terça-feira, 24 de agosto de 2010

A prova é a testemunha

Descrição: Os corredores do Fórum fervilham. Pessoas comuns, jornalistas, estudantes de Direito. Na rua, uma multidão. No plenário, todos sabem que serão longas horas, longos dias, em que cada um espera comprovar sua própria verdade. Ilana Casoy que acompanhou o Caso Isabella Nardoni durante dois anos, se debruçou em pilhas e pilhas de papéis, sabe que aqueles serão dias em que poderá, enfim, deixar registrado o que se passou durante o júri. E é pelos olhos imparciais dessa especialista, pela transcrição dos fatos, porém repleta de emoção, que todos poderão conhecer o que se passou dentro do Tribunal até que se desse o veredicto. Um emocionante embate entre Defesa e Acusação, uma narrativa contundente, explícita, para todos os que querem conhecer as entranhas desse julgamento.

Editora: Larousse
Autor: Ilana Casoy
ISBN: 9788576357674
Ano: 2010
Número de páginas: 240
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

sábado, 14 de agosto de 2010

Vídeo - Dennis Nilsen

Vídeo sobre o serial killer Dennis Andrew Nilsen, em espanhol e dividido em 5 partes.



















quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dennis Andrew Nilsen



Nome Completo: Dennis Andrew Nilsen
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 23 de novembro de 1945
Local de Nascimento: Fraserburgh - Escócia
Número de vítimas: 16
Motivo: Solidão

História

Dennis Andrew Nilsen nasceu em Fraserburugh, Escócia, em 23 de novembro de 1945, filho do meio de um casamento que durou sete anos, provavelmente em decorrência do alcoolismo do pai, Olav.
A mãe, Betty, uma irmã, um irmão e Dennis sempre moraram com os avós maternos. Dennis tinha uma relação especial com seu avô, mas este faleceu quando o menino tinha apenas 6 anos. Neste acontecimento está a explicação de Nilsen para seu trauma: a mãe, sem contar a ele o que tinha acontecido, o levou para ver o corpo do avô morto, o que significou um choque terrível e uma perda insubstituível. Em depoimentos posteriores, Dennis diria que a morte do avô, fora uma espécie de morte emocional dentro dele.
Quando estava com 8 anos, quase morreu afogado no mar. Foi resgatado por um garoto mais velho que brincava na praia e, enquanto estava desacordado na areia, o garoto tirou suas roupas e se masturbou sobre ele. Nilsen só soube o que houve quando acordou e viu o esperma do rapaz sobre sua barriga.
Dois anos depois, sua mãe casou-se outra vez e teve mais quatro filhos, negligenciando Dennis, agora uma criança solitária. Na infância dele não encontramos histórico de crueldade com animais ou outras crianças. Dennis não era do tipo agressivo, que seria mais condizente com o futuro assassino em que se transformara.
Nilsen não teve vida sexual na adolescência, mas experimentou atração por outros meninos. Em 1961, aos 16 anos, alistou-se no exército e tornou-se cozinheiro. Foi nessa função que aprendeu o oficio de açougueiro.
Consumia bastante álcool e mantinha-se afastado dos outros. Foi nessa época, quando passou a dormir em um quarto privativo, que Nilsen descobriu seu corpo, mas o dissociava de si mesmo. Olhava no espelho de forma que não visse seu rosto, admirava o corpo do rapaz do “outro lado” e masturbava-se. A fantasia foi tomando proporções maiores e, algum tempo depois, ele passou a imaginar que “o outro” estava morto, estado em que Nilsen considerava possível alcançar a perfeição física e emocional. Chegava a usar maquiagem para melhorar os efeitos especiais, incluindo neles sangue falso para fazer parecer que o corpo tinha sido assassinado. Imaginava alguém o levando e enterrando-o.
Em 1972, iniciou um treinamento para se tornar policial. Uma das experiências mais marcantes do curso foi assistir a necropsias no necrotério. Ficou fascinado. Depois de um ano, desistiu da carreira. Empregou-se como entrevistador em uma agência de empregos, carreira que seguiu até ser preso.
Em 1975 mudou-se para 195 Melrose Place, ao norte de Londres, um apartamento térreo com jardim. Morava com ele David Gallichan, que negava que sua amizade fosse homossexual. Compraram uma cachorrinha a quem chamaram Bleep, e também um gato. Dois anos depois separaram-se, e Nilsen aumentou bastante seu consumo de álcool e as horas que passava vendo televisão. Um ano e meio depois começou a matar.

Os Crimes

Dennis Nilsen começou a matar aos 33 anos, quando ainda morava numa casa no número 195 da Avenida Melrose. Encontrava jovens em pubs, levava-os para casa, bebiam juntos, iam para cama e, ao acordar, ele se dava conta de que o novo amigo iria embora, deixando-o sozinho mais uma vez. Incapaz de suportar a separação estrangulava o parceiro com uma gravata e mantinha o cadáver em sua casa enquanto era possível, acariciando o corpo sem vida, banhando-o, vendo televisão com ele ou se masturbando em sua companhia. Quando cansava, escondia o corpo embaixo das tábuas da sala. Quando sentia-se só outra vez, retirava o corpo do esconderijo e brincava com ele como se fosse um boneco.
No começo, Nilsen “brincava” de cativeiro com os parceiros, mas deixava-os ir. Embora ainda vivos, saíam de sua casa muito assustados com os momentos sem ar que haviam enfrentado enrolados na própria gravata. Depois, Des passou a não deixa-los mais partir.
A primeira vítima de Nilsen, em dezembro de 1978, foi um jovem irlandês anônimo que ele trouxe para casa e estrangulou com uma gravata. Dennis depois masturbou-se sobre o corpo, guardando-o sob o piso de tábuas até agosto de 1979, quando foi queimado em uma fogueira no lado de fora.
Em novembro de 1979, Nilsen tentou estrangular Andrew Ho, um jovem chinês, mas Ho escapou e chamou a polícia. Confrontado com o colega anterior, os oficiais aceitaram a história de Nilsen de tentativa de roubo por parte de Ho e deixaram a questão esquecida. Poucos dias depois, em 3 de dezembro, Nilsen estrangulou o canadense Kenneth Ockendon com um fio elétrico e dissecou seu corpo, jogando partes no vaso sanitário, enquanto muito dos restos cortados permaneceram comprimidos sob o piso.
Em maio de 1980, Nilsen assassinou Martin Duffey, de 19 anos, escondendo seu corpo junto aos restos fragmentados de Ockendon. Naquele verão, Billy Sutherland, 26 anos, juntou-se ao grupo crescente, seguido em breve por uma vítima que era mexicana ou filipina.
As memórias eram vagas sobre as cinco vítimas seguintes; seus nomes desconhecidos, identificados somente por algum traço físico ou peculiaridade de comportamento que ficou na mente de Nilsen. Um jovem irlandês e um viajante mal nutrido foram levados para casa em rápida sucessão, e ambos foram estrangulados até a morte no apartamento de Nilsen. O oitavo foi cortado em três pedaços, seus restos escondidos sob o piso por dois dias antes de serem queimados em outra fogueira no jardim. A nona vítima foi o jovem Scot, e seu sucessor, um rebelde do “tipo de Billy Sutherland”. O número onze era um skinhead de conversa desagradável, notável pela tatuagem de uma linha pontilhada ao redor de seu pescoço com as instruções “Corte Aqui”. Nilsen o fez, e o jovem foi incinerado em uma fogueira em maio de 1981. Em setembro daquele ano, Nilsen encontrou o epiléptico Malcom Barlow caído contra a parede de seu jardim e telefonou para a ambulância. Barlow voltou a ver Nilsen no dia seguinte em sua liberação do hospital, o que foi um erro fatal.
Ele usava inseticida em seu apartamento duas vezes por dia, para livrar-se das moscas. Um vizinho mencionou o cheiro horrível permanente, mas Nilsen assegurou que era da construção decadente.
Para livrar-se dos corpos, prendia seu cachorro e seu gato no jardim, tirava a roupa de baixo com a qual vestia os cadáveres e os cortava em pedaços no chão da cozinha, utilizando uma faca. Algumas vezes fervia a cabeça de suas vítimas para retirar a carne, na panela que havia comprado na época do primeiro assassinato. Também guardava pedaços de corpos no galpão do jardim, ou em um buraco perto de um arbusto, do lado de fora da casa. Os órgãos internos de suas vítimas eram colocados dentro de uma brecha entre as cercas duplas de seu terreno. Alguns torsos foram guardados dentro de malas e sacolas, que levava para o quintal quando tinha tempo e os queimava. Sempre o intrigou o fato de ninguém questioná-lo sobre suas atividades nessas ocasiões. Crianças da vizinhança se aproximavam para ver o “churrasco”, que durava o dia inteiro. Nilsen as avisava para ficarem distantes. Quando o fogo apagava, esmagava os crânios entre as cinzas da fogueira e espalhava os restos sobre a terra. Cada fogueira queimava até seis corpos. Doze cadáveres foram incinerados.
Depois de queimar todos os corpos, Nilsen se mudou e em sua nova moradia não havia jardim, e sumir com os corpos se tornou um problema.
Um mês depois de se mudar, acomodando-se em seu novo apartamento, em 25 de novembro de 1981, Nilsen tentou estrangular Paul Nobbs com uma gravata. Nobbs sobreviveu ao ataque, que aconteceu enquanto ele dormia, mas não fez nenhum relatório para a polícia. A vítima seguinte, John Howlett, lutou desesperadamente por sua vida, forçando Nilsen a afogá-lo na banheira quando o estrangulamento mostrou-se ineficaz. Os restos de Howlett foram cortados na banheira e então cozidos em um caldeirão antes de serem jogados no vaso sanitário.
Em maio de 1982, Nilsen tentou aofogar Carl Stottor em sua banheira, mudando de ideia no meio do caminho, persuadindo Stottor de que a agressão tinha a intenção de “revivê-lo” após ele quase sufocar em seu saco de dormir. No dia seguinte, enquanto caminhava na floresta, Nilsen arrastou-se atrás de Stottor e jogou-o ao chão, mas novamente Stottor sobreviveu, indiferente ao ataque e não registrando nenhuma reclamação até Nilsen ser preso por múltiplos assassinatos.
A vítima número 14 foi o alcoólatra Graham Allen, assassinado e dissecado no apartamento de Nilsen; partes de seu corpo foram colocadas em sacolas e armazenadas no armário, enquanto outras foram cozidas e jogadas no vaso sanitário. Um punk local chamado Stephen Sinclair foi o último a morrer, assassinado em 1º de fevereiro de 1983; partes de seu corpo foram jogadas no vaso sanitário uma semana depois.

Problemas no encanamento, descoberta dos corpos e prisão

Dennis Nilsen chegava em casa naquela sexta-feira, 4 de fevereiro de 1983, depois de mais um dia de trabalho na Jobcentre, agência de empregos da qual era executivo. Ele sempre saía pontualmente às 8h30 e retornava às 17h, nunca se atrasava, pois sua cachorrinha Bleep o esperava ansiosa para passear. Nesse dia Nilsen chegou do passeio diário com Bleep e encontrou uma vizinha moradora do térreo, Fiona Bridges. Sem paciência, ele a ouviu contar sobre o entupimento do vaso sanitário de seu apartamento, como o namorado Jim não conseguira desentupi-lo com métodos caseiros, como havia telefonado para a administradora pedindo reparos, etc. Ela perguntou se a privada de seu apartamento também estava com problemas, ele negou e subiu apressado os três lances de escada que o levavam ao sossego. Nem deu muita importância ao caso.
Naquele mês de fevereiro de 1983, a vida de todos no edifício localizado no número 23 da rua Cranley Gardens seria marcada pela descoberta de um dos mais famosos serial killers da Inglaterra, que naquela época nem mesmo estava sendo procurado; a polícia nem desconfiava que havia um criminoso assim em ação.
No sábado, 5 de fevereiro, chegou ao edifício da Cranley Gardens o encanador Mike Welch. Depois de tentar resolver o problema de entupimento com os métodos usuais e sem obter nenhum resultado, pediu para ver a caixa de inspeção. Sem conseguir entender porque não conseguia desentupir os vasos, aconselhou os moradores a chamar uma empresa com mais equipamentos específicos para casos mais difíceis, uma espécie de roto-rooter local, a Dyno-rod.
Jim, namorado de Fiona, deixou um bilhete para todos os vizinhos sobre os reparos e pediu-lhes que não dessem descarga em nenhum apartamento – porque a água estava refluindo – até segunda-feira, quando a Dyno-rod resolveria o problema dos encanamentos. Fiona também encontrou Des Nilsen ma escadaria e o informou sobre os últimos aocntecimentos. Des gelou.. Finalmente achou que poderia ser ele o causador da dor de cabeça geral, que teria entupido todo o prédio ao descartar os pedaços das vítimas que picava para se livrar das provas. O que faria, agora?
Na terça à tardinha, Michael Cattran, encanador da Dyno-rod, desceu na caixa de inspeção do esgoto com uma lanterna e achou que não estava enxergando direto ao se deparar com mais de trinta pedaços de carne impedindo o fluxo no encanamento. O cheiro era de carniça, mas seria possível? Com todos os moradores em volta dele, ligou para seu supervisor e relatou o achado. Ainda perguntou ao morador do sótão, que tinha um cachorro, se ele costumava jogar na privada os restos da carne com que alimentava o animal, mas recebeu uma negativa dele. Sem saber o que fazer e percebendo o nervosismo e constrangimento que tomava conta dos moradores do edifício, Michael resolveu ganhar tempo e retornar no dia seguinte com seu supervisor. Nunca tinha visto um entupimento como aquele.
Dennis Nilsen bebeu muito nessa noite, para diminuir o ritmo dos pensamentos que rodavam num turbilhão de energia dentro de sua cabeça. Considerou a ideia de se suicidar, mas o que seria de Bleep? Claro, teria de matá-la primeiro... Isso estava fora de cogitação, jamais conseguiria tirar a vida da amada cachorrinha. E mais, se sumisse da Terra, ninguém jamais saberia o destino daquelas pessoas. Por volta da meia-noite, desceu pé ante pé, abriu a caixa de inspeção, desceu iluminando o caminho com uma lanterna, recolheu os pedaços de carne dentro de um saco de lixo e espalhou-os no jardim do fundo do edifício. Na volta encontrou Jim e Fiona. Sem graça, disse que tinha ido “tirar água do joelho”.
No dia seguinte, Michael voltou com seu supervisor, Gary Wheeler. Foi com surpresa que constataram que a caixa de inspeção agora estava limpa, exceto por uma ridícula quantidade de dejetos ainda ali. Desconfiada, Fiona resolveu chamar a polícia.
O inspetor-chefe, detetive Peter Jay, atendeu ao chamado. Desconfiado dos estranhos acontecimentos, recolheu a carne e alguns ossos e levou o material para o dr. David Bowen, professor de medicina forense da Universidade de Londres. Ele identificou o tecido como humano, provavelmente da região do pescoço. Os ossos também eram humanos, da mão de uma pessoa.
Ao chegar em casa, Dennis Nilsen já imaginava encontrar a polícia aguardando-o. Três detetives o abordaram, disseram a ele que a carne encontrada no encanamento era humana e perguntaram onde estava o resto do corpo. À queima-roupa, Nilsen respondeu:
- Em sacos plásticos, no armário perto da porta. Eu mostro a vocês.
Atônito, sem esperar por resposta tão direta, o detetive Jay indagou:
- Algo mais?
Nilsen disse:
- É uma longa história. Vou contar tudo. Quero tirar tudo isso do meu peito, mas não aqui, na delegacia.
Jay ainda arriscou:
- Estamos falando de um corpo ou dois?
Nilsen, sorrindo meio sem jeito, respondeu:
- 15 ou 16 desde 1978...
O depoimento de Nilsen demorou mais de trinta horas. Ele falou sobre suas técnicas e ajudou a polícia a identificar partes das vítimas. Não pediu compaixão nem demonstrou remorso. Graças aos seus completíssimos depoimentos, foi possível juntar os pedaços de cada corpo, como num quebra-cabeça. Foi o corpo de Sinclair, o mais inteiro que possibilitou a acusação de Nilsen por assassinato e assegurou sua prisão para investigações.
O advogado designado para defender Nilsen foi o dr. Ronald T. Moss, que acompanhou todas as confissões de seu cliente. Ele estava satisfeito em constatar que Nilsen entendia tudo o que acontecia. Estava até escrevendo suas memórias, ajudado por um jovem escritor, Brian Masters.
NIlsen esperou pelo julgamento na Prisão de Brixton. Estava assustado com a reação da mídia aos seus crimes, e queria que todos entendessem que ele era apenas um homem comum. Declarou que deixara sete de suas vítimas irem embora com vida de sua casa, mas que só se lembrava do nome de quatro delas. Destas, três testemunharam contra ele no tribunal: Carl Stotter, Douglas Stewart e Paul Nobbs. Nilsen tentou diminuir a credibilidade das vítimas, mostrando ao seu advogado alguns problemas com o depoimento deles. Disse que Stewart ficou para tomar mais uma bebida depois do suposto ataque alegado por ele, coisa que a testemunha não soube explicar. A defesa também provou que Stewart tinha vendido sua história para a mídia. Nobbs admitiu ter tido um encontro sexual com Nilsen, e que ele pareceu amigável durante todo o tempo. Stotter, tímido e terrificado pelos procedimentos, também declarou que Nilsen era solícito e amigável. Mesmo assim, seu relato fez grande estrago na defesa do acusado.
O advogado Ronald Moss foi dispensado, e em seu lugar foi contratado Ralph Haeems, o advogado do prisioneiro por quem Nilsen se apaixonou na prisão, David Martin. Haeems decidiu defender Nilsen diminuindo sua responsabilidade nos crimes, alegando insanidade por anormalidade mental.
Nilsen, ao olhar as fotografias da perícia, duvidou que os familiares das vítimas algum dia o perdoassem. Escreveu mais de 50 cadernos sobre suas memórias para ajudar no processo, além de esquetes mostrando seu modus operandi.
No julgamento, que teve início em 24 de outubro de 1983, Nilsen foi acusado por seis homicídios e duas tentativas de homicídio. Alegou inocência para cada uma delas.
O promotor Alan Green argumentou que Nilsen sabia exatamente o que estava fazendo, tendo como provas as próprias declarações do acusado na delegacia. A defesa continuava reforçando a tese de doença mental, por meio de várias análises psiquiátricas.
O relato de Nilsen para a polícia foi lido na Corte, atividade que durou quatro horas. Entre as evidências levadas a juízo, estavam a panela de Nilsen, sua tábua de cortar e um jogo de facas que pertenceram a Martin Duffey.
Chamado como testemunha de defesa, o psiquiatra James McKeith discutiu vários aspectos de uma desordem de personalidade não especificada, da qual acreditava que Nilsen sofria. Descreveu a dificuldade do acusado em demonstrar seu sentimento e como ele sempre fugiu dos relacionamentos que iam mal. Seu comportamento inadequado teria tido início na infância. Ele teria habilidade de separar suas funções mentais e comportamentais em um nível extraordinário, que implicava diminuir a responsabilidade pelo que fazia. O psiquiatra também mostrou a associação de Nilsen entre corpos inconscientes e excitação sexual. Também descreveu Nilsen como narcisista e prepotente, além de ter um prejudicado senso de identidade e de ser capaz de despersonalizar outras pessoas, até um ponto em que não sentisse muito o que estava fazendo a eles.
O segundo psiquiatra, Patrick Gallwey, diagnosticou Nilsen como fronteiriço e portador da Síndrome do Falso Eu, o que o levaria a “brancos” ocasionais de distúrbios esquizofrênicos, que ele manejava a maior parte do tempo para que não viesse a tona. Demonstrou como uma pessoa pode se desintegrar sob circunstancias de isolamento social e testemunhou acreditar que Nilsen não premeditava seus atos. O depoimento de Gallwey foi confuso e repleto de jargões médicos, o que o fez ser até criticado pelo juiz.
Por último foi chamado o psiquiatra legal Paul Bowden, que atendeu Nilsen por catorze horas, mais que qualquer outro psiquiatra da defesa. Ele alegou não ter encontrado evidências que confirmassem o que havia sido testemunhado por seus colegas, e concluiu que Nilsen era extremamente manipulador. Era um caso único, com anormalidade mental, mas não com desordem mental. Sua explicação sobre a diferença entre as duas não ficou muito clara.
Durante o resumo do julgamento feito para os jurados, o juiz os instruiu que a mente pode ser demoníaca sem ser anormal, dispensando todos os jargões psiquiátricos já utilizados. O júri se retirou para decidir o veredicto em 3 de novembro. No dia seguinte, com base nas divergências profundas que já estavam surgindo, o juiz do caso declarou que aceitaria a maioria de votos; não seria necessária a unanimidade.
Naquele mesmo dia, Dennis Andrew Nilsen foi considerado culpado de todas as acusações e sentenciado à prisão perpétua e não elegível a condicional por 25 anos. Nilsen estava com quase 38 anos.
Nilsen cumpre pena de prisão perpétua na Prisão de Segurança Máxima Full Stutton, perto da cidade de Pocklington, Inglaterra.