebro seja desmontado pedaço por pedaço e examinado, de maneira que não haja outros como eu.
A apelação por indulgência, foi rejeitada pelo Presidente Boris Yeltsin em 15 de fevereiro de 1994, e Chikatilo foi executado no mesmo dia com um tiro de pistola na nuca.

Um comentário:

  1. Faltou colocar a fonte ne.

    Quem quiser saber mais, parte dessa biografia foi retirada do livro Serial Killer: Louco ou Cruel ? de Ilana Casoy.

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