terça-feira, 24 de agosto de 2010

A prova é a testemunha

Descrição: Os corredores do Fórum fervilham. Pessoas comuns, jornalistas, estudantes de Direito. Na rua, uma multidão. No plenário, todos sabem que serão longas horas, longos dias, em que cada um espera comprovar sua própria verdade. Ilana Casoy que acompanhou o Caso Isabella Nardoni durante dois anos, se debruçou em pilhas e pilhas de papéis, sabe que aqueles serão dias em que poderá, enfim, deixar registrado o que se passou durante o júri. E é pelos olhos imparciais dessa especialista, pela transcrição dos fatos, porém repleta de emoção, que todos poderão conhecer o que se passou dentro do Tribunal até que se desse o veredicto. Um emocionante embate entre Defesa e Acusação, uma narrativa contundente, explícita, para todos os que querem conhecer as entranhas desse julgamento.

Editora: Larousse
Autor: Ilana Casoy
ISBN: 9788576357674
Ano: 2010
Número de páginas: 240
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

sábado, 14 de agosto de 2010

Vídeo - Dennis Nilsen

Vídeo sobre o serial killer Dennis Andrew Nilsen, em espanhol e dividido em 5 partes.



















quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dennis Andrew Nilsen



Nome Completo: Dennis Andrew Nilsen
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 23 de novembro de 1945
Local de Nascimento: Fraserburgh - Escócia
Número de vítimas: 16
Motivo: Solidão

História

Dennis Andrew Nilsen nasceu em Fraserburugh, Escócia, em 23 de novembro de 1945, filho do meio de um casamento que durou sete anos, provavelmente em decorrência do alcoolismo do pai, Olav.
A mãe, Betty, uma irmã, um irmão e Dennis sempre moraram com os avós maternos. Dennis tinha uma relação especial com seu avô, mas este faleceu quando o menino tinha apenas 6 anos. Neste acontecimento está a explicação de Nilsen para seu trauma: a mãe, sem contar a ele o que tinha acontecido, o levou para ver o corpo do avô morto, o que significou um choque terrível e uma perda insubstituível. Em depoimentos posteriores, Dennis diria que a morte do avô, fora uma espécie de morte emocional dentro dele.
Quando estava com 8 anos, quase morreu afogado no mar. Foi resgatado por um garoto mais velho que brincava na praia e, enquanto estava desacordado na areia, o garoto tirou suas roupas e se masturbou sobre ele. Nilsen só soube o que houve quando acordou e viu o esperma do rapaz sobre sua barriga.
Dois anos depois, sua mãe casou-se outra vez e teve mais quatro filhos, negligenciando Dennis, agora uma criança solitária. Na infância dele não encontramos histórico de crueldade com animais ou outras crianças. Dennis não era do tipo agressivo, que seria mais condizente com o futuro assassino em que se transformara.
Nilsen não teve vida sexual na adolescência, mas experimentou atração por outros meninos. Em 1961, aos 16 anos, alistou-se no exército e tornou-se cozinheiro. Foi nessa função que aprendeu o oficio de açougueiro.
Consumia bastante álcool e mantinha-se afastado dos outros. Foi nessa época, quando passou a dormir em um quarto privativo, que Nilsen descobriu seu corpo, mas o dissociava de si mesmo. Olhava no espelho de forma que não visse seu rosto, admirava o corpo do rapaz do “outro lado” e masturbava-se. A fantasia foi tomando proporções maiores e, algum tempo depois, ele passou a imaginar que “o outro” estava morto, estado em que Nilsen considerava possível alcançar a perfeição física e emocional. Chegava a usar maquiagem para melhorar os efeitos especiais, incluindo neles sangue falso para fazer parecer que o corpo tinha sido assassinado. Imaginava alguém o levando e enterrando-o.
Em 1972, iniciou um treinamento para se tornar policial. Uma das experiências mais marcantes do curso foi assistir a necropsias no necrotério. Ficou fascinado. Depois de um ano, desistiu da carreira. Empregou-se como entrevistador em uma agência de empregos, carreira que seguiu até ser preso.
Em 1975 mudou-se para 195 Melrose Place, ao norte de Londres, um apartamento térreo com jardim. Morava com ele David Gallichan, que negava que sua amizade fosse homossexual. Compraram uma cachorrinha a quem chamaram Bleep, e também um gato. Dois anos depois separaram-se, e Nilsen aumentou bastante seu consumo de álcool e as horas que passava vendo televisão. Um ano e meio depois começou a matar.

Os Crimes

Dennis Nilsen começou a matar aos 33 anos, quando ainda morava numa casa no número 195 da Avenida Melrose. Encontrava jovens em pubs, levava-os para casa, bebiam juntos, iam para cama e, ao acordar, ele se dava conta de que o novo amigo iria embora, deixando-o sozinho mais uma vez. Incapaz de suportar a separação estrangulava o parceiro com uma gravata e mantinha o cadáver em sua casa enquanto era possível, acariciando o corpo sem vida, banhando-o, vendo televisão com ele ou se masturbando em sua companhia. Quando cansava, escondia o corpo embaixo das tábuas da sala. Quando sentia-se só outra vez, retirava o corpo do esconderijo e brincava com ele como se fosse um boneco.
No começo, Nilsen “brincava” de cativeiro com os parceiros, mas deixava-os ir. Embora ainda vivos, saíam de sua casa muito assustados com os momentos sem ar que haviam enfrentado enrolados na própria gravata. Depois, Des passou a não deixa-los mais partir.
A primeira vítima de Nilsen, em dezembro de 1978, foi um jovem irlandês anônimo que ele trouxe para casa e estrangulou com uma gravata. Dennis depois masturbou-se sobre o corpo, guardando-o sob o piso de tábuas até agosto de 1979, quando foi queimado em uma fogueira no lado de fora.
Em novembro de 1979, Nilsen tentou estrangular Andrew Ho, um jovem chinês, mas Ho escapou e chamou a polícia. Confrontado com o colega anterior, os oficiais aceitaram a história de Nilsen de tentativa de roubo por parte de Ho e deixaram a questão esquecida. Poucos dias depois, em 3 de dezembro, Nilsen estrangulou o canadense Kenneth Ockendon com um fio elétrico e dissecou seu corpo, jogando partes no vaso sanitário, enquanto muito dos restos cortados permaneceram comprimidos sob o piso.
Em maio de 1980, Nilsen assassinou Martin Duffey, de 19 anos, escondendo seu corpo junto aos restos fragmentados de Ockendon. Naquele verão, Billy Sutherland, 26 anos, juntou-se ao grupo crescente, seguido em breve por uma vítima que era mexicana ou filipina.
As memórias eram vagas sobre as cinco vítimas seguintes; seus nomes desconhecidos, identificados somente por algum traço físico ou peculiaridade de comportamento que ficou na mente de Nilsen. Um jovem irlandês e um viajante mal nutrido foram levados para casa em rápida sucessão, e ambos foram estrangulados até a morte no apartamento de Nilsen. O oitavo foi cortado em três pedaços, seus restos escondidos sob o piso por dois dias antes de serem queimados em outra fogueira no jardim. A nona vítima foi o jovem Scot, e seu sucessor, um rebelde do “tipo de Billy Sutherland”. O número onze era um skinhead de conversa desagradável, notável pela tatuagem de uma linha pontilhada ao redor de seu pescoço com as instruções “Corte Aqui”. Nilsen o fez, e o jovem foi incinerado em uma fogueira em maio de 1981. Em setembro daquele ano, Nilsen encontrou o epiléptico Malcom Barlow caído contra a parede de seu jardim e telefonou para a ambulância. Barlow voltou a ver Nilsen no dia seguinte em sua liberação do hospital, o que foi um erro fatal.
Ele usava inseticida em seu apartamento duas vezes por dia, para livrar-se das moscas. Um vizinho mencionou o cheiro horrível permanente, mas Nilsen assegurou que era da construção decadente.
Para livrar-se dos corpos, prendia seu cachorro e seu gato no jardim, tirava a roupa de baixo com a qual vestia os cadáveres e os cortava em pedaços no chão da cozinha, utilizando uma faca. Algumas vezes fervia a cabeça de suas vítimas para retirar a carne, na panela que havia comprado na época do primeiro assassinato. Também guardava pedaços de corpos no galpão do jardim, ou em um buraco perto de um arbusto, do lado de fora da casa. Os órgãos internos de suas vítimas eram colocados dentro de uma brecha entre as cercas duplas de seu terreno. Alguns torsos foram guardados dentro de malas e sacolas, que levava para o quintal quando tinha tempo e os queimava. Sempre o intrigou o fato de ninguém questioná-lo sobre suas atividades nessas ocasiões. Crianças da vizinhança se aproximavam para ver o “churrasco”, que durava o dia inteiro. Nilsen as avisava para ficarem distantes. Quando o fogo apagava, esmagava os crânios entre as cinzas da fogueira e espalhava os restos sobre a terra. Cada fogueira queimava até seis corpos. Doze cadáveres foram incinerados.
Depois de queimar todos os corpos, Nilsen se mudou e em sua nova moradia não havia jardim, e sumir com os corpos se tornou um problema.
Um mês depois de se mudar, acomodando-se em seu novo apartamento, em 25 de novembro de 1981, Nilsen tentou estrangular Paul Nobbs com uma gravata. Nobbs sobreviveu ao ataque, que aconteceu enquanto ele dormia, mas não fez nenhum relatório para a polícia. A vítima seguinte, John Howlett, lutou desesperadamente por sua vida, forçando Nilsen a afogá-lo na banheira quando o estrangulamento mostrou-se ineficaz. Os restos de Howlett foram cortados na banheira e então cozidos em um caldeirão antes de serem jogados no vaso sanitário.
Em maio de 1982, Nilsen tentou aofogar Carl Stottor em sua banheira, mudando de ideia no meio do caminho, persuadindo Stottor de que a agressão tinha a intenção de “revivê-lo” após ele quase sufocar em seu saco de dormir. No dia seguinte, enquanto caminhava na floresta, Nilsen arrastou-se atrás de Stottor e jogou-o ao chão, mas novamente Stottor sobreviveu, indiferente ao ataque e não registrando nenhuma reclamação até Nilsen ser preso por múltiplos assassinatos.
A vítima número 14 foi o alcoólatra Graham Allen, assassinado e dissecado no apartamento de Nilsen; partes de seu corpo foram colocadas em sacolas e armazenadas no armário, enquanto outras foram cozidas e jogadas no vaso sanitário. Um punk local chamado Stephen Sinclair foi o último a morrer, assassinado em 1º de fevereiro de 1983; partes de seu corpo foram jogadas no vaso sanitário uma semana depois.

Problemas no encanamento, descoberta dos corpos e prisão

Dennis Nilsen chegava em casa naquela sexta-feira, 4 de fevereiro de 1983, depois de mais um dia de trabalho na Jobcentre, agência de empregos da qual era executivo. Ele sempre saía pontualmente às 8h30 e retornava às 17h, nunca se atrasava, pois sua cachorrinha Bleep o esperava ansiosa para passear. Nesse dia Nilsen chegou do passeio diário com Bleep e encontrou uma vizinha moradora do térreo, Fiona Bridges. Sem paciência, ele a ouviu contar sobre o entupimento do vaso sanitário de seu apartamento, como o namorado Jim não conseguira desentupi-lo com métodos caseiros, como havia telefonado para a administradora pedindo reparos, etc. Ela perguntou se a privada de seu apartamento também estava com problemas, ele negou e subiu apressado os três lances de escada que o levavam ao sossego. Nem deu muita importância ao caso.
Naquele mês de fevereiro de 1983, a vida de todos no edifício localizado no número 23 da rua Cranley Gardens seria marcada pela descoberta de um dos mais famosos serial killers da Inglaterra, que naquela época nem mesmo estava sendo procurado; a polícia nem desconfiava que havia um criminoso assim em ação.
No sábado, 5 de fevereiro, chegou ao edifício da Cranley Gardens o encanador Mike Welch. Depois de tentar resolver o problema de entupimento com os métodos usuais e sem obter nenhum resultado, pediu para ver a caixa de inspeção. Sem conseguir entender porque não conseguia desentupir os vasos, aconselhou os moradores a chamar uma empresa com mais equipamentos específicos para casos mais difíceis, uma espécie de roto-rooter local, a Dyno-rod.
Jim, namorado de Fiona, deixou um bilhete para todos os vizinhos sobre os reparos e pediu-lhes que não dessem descarga em nenhum apartamento – porque a água estava refluindo – até segunda-feira, quando a Dyno-rod resolveria o problema dos encanamentos. Fiona também encontrou Des Nilsen ma escadaria e o informou sobre os últimos aocntecimentos. Des gelou.. Finalmente achou que poderia ser ele o causador da dor de cabeça geral, que teria entupido todo o prédio ao descartar os pedaços das vítimas que picava para se livrar das provas. O que faria, agora?
Na terça à tardinha, Michael Cattran, encanador da Dyno-rod, desceu na caixa de inspeção do esgoto com uma lanterna e achou que não estava enxergando direto ao se deparar com mais de trinta pedaços de carne impedindo o fluxo no encanamento. O cheiro era de carniça, mas seria possível? Com todos os moradores em volta dele, ligou para seu supervisor e relatou o achado. Ainda perguntou ao morador do sótão, que tinha um cachorro, se ele costumava jogar na privada os restos da carne com que alimentava o animal, mas recebeu uma negativa dele. Sem saber o que fazer e percebendo o nervosismo e constrangimento que tomava conta dos moradores do edifício, Michael resolveu ganhar tempo e retornar no dia seguinte com seu supervisor. Nunca tinha visto um entupimento como aquele.
Dennis Nilsen bebeu muito nessa noite, para diminuir o ritmo dos pensamentos que rodavam num turbilhão de energia dentro de sua cabeça. Considerou a ideia de se suicidar, mas o que seria de Bleep? Claro, teria de matá-la primeiro... Isso estava fora de cogitação, jamais conseguiria tirar a vida da amada cachorrinha. E mais, se sumisse da Terra, ninguém jamais saberia o destino daquelas pessoas. Por volta da meia-noite, desceu pé ante pé, abriu a caixa de inspeção, desceu iluminando o caminho com uma lanterna, recolheu os pedaços de carne dentro de um saco de lixo e espalhou-os no jardim do fundo do edifício. Na volta encontrou Jim e Fiona. Sem graça, disse que tinha ido “tirar água do joelho”.
No dia seguinte, Michael voltou com seu supervisor, Gary Wheeler. Foi com surpresa que constataram que a caixa de inspeção agora estava limpa, exceto por uma ridícula quantidade de dejetos ainda ali. Desconfiada, Fiona resolveu chamar a polícia.
O inspetor-chefe, detetive Peter Jay, atendeu ao chamado. Desconfiado dos estranhos acontecimentos, recolheu a carne e alguns ossos e levou o material para o dr. David Bowen, professor de medicina forense da Universidade de Londres. Ele identificou o tecido como humano, provavelmente da região do pescoço. Os ossos também eram humanos, da mão de uma pessoa.
Ao chegar em casa, Dennis Nilsen já imaginava encontrar a polícia aguardando-o. Três detetives o abordaram, disseram a ele que a carne encontrada no encanamento era humana e perguntaram onde estava o resto do corpo. À queima-roupa, Nilsen respondeu:
- Em sacos plásticos, no armário perto da porta. Eu mostro a vocês.
Atônito, sem esperar por resposta tão direta, o detetive Jay indagou:
- Algo mais?
Nilsen disse:
- É uma longa história. Vou contar tudo. Quero tirar tudo isso do meu peito, mas não aqui, na delegacia.
Jay ainda arriscou:
- Estamos falando de um corpo ou dois?
Nilsen, sorrindo meio sem jeito, respondeu:
- 15 ou 16 desde 1978...
O depoimento de Nilsen demorou mais de trinta horas. Ele falou sobre suas técnicas e ajudou a polícia a identificar partes das vítimas. Não pediu compaixão nem demonstrou remorso. Graças aos seus completíssimos depoimentos, foi possível juntar os pedaços de cada corpo, como num quebra-cabeça. Foi o corpo de Sinclair, o mais inteiro que possibilitou a acusação de Nilsen por assassinato e assegurou sua prisão para investigações.
O advogado designado para defender Nilsen foi o dr. Ronald T. Moss, que acompanhou todas as confissões de seu cliente. Ele estava satisfeito em constatar que Nilsen entendia tudo o que acontecia. Estava até escrevendo suas memórias, ajudado por um jovem escritor, Brian Masters.
NIlsen esperou pelo julgamento na Prisão de Brixton. Estava assustado com a reação da mídia aos seus crimes, e queria que todos entendessem que ele era apenas um homem comum. Declarou que deixara sete de suas vítimas irem embora com vida de sua casa, mas que só se lembrava do nome de quatro delas. Destas, três testemunharam contra ele no tribunal: Carl Stotter, Douglas Stewart e Paul Nobbs. Nilsen tentou diminuir a credibilidade das vítimas, mostrando ao seu advogado alguns problemas com o depoimento deles. Disse que Stewart ficou para tomar mais uma bebida depois do suposto ataque alegado por ele, coisa que a testemunha não soube explicar. A defesa também provou que Stewart tinha vendido sua história para a mídia. Nobbs admitiu ter tido um encontro sexual com Nilsen, e que ele pareceu amigável durante todo o tempo. Stotter, tímido e terrificado pelos procedimentos, também declarou que Nilsen era solícito e amigável. Mesmo assim, seu relato fez grande estrago na defesa do acusado.
O advogado Ronald Moss foi dispensado, e em seu lugar foi contratado Ralph Haeems, o advogado do prisioneiro por quem Nilsen se apaixonou na prisão, David Martin. Haeems decidiu defender Nilsen diminuindo sua responsabilidade nos crimes, alegando insanidade por anormalidade mental.
Nilsen, ao olhar as fotografias da perícia, duvidou que os familiares das vítimas algum dia o perdoassem. Escreveu mais de 50 cadernos sobre suas memórias para ajudar no processo, além de esquetes mostrando seu modus operandi.
No julgamento, que teve início em 24 de outubro de 1983, Nilsen foi acusado por seis homicídios e duas tentativas de homicídio. Alegou inocência para cada uma delas.
O promotor Alan Green argumentou que Nilsen sabia exatamente o que estava fazendo, tendo como provas as próprias declarações do acusado na delegacia. A defesa continuava reforçando a tese de doença mental, por meio de várias análises psiquiátricas.
O relato de Nilsen para a polícia foi lido na Corte, atividade que durou quatro horas. Entre as evidências levadas a juízo, estavam a panela de Nilsen, sua tábua de cortar e um jogo de facas que pertenceram a Martin Duffey.
Chamado como testemunha de defesa, o psiquiatra James McKeith discutiu vários aspectos de uma desordem de personalidade não especificada, da qual acreditava que Nilsen sofria. Descreveu a dificuldade do acusado em demonstrar seu sentimento e como ele sempre fugiu dos relacionamentos que iam mal. Seu comportamento inadequado teria tido início na infância. Ele teria habilidade de separar suas funções mentais e comportamentais em um nível extraordinário, que implicava diminuir a responsabilidade pelo que fazia. O psiquiatra também mostrou a associação de Nilsen entre corpos inconscientes e excitação sexual. Também descreveu Nilsen como narcisista e prepotente, além de ter um prejudicado senso de identidade e de ser capaz de despersonalizar outras pessoas, até um ponto em que não sentisse muito o que estava fazendo a eles.
O segundo psiquiatra, Patrick Gallwey, diagnosticou Nilsen como fronteiriço e portador da Síndrome do Falso Eu, o que o levaria a “brancos” ocasionais de distúrbios esquizofrênicos, que ele manejava a maior parte do tempo para que não viesse a tona. Demonstrou como uma pessoa pode se desintegrar sob circunstancias de isolamento social e testemunhou acreditar que Nilsen não premeditava seus atos. O depoimento de Gallwey foi confuso e repleto de jargões médicos, o que o fez ser até criticado pelo juiz.
Por último foi chamado o psiquiatra legal Paul Bowden, que atendeu Nilsen por catorze horas, mais que qualquer outro psiquiatra da defesa. Ele alegou não ter encontrado evidências que confirmassem o que havia sido testemunhado por seus colegas, e concluiu que Nilsen era extremamente manipulador. Era um caso único, com anormalidade mental, mas não com desordem mental. Sua explicação sobre a diferença entre as duas não ficou muito clara.
Durante o resumo do julgamento feito para os jurados, o juiz os instruiu que a mente pode ser demoníaca sem ser anormal, dispensando todos os jargões psiquiátricos já utilizados. O júri se retirou para decidir o veredicto em 3 de novembro. No dia seguinte, com base nas divergências profundas que já estavam surgindo, o juiz do caso declarou que aceitaria a maioria de votos; não seria necessária a unanimidade.
Naquele mesmo dia, Dennis Andrew Nilsen foi considerado culpado de todas as acusações e sentenciado à prisão perpétua e não elegível a condicional por 25 anos. Nilsen estava com quase 38 anos.
Nilsen cumpre pena de prisão perpétua na Prisão de Segurança Máxima Full Stutton, perto da cidade de Pocklington, Inglaterra.



domingo, 25 de julho de 2010

Vídeo Aileen Wuornos

Vídeo de parte do julgamento de Aileen Wuornos, com depoimento de Tyria Moore, que vivia com ela na época dos crimes e com a divulgação de fitas de gravações de telefones das duas nas quais Aillen confessa os crimes.




segunda-feira, 19 de julho de 2010

Monster - Desejo Assassino

Título Original: Monster
Duração: 109 minutos
Ano: 2003
Atores: Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Scott Wilson, Lee Tergensen
Diretor: Patty Jenkins

Sinopse: Filme baseado na história real de Aileen Wuornos, uma prostituta lésbica e serial killer. Em Michigan, a infância de Wournos foi marcada pelo abuso sexual e uso de drogas. Mais tarde, aos 13 anos, iniciou-se na prostituição e logo ficou grávida. Em seguida, mudou-se para a Flórida, onde seguiu na prostituição, trabalhando nas estradas. Entre 1989 e 1990, no mesmo período em que cometeu os assassinatos, conhece Selby Wall (Christina Ricci), com quem vive um tórrido romance. A assassina é presa e executada em outubro de 2002.

domingo, 18 de julho de 2010

Ilana Casoy

Ilana Casoy se dedica ao estudo de crimes violentos e assassinatos em série a onze anos. Formada em Administração pela FGV e pós-graduanda em Criminologia pelo IBCCRIM, participa como membro consultivo da comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB SP. Solicitada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo e de outros estados para ajudar na elaboração do perfil criminal de casos em andamento. Em suas palestras, trata de assuntos relacionados à criminalidade e violência, com recurso de documentários de suas entrevistas com os assassinos. Tem três livros publicados: Serial Killer – Louco ou Cruel?, Serial Killers – Made in Brasil e o Quinto Mandamento – Caso de Polícia, todos lançados pela editora Ediouro.
Sua primeira obra “Serial Killer – Louco ou Cruel?”, inclui aspectos gerais e psicológicos dos mais famosos serial killers internacionais, passando pelo perfil criminal, investigação e abordando ainda 16 casos reais, dentre os mais notórios: Ed Gein, Andrei Chikatilo, Ted Bundy, Albert Fish, Aileen Wuornos e o Zodíaco. Lançou seu segundo livro “Serial Killers – Made in Brasil”, onde reúne sete casos de assassinos brasileiros, além de entrevistas exclusivas com Marcelo Costa de Andrade – o Vampiro de Niterói, Francisco Costa Rocha – o Chico Picadinho e Pedro Rodrigues Filho – o Pedrinho Matador.
Em maio de 2006 lançou “O Quinto Mandamento – Caso de Polícia”. Neste livro, Ilana revela em informações exclusivas as pistas que a jovem Suzane Louise Von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos deixaram na cena do crime e destaca o impressionante trabalho pericial e policial empregados a este caso. Munida de uma autorização judicial foi a única civil a participar da reconstituição do crime. Para mostrar toda a estratégia dos acontecimentos, conversou com aproximadamente 100 envolvidos na investigação entre advogados, policiais, juízes, promotores e por intermédio dos peritos, tirou dúvidas com os próprios assassinos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vídeo - Aileen Wuornos

Vídeo do programa A&E Biography sobre a serial killer Aileen Wuornos.























terça-feira, 13 de julho de 2010

Aileen Wuornos

Nome Completo: Aileen Carol Wuornos
Sexo: Feminino
Data de Nascimento: 29 de fevereiro de 1956
Local de Nascimento: Michigan - EUA
Número de vítimas: 7+
Motivo: Sexual
Data da Morte: 9 de outubro de 2002
Como morreu: executada por injeção letal

História

Aileen Wuornos nasceu com o nome de Aileen Carol Pittman em Rochester, Michigan, em 29 de fevereiro de 1956. Seus pais adolescentes separaram-se meses antes de seu nascimento; o pai, Leo Pittman, foi cumprir um período em hospitais mentais de Kansas e Michigan como um demente molestador de crianças. A mãe Diane Prat, lembra-se de Aileen e seu irmão mais velho Keith como “bebês chorosos e infelizes”, e seu barulho motivou-a a deixá-los com seus pais no ínicio de 1960. Em 18 de março daquele ano, os avós maternos Lauri e Britta Wuornos aodtaram legalmente as crianças como suas.
A infância de Aileen mostrou pouca melhora. Aos 16 anos ela teve cicatrizes de queimaduras faciais enquanto, juntamente com Keith, estava ateando fogo com o fluído do isqueiro. Aileen depois disse a polícia que ela fazia sexo com Keith desde criança, mas conhecidos duvidaram da história e Keith não é incapaz de se defender, já que morreu de câncer na garganta em 1976. De qualquer forma, Aileen estava claramente fazendo sexo com alguém, pois ficou grávida aos 14 anos, tendo seu filho na maternidade do hospital de Detroit em 23 de março de 1971. A avó Britta morreu em 7 de julho desse mesmo ano e, embora sua morte tenha sido atribuída a uma falha do fígado, Diane Pratt suspeita de seu pai quanto ao assassinato, reclamando que ele ameaçou matar Aileen e Keith se eles não fossem retirados de sua casa.
De fato, eles se tornaram tutelados do tribunal, Aileen logo abandonou a escola para trabalhar nas ruas em tempo integral, ganhando seu sustento como prostituta adolescente, vagando pelo país de acordo com seu humor. Em maio de 1974 usando o pseudônimo Sandra Kretsch, ela foi presa no Distrito de Jefferson, Colorado, por conduta desordeira, dirigir embriagada e atirar com uma pistola calibre 22 de um veículo em movimento. Acusações adicionais de falha em comparecer foram registradas quando ela saiu da cidade antes de seu julgamento. De volta a Michigan, em 13 de julho de 1976, Aileen foi presa no Distrito de Antrim por agressão simples e distúrbio da paz após ela arremessar uma bola de bilhar na cabeça do atendente de um bar. Os mandados pendentes foram também secundados pelas acusações de dirigir sem licença e consumir álcool em um veículo. Em 4 de agosto de 1976, Aileen liquidou seu débito com a sociedade com uma multa de 105 doláres.
O dinheiro veio, pelo menos indiretamente, de seu irmão. A morte de Keith em 17 de julho surpreendeu-a com um pagamento de seguro de vida de 10 mil dólares, dissipados em dois meses em luxos incluindo um carro novo, que Aileen imediatamente quebrou em um acidente. No fim de setembro, partiu novamente. Ela pediu carona para a Flórida, ansiosa para experimentar um clima mais quente, esperando praticar seu negócio ao sol. Foi uma mudança de cenário, mas a atitude de Aileen ainda era a mesma, e ela inevitavelmente enfrentou mais problemas com a lei.
Em 20 de maio de 1981, Wuornos foi presa em Edgewater, Flórida, por roubo armado de uma loja de conveniência. Sentenciada a prisão em 4 de maio de 1982, ela foi liberada um ano e um mês depois, em 13 de junho de 1983. Sua próxima prisão, em 1º de maio de 1984, foi por tentar passar cheques falsos em um banco em Key West. Em 30 de novembro de 1985, nomeada como suspeita no roubo de uma pistola e munição no Distrito de Pasco, Aileen emprestou o codinome Lori Grody de sua tia em Michigan. Onze dias depois, a polícia rodoviária da Flórida citou Grody por dirigir sem carteira de motorista válida. Em 4 de janeiro de 1986, Aileen foi presa em Miami, com seu próprio nome, acusada de roubo de carro, resistência a prisão e obstrução com informação falsa; a polícia encontrou um revólver calibre 38 e uma caixa de munição no carro roubado. Em 2 de junho de 1986, os oficiais do Distrito de Volusia detiveram Lori Grody para interrogatório após um companheiro acusá-la de sacar uma arma em seu carro e exigir 200 dólares. Apesar de suas negativas, Aileen estava carregando munição sobressalente consigo, e uma pistola 22 foi encontrada sob o banco do passageiro que ela ocupava. Uma semana depois, usando o novo codinome de Susan Blahovec, ela foi multada por excesso de velocidade no Distrito de Jefferson, Flórida. A citação incluía uma observação dita: “Pobre atitude. Pensa que está acima da lei”.
Poucos dias depois daquele incidente, Aileen encontrou a lésbics Tyria Moore em um bar gay de Daytona. Elas logo se tornaram amantes e quando a paixão esmaeceu após cerca de um ano, elas permaneceram amigas próximas e companheiras de viagem, quase inseparáveis pelos quatro anos seguintes. Em 4 de julho de 1987, a polícia de Daytona Beach deteve Tyria Moore e Susan Blahovec para interrogatório, sob suspeita de terem golpeado um homem com uma garrafa de cerveja. Blahovec estava sozinha em 18 de dezembro quando os patrulheiros da rodovia citaram-na por andar em estrada interestadual com a carteira de motorista suspensa. Uma vez mais, a citação observou “atitude pobre” e Susan provou isso nos dois meses seguintes, com cartas ameaçadoras ao escriturário do tribunal da comarca, em 11 de janeiro e em 9 de fevereiro de 1988.
Um mês depois, Wuornos estava tentando uma nova abordagem e um novo pseudônimo. Em 12 de março de 1988, Cammie Marsh Greene acusou um motorista de ônibus de Daytona Beach de agressão e disse que ele a empurrou para fora do ônibus depois de uma discussão; Tyria Moore foi registrada como testemunha do incidente. Em 23 de julho, um senhorio acusou Moore e Susan Blahovec de atos de vandalismo em seu apartamento, pois elas removeram o carpete e pintaram as paredes de marrom escuro sem sua aprovação. Em novembro de 1988, Susan Blahovec lançou uma campanha de seis dias de telefonemas ameaçadores contra o supermercado de Zephyrhills, seguindo uma discussão sobre bilhetes de loteria.
Em 1989, o comportamento de Aileen estava se tornando cada vez mais errático e beligerante. Nunca aceitou insultos inconsequentemente e agora provocava confrontos, raramente viajando sem uma pistola carregada em sua bolsa Ela trabalhava nos bares e pontos de ônibus, pedindo carona para aplicar golpes quando tudo o mais falhasse, complementando sua renda de prostituta com roubo quando podia. Várias vezes ela falou com Moore sobre muitos problemas de sua vida e um anseio por vingança.

Os Assassinatos e a descoberta das identidades

Richard Mallory, 51 anos, eletricista de Palm Harbor, foi visto pela última vez vivo por colegas de trabalho em 30 de novembro de 1989. Seu carro foi encontrado abandonado em Ormond Beach no dia seguinte, e sua carteira e papéis pessoais estavam espalhados nas proximidades, juntamente com diversos preservativos e meia garrafa de Vodca. Em 13 de dezembro, seu corpo totalmente vestido foi encontrado na floresta a noroeste de Daytona Beach, atingido três vezes por tiros no peito com uma pistola 22. A polícia, ao procurar um motivo no assassinato, soube que Mallory tinha se divorciado cinco vezes, ganhando a reputação de um grande bebedor, que era muito paranoico e muito fixado em pornografia e cenas de bar de topless. Um empregado anterior descreveu-o como débil, mas a polícia voltou sem nada em sua pesquisa para o registro criminal. Eles não encontrariam nenhuma “coisa suja” na vítima, finalmente concluindo que ele foi apenas um mulherengo paranoico.
A investigação foi paralisada nesse ponto em 1º de junho de 1990, quando uma vítima nua “John Doe” foi encontrada, atingida por tiros seis vezes com uma arma calibre 22 e jogada na floresta 40 milhas ao norte de Tampa. Em 7 de junho, o corpo foi identificado pelos registros dentários como David Spears, 43 anos, visto pela última vez deixando seu local de trabalho em Sarasota em 19 de maio. Spears tinha planejado visitar sua ex-esposa em Orlando naquela tarde, mas nunca chegou. Ironicamente, seu chefe tinha visto a caminhonete desaparecida do homem morto em 25 de maio, estacionada ao longo da I-75 ao sul de Gainesville, mas ali os indícios perderam-se.
Na época em que Spears foi identificado, uma terceira vítima foi encontrada. Charles Carskaddon, 40 anos, era um trabalhador de rodeio em período parcial em Boneville, Missouri, desaparecido desde 31 de maio. Ele desapareceu em algum lugar na I-75, a caminho do encontro com sua noiva em Tampa e seu corpo nu foi encontrado a cerca de 48 quilômetros ao sul do local do assassinato de Spears em 6 de junho. Carskaddon foi atingido nove vezes com uma arma calibre 22, sugerindo um padrão aos oficiais que ainda resistiam a ideia de um serial killer a solta. Em 7 de junho, o carro de Carskaddon foi encontrado no Distrito de Marion, com uma pistola 45 automática e diversos itens pessoais relacionados como roubados no veículo.
Peter Siems, 65 anos, marinheiro mercante que se tornou missionário, foi visto pela última vez em 7 de junho de 1990, quando deixou sua casa em Júpiter, Flórida, para visitar parentes no Arkansas. Siems nunca chegou, e o boletim de pessoa desaparecida foi registrado na polícia em 22 de junho. Nenhum sinal do homem foi encontrado em 4 de julho, quando seu carro foi acidentado e abandonado em Orange Springs, Flórida. As testemunhas descreveram os ocupantes do veículo como duas mulheres, uma loura e a outra morena, fornecendo a polícia fotos de artistas similares a cada uma delas. A loura foi ferida e sangrava. À polícia levantou uma impressão digital da mão ensanguentada do porta-malas do veículo.
Eugene Burress, 50 anos, deixou a fábrica de salsichas de Ocala onde trabalhava para fazer seu turno normal de entrega em 30 de julho de 1990. O boletim de pessoa desaparecida foi registrado quando ele não retornou às 2 horas do dia seguinte e seu furgão de entrega foi encontrado duas horas depois. Em 4 de agosto, seu corpo totalmente vestido foi encontrado por uma família que fazia piquenique na Floresta Nacional de Ocala. Burress foi atingido duas vezes com uma pistola calibre 22 nas costas e no peito. Nas proximidades, a polícia encontrou seus cartões de crédito, recibos comerciais e uma sacola de dinheiro de um banco local vazia.
Dick Humphreys era um chefe de polícia aposentado de 56 anos, depois empregado pelo Departamento de Saúde e Serviços de Reabilitação da Flórida para investigar reclamações de abuso infantil em Ocala. Sua esposa relatou seu desaparecimento quando não voltou do trabalho para casa na noite de 11 de setembro de 1990, e Humphreys foi encontrado no dia seguinte em uma subdivisão não desenvolvida, atingido sete vezes com uma pistola calibre 22, com os bolsos de suas calças virados do avesso. Em 19 de setembro, seu carro foi encontrado abandonado e sem as placas atrás de uma agência funerária em Live Oak. Apreendido em 25 de setembro, o carro não foi reconhecido como de Humphreys até 13 de outubro, o mesmo dia em que seu distintivo e pertences pessoais foram encontrados no Distrito de Lake, 112,6 quilômetros a sudoeste da cena do assassinato.
A sétima vítima foi Walter Antonio, de 60 anos, um caminhoneiro da ilha Merrit que também trabalhava como oficial da reserva da polícia no Distrito de Brevard. Encontrado na floresta a noroeste da cidade de Cross em 19 de novembro de 1990, ele foi atingido três vezes nas costas e uma vez na cabeça por tiros. Antonio estava nu, exceto pelas meias, e suas roupas foram encontradas depois em uma área remota do Distrito vizinho de Taylor. Seu carro, enquanto isso foi encontrado de volta no Distrito de Brevard em 24 de novembro. A polícia determinou que o assassino de Antonio roubou um anel de ouro juntamente com seu distintivo, cassetete, algemas e lanterna.
Na época, os jornalistas observaram o padrão óbvio que os detetives estavam relutantes em aceitar, e a pressão da mídia forçou as autoridades a irem a público com os retratos falados das suspeitas em 30 de novembro de 1990. Durante as três semanas seguintes, a polícia recebeu quatro telefonemas identificando as suspeitas como Tyria Moore e Susan Blahovec. Seus movimentos foram rastreados por meio de recibos de motel e os detetives souberam que Blahovec também gostava de chamar-se Lori Grody e Cammie Marsh Greene. As comparações das impressões digitais fizeram o restante, designando Blahovec/Grody/Greene como Aileen Wuornos, colocando-a na cena em que o carro de Peter Siems foi acidentado em julho, mas ainda faltava aos oficiais rastearem as mulheres.
Enquanto isso, Cammie Greene estava ocupada penhorando os itens roubados de suas vítimas e embolsando algum dinheiro extra. Em 6 de dezembro, ela penhorou a câmera e o detector de radar de Richard Mallory em Daytona, movendo-se para Ormond Beach com uma caixa de ferramentas roubada de David Spears (Ela também deixou uma impressão do polegar em Ormon Beach, idêntica aquela de Lori Grody.) No dia seguinte, no Distrito de Volusia, Greene penhorou a aliança de Walter Antonio, depois identificada pela sua noiva e pelo joalheiro que a ajustou.

Prisão e Julgamento de Wuornos

Com fotografias de identificação e uma lista de nomes em mãos, foi uma questão relativamente simples rastrear Aileen Wuornos, embora seu estilo de vida sem raízes atrasasse a prisão por mais um mês. Em 9 de janeiro de 1991, ela foi presa em Last Resort, um bar de motoqueiros em Harbor Oaks, detida pelos mandatos pendentes para Lori Grody enquanto a polícia acabava de construir o caso de assassinato. Um dia depois, Tyria Moore foi localizada na casa de sua irmã na Pensilvânia, onde concordou em auxiliar a polícia. De volta a Flórida, os detetives grampearam uma série de conversas telefônicas entre Moore e Wuornos, nas quais Tyria pedia a Aileen para confessar pelo bem de Moore e poupá-la da ação penal como cúmplice. Uma conversa levou a polícia a um armazém que Aileen tinha alugado, e a busca revelou as ferramentas roubadas de David Spears, o cassetete tomado de Walter Antonio, outra câmera e um barbeador elétrico, pertencentes a Richard Mallory.
Em 16 de janeiro de 1991, Wuornos convocou os detetives e confessou seis assassinatos, todos supostamente realizados em autodefesa. Ela negou ter matado Peter Siems, cujo corpo ainda estava desaparecido, e da mesma forma desmentiu qualquer ligação ao assassinato de uma vítima John Doe atingido mortalmente com uma arma calibre 22 no Distrito de Brooks, Geórgia, e encontrado em estado avançado de decomposição em 5 de maio de 1990 (nenhuma acusação foi registrada nesse caso). “Atirei neles porque era como uma coisa de autodefesa”, disse ela a polícia, “porque senti que se não atirasse neles e não os matasse primeiro... se eles sobrevivessem, poderia estar com problemas por tentativa de assassinato, assim estaria na pior nesse sentido, e se não os matasse, você sabe, claro, quero dizer tinha de matá-los... ou é como retaliação também. É como ‘idiota, você esta me machucando’”.
Nas duas primeiras semanas de sua prisão, Aileen e seu advogado tinham vendido os direitos de filmagem de sua história. Ao mesmo tempo, três investigadores principais em seu caso contrataram seu próprio advogado para receber ofertas de Hollywood, encolhendo-se embaraçados quando sua pressa imprópria foi publicamente revelada. Em autodefesa, os oficiais sustentaram que estavam querendo vender sua versão do caso com “intenções puras”, planejando colocar o dinheiro em um fundo para as vítimas.
Um show bizarro e paralelo ao julgamento de assassinato pendente começou no fim de janeiro de 1991 com o aparecimento de Arlene Pralle como advogada chefe de Aileen. Uma esposa de rancheiro de 44 anos e “renascida” como Christian, Pralle informou Wournos em sua primeira carta à prisão que “Jesus me disse para escrever a você”. Logo, elas estavam tendo conversas diárias ao telefone às custas de Pralle, com Arlene conseguindo entrevistas para Wuornos e para si própria e tornando-se um ponto fixo em programas ao vivo na televisão de costa a costa. Nas palavras de Pralle, seu relacionamento era “um vinculo da alma. Somos como Jonas e Davi na Bíblia. É como se parte de mim estivesse presa na cadeia com ela. Nós sempre sabemos o que a outra está sentindo e pensando. Eu apenas queria ser Houdini. Poderia tirá-la de lá. Se houvesse um jeito eu o faria, e poderíamos ir e ser vagabundas para sempre”. Em vez disso, Pralle fez a melhor coisa, legalmente adotando Wuornos como sua “filha”.
O julgamento de Aileen pelo assassinato de Richard Mallory começou em 13 de janeiro de 1992. Onze dias depois, Wuornos tomou o banco de testemunhas como a única testemunha de defesa, repetindo sua narração de estupro violento e espancamento nas mãos de Mallory, insistindo que atirou nele mortalmente em autodefesa, usando sua pistola somente após ele ter ameaçado sua vida. Sem nenhuma evid~encia firma para apoiar sua reinvidicação, os jurados rejeitaram a história, deliberando meros 90 minutos antes de condenarem Aileen por homicídio doloso em 27 de janeiro. “Sou inocente!”, ela gritou quando o veredito foi anunciado. “Fui estuprada! Espero que você seja estuprado! Seus sujos da América!” O júri a recomendou à morte em 29 de janeiro, e no dia seguinte Aileen foi formalmente sentenciada a morte. Em abril, ela admitiu a culpa nos assassinatos Burress, Humphreys e Spears, com uma segunda sentença de morte imposta em 7 de maio de 1992.
Na mesma época, Aileen ofereceu-se para mostrar à polícia onde o corpo de Peter Siems estava escondido, perto de Beaufort, Carolina do Sul. As autoridades levaram-na para lá, mas nada foi encontrado no local designado. A polícia de Daytona, acredita que Wuornos criou o artifício para tirar uma férias grátis da cadeia. Eles especularam que Siems estaria jogado em um depósito de lixo na I-95, ao norte de Jacksonville, mas seu corpo nunca foi encontrado.
O caso Wuornos teve uma mudança irônica em 10 de novembro de 1992, com as revelações da repórter Michele Gillen no Dateline da NBC. Até aqui, os defensores de Aileen e os promotores da Flórida tinham falhado em desenterrar qualquer registro criminal de Richard Mallory que substanciaria a reclamação de Aileen de estupro e agressão. Na versão oficial Mallory era “limpo”, mesmo de alguma forma paranoico e exageradamente sexcual. Gillen , ainda assim, não teve dificuldade aparente em descobrir que Mallory tinha cumprido dez anos por estupro violento em outro Estado, fatos facilmente obtidos ao colocar seu nome na rede de computadores do FBI.
“A parte fascinante sobre isso”, Gillen disse, “é: aqui está uma mulher que no último ano gritou que não teve um julgamento justo e todos estavam correndo para fazer um filme de TV sobre ela” – e de fato isto se tornou verdade ( o primeiro filme da TV que retratou Aileen foi ao ar em uma rede rival uma semana após o dia do relatório de Gillen). Mesmo assim, Gillen parou pouco antes de pedir a liberação de Aileen. “Ela é uma mulher doente, que terminou com os homens”, Gillen disse, “mas não é uma razão para o Estado dizer ‘ela confessou o assassinato de homens; não temos de fazer nosso trabalho de casa’”.



Execução

Aileen Wuornos foi executada por injeção letal em 9 de outubro de 2002, na prisão estadua da Flórida, em Starke – EUA.
Sua declaração final é um misto de religião e ficção científica: “Eu só gostaria de dizer que estou velejando com A Rocha e voltarei com em Independence Day com Jesus, 6 de junho, como no filme, na nave mãe e tudo. Eu voltarei”. A Rocha é uma referência bíblica a Jesus.
Quando a cortina da câmara da morte se abriu às 9h29min, Wuornos ergueu a cabeça e olhou a audiência com expressão de surpresa, antes de fazer sua declaração final. Às 9h30min a injeção foi administrada em seu braço direito. Dois minutos depois, ela parou de se mexer e foi pronunciada morta às 9h47min, aos 46 anos de idade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Entrevista Paul Bernardo

Vídeo dividido em quatro partes de uma entrevista com o serial killer Paul Bernardo.















sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mais um teste sobre serial killers

Mais um teste sobre serial killers, que eu encontrei na internet. Este é um quiz sobre o assunto com 10 perguntas.

link: http://www.hsw.uol.com.br/quiz.htm?q=84

Se quiserem postem seus resultados nos comentários...

Karla - Paixão Assassina

Título Original: Karla
Duração: 99 minutos
Ano: 2006
Atores: Laura Prepon, Misha Collins, Patrick Bauchau, Emilie Jacobs, Cherilyn Hayres, Adam Lieberman
Diretor: Joel Bender

Sinopse:
Esta é a dança mortal e devassa de Paul Bernardo e Karla Homolka, um espantoso casal canadense, que resultou numa série de vítimas adolescentes, com intensas interpretações de Laura Prepon e Misha Collins. Bastante fiel à história real, as cenas de Karla foram baseadas em depoimentos, relatórios policiais, nas sessões de Karla com seu psiquiatra, e nas fitas filmadas pelos próprios assassinos. Com perplexidade, o público vê os fatos acontecerem, sem nenhum remorso de Paul e com a falsa normalidade de Karla, atormentada por sua consciência, mas incapaz de escapar. Seria possível uma mulher amar tanto, a ponto de se tornar cúmplice de crimes…que começaram.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Preto Amaral


Nome Completo: José Augusto do Amaral
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 15 de agosto de 1871
Local de Nascimento: Conquista - MG
Número de vítimas: 4+
Motivo: Sexual
Data da Morte: 2 de julho de 1927
Como morreu: de tuberculose pulmonar

História

José Augusto do Amaral, nascido em 15 de agosto de 1871, solteiro, era natural de Conquista, Minas Gerais. Seus pais escravos africanos do Congo e de Moçambique, haviam sido comprados pelo Visconde de Ouro Preto.
Amaral foi voluntário da Força Pública do Estado de São Paulo, mas desertou. Era reincidente nesse tipo de atitude, que tomou em todos os corpos militares onde serviu: Brigada Policial do Rio Grande do Sul, Grupo de Artilharia Pesada em Bagé, Regimento de Infantaria de Porto Alegre, 13º Regimento de Cavalaria do Rio de Janeiro. Também se alistou na marinha, mas abandonou o compromisso logo em seguida.
Em seu registro policial constam várias identificações para fins militares, três prisões por vadiagem em São Paulo (1920 e 1921), por vagabundagem em Bauru e Santos (1922) e, nesse mesmo ano por furto em São Paulo.
Nessa época, pós-escravatura no Brasil, era comum que negros fossem presos por esse motivo, pois muitos não conseguiam se empregar oficialmente e viviam de pequenos e eventuais trabalhos. Dessa forma, “Preto Amaral” constava como pessoa de maus antecedentes pela prática do que se denominava contravenção.

Os Crimes

13 de fevereiro de 1926. O menino “Rocco”, pequeno engraxate de 9 anos, trabalhava nas imediações da praça da Concórdia, próximo ao Teatro Colombo, no Brás. Cansado, estava pronto para ir embora. A garoa fina que caia espantava os fregueses naquela tarde cinzenta de São Paulo. As poucas pessoas que passavam pela rua estavam apressadas, tentando escapar da chuva.
Um homem alto, negro, aproximou-se de “Rocco”, pedindo que o ajudasse a carregar uma caixa com roupas, serviço pelo qual ele pagaria 4$000 (quatro mil réis). O menino, excitado com a oportunidade de ganhar um dinheiro extra, aceitou depressa. Seguiu-o da Avenida Celso Garcia até a ponte sobre o rio Tamanduateí, próximo à estação da Cantareira. Ao entrarem pela rua João Theodoro, “Rocco” sentiu um frio no estômago ao ver-se desprotegido pela pouca luz... A rua estava sem iluminação. Antes que pudesse ficar com medo e sem nenhum aviso, o homem atacou o menino diretamente no pescoço, tentando estrangulá-lo. O garoto lutou bravamente com todas suas forças, mas, sem conseguir respirar, desmaiou. Julgando-o morto, o estranho arrastou-o para debaixo da ponte, rasgou suas roupas e preparou-se para violentá-lo, quando num golpe de sorte, um carro aproximou-se e estacionou. Receoso de ser flagrado, o estranho largou “Rocco” e fugiu. O menino acordou um tempo depois, gemendo sem parar. Com muito esforço, machucado e enlameado, chegou até a rua. Duas moças que passavam por ali viram o menino e chamaram imediatamente um policial.
O motorista de táxi Basílio Patti estava saindo para trabalhar quando foi parado pelo grupo, ao atravessar a ponte da Rua João Theodoro. O policial pediu a Patti que levasse “Rocco” até a casa dos pais.
Aturdida com a história contada pelo filho, a família não deu queixa a polícia.
O criminoso tinha certeza de ter matado o menino. Depois de vagar a noite inteira pelo centro da cidade, voltou ao local no dia seguinte para dar vazão aos seus desejos sexuais. Surpreso, não achou cadáver algum...
5 de dezembro de 1926. Sob as árvores da Avenida Tiradentes, sentado em um banco Antônio Sanchez descansava e pensava em como faria para comprar uma refeição naquele dia. Tinha vindo de Barra Bonita, interior de São Paulo, para trabalhar na capital. Antônio era franzino, doente e um pouco afeminado. Aparentava ter bem menos idade do que seus 27 anos. Morava em um apartamento alugado na Lapa, mas não sabia como iria arcar com as despesas. Estava morrendo de fome e não tinha conseguido ganhar dinheiro algum.
Um homem desconhecido, negro e alto, sentou-se ao seu lado. Disse chamar-se Amaral e começaram a conversar. Sanchez vendo que ele fumava, pediu-lhe um cigarro, comentando sobre a miséria em que se encontrava. Não tinha nem como pagar comida e sentia muita fome. Amaral, dando uma de bom samaritano, chamou o rapaz para almoçar com ele no Botequim do Cunha, que ficava em uma esquina da rua Teodoro Sampaio. O convite foi aceito por Sanchez num piscar de olhos.
Depois de ver o rapaz almoçar com o prazer de quem aplaca a dor da fome, Amaral convidou-o para ir com ele até o Campo de Marte para ajudá-lo a fazer um serviço. Seria bem pago. Antônio sentiu-se finalmente com sorte. Além de comer, acabava de arrumar um trabalho que ainda lhe renderia uns trocados. Confiando no novo “amigo”, seguiu-o.
Ao chegarem ao Campo de Marte, seguindo uma picada que Amaral parecia conhecer bem, começou o ataque. Estavam em um lugar ermo, atrás de um bambual. Antônio reagiu sem acreditar no que acontecia.
Os golpes de Amaral vinham sem trégua, e o rapaz tentava, em desespero, escapar. Mas o homem era bem mais forte que ele. Depois de uma luta desigual, Antônio Sanchez foi estrangulado. Ao ver o moço desfalecido, abaixou-se para ouvir se seu coração ainda batia. A lembrança do menino fujão de tempos atrás permanecia em sua memória. Com a certeza de que o rapaz não dava sinais de vida, violentou-o e fugiu em seguida. Para ele, não fazia diferença o fato de fazer sexo com Antônio já morto.
Véspera de Natal de 1926. José Felippe de Carvalho, 12 anos, morava no Alto do Pari e conhecia bem os locais por onde perambulava. Às 16 horas, brincava com seu estilingue caçando passarinhos pela redondeza. Mais tarde, pediu permissão a mãe para ir a missa de Natal da Igreja de Santo Antônio. Ela regozijada com a religiosidade do filho, permitiu.
Chovia em São Paulo. Caminhando pelas proximidades do Canindé, José Felippe avistou um homem vendendo balões de gás. Fascinado, o menino aproximou-se e pediu um. O homem deu-lhe de presente e puxou conversa. Perguntou onde ele morava e o que fazia ali sozinho, e não deixou de reparar que o garoto tinha no bolso um estilingue. Alguns minutos depois, o balão de gás de José Felippe estourou. Amuado, pediu que o homem lhe desse mais um. O simpático sujeito satisfez-lhe a vontade e, continuando a conversa, comentou que em uma mata perto dali havia um local com muitos passarinhos. Se o garota quisesse acompanhá-lo, poderia mostrar-lhe o local.
O menino, feliz da vida, concordou. Amaral, seguido por ele, foi até o Campo de Marte. Da mesma maneira que fez com Sanchez, atacou José Felippe, cometeu homicídio e, em seguida, deu vazão a seus desejos sexuais.
A mãe do menino ficou desesperada quando o filho único não voltou para casa. Saiu pelas ruas, de igreja em igreja, procurando-o freneticamente. Quando sua triste busca em nada resultou, deu queixa em uma delegacia do Brás pelo desaparecimento.
Como no caso de Sanchez, o corpo da vítima não foi localizado. José Felippe só seria reconhecido dias depois pelas roupas que vestia, quando sua mãe tomou conhecimento por meio de jornais que a polícia havia encontrado cadáveres de meninos sem identificação.
Ano-Novo. 1º de janeiro de 1927. Antônio Lemes, 15 anos e compleição franzina, estava de folga do trabalho. Era operário em uma fábrica de tecidos. Saiu de casa pedindo à mãe que guardasse seu almoço. Lemes disse que chegaria mais tarde, pois ia fazer um serviço extra para uma senhora no bairro da Penha.
Amaral, aproveitando o feriado, apostava dinheiro nos jogos de azar que se davam nas proximidades do Mercado Central. Logo avistou Lemes entre outras crianças que brincavam por ali. Levantou-se e convidou o garoto para almoçar com ele no restaurante Meio-Dia, como fazia habitualmente. O rapaz aceitou.
Comeram, beberam vinho, e Amaral ofereceu 2$000 (dois mil réis) a ele para que o acompanhasse até a Penha. Como Antônio conhecia bem o bairro e tinha mesmo que fazer um serviço ali, concordou de bom grado.
Os dois seguiram para o largo do Mercado, onde tomaram o bonde. No ponto final da linha, seguiram a pé pela estrada de São Miguel. De vez em quando paravam em bares pelo caminho, para que Amaral tomasse uns tragos.
Na altura do quilômetro 39, Amaral pegou um atalho da estrada recém-construída. Quando se afastaram o suficiente, enlaçou fortemente o rapaz com o braço esquerdo, esganando-o com a mão direita. Antônio, pego de surpresa, não resistiu. Apenas empalideceu e desmaiou. Sem querer arriscar, Amaral enrolou um cinto de brim branco, de 85 centímetros de comprimento no pescoço de sua vítima e apertou-o com máxima força. Depois jogou-o no chão, tirou-lhe a calça, rasgou-lhe a camisa e fez sexo com o cadáver. Depois fugiu.
Dessa vez, o assassino não teria a mesma sorte. O corpo de Antônio Lemes foi encontrado no dia seguinte.



As investigações

Ao começarem as investigações na área do Mercado, perto de onde o rapaz morava, alguém disse tê-lo visto na companhia de um homem negro. A polícia, sem perder tempo, começou a investigar todos os homens negros com antecedentes de pederastia, uma vez que Lemes havia sido sodomizado. Os jornais também noticiaram o crime com alarde.
A primeira testemunha a comparecer à delegacia, Roque Siqueira, havia lido as notícias sobre o crime nos jornais e informou ter visto, no primeiro dia do ano, um sujeito negro convidando um menino para almoçar com ele. Almoçaram no mesmo restaurante em que Siqueira estava. Ele viu o adulto pagando algum dinheiro ao garoto. A testemunha disse à polícia que o sujeito era conhecido nas imediações do Mercado como um vagabundo que vivia da exploração do jogo de cartas naquela redondeza.
Os investigadores, acompanhados de Siqueira, saíram a procura do suspeito. Não demorou muito para que o encontrassem.

Prisão e confissão dos outros crimes

José Augusto do Amaral foi preso pelo assassinato de Antônio Lemes, mas não demorou a confessar seus crimes anteriores. Segundo ele, os atos de pederastia eram praticados somente após a certeza da morte da vítima, como se esse argumento atenuasse a sua culpa. As declarações do “Preto Amaral” foram feitas com naturalidade e sem a menor demonstração de emoção, segundo os relatos dos policiais e jornais da época.
Organizaram-se então diligências para pesquisar o Campo de Marte, onde o criminoso alegou ter deixado os outros corpos. Sem hesitar, Amaral guiou os investigadores até um local próximo a um bambual, onde foi encontrada uma ossada humana. Mais adiante, sob a ramagem de uma pequena moita ressequida, jazia o cadáver de outro menino.
A polícia estava pronta para processar Amaral e colocá-lo na cadeia pelo resto da vida, mas outra confirmação ainda surgiria: O Sr. Carmine, pai do engraxate ‘Rocco”, procurou a polícia e contou o que acontecera com seu filho no ano anterior. O menino foi trazido ao gabinete do delegado, onde reconheceu “Preto Amaral” como seu agressor.
Outro que compareceu à delegacia foi Antonio Manoel Neves Filho, 16 anos, que quase caiu na armadilha do mesmo assassino. Ele foi abordado na rua Voluntários da Pátria e seguiu Amaral até Ponte Grande. Por sorte, quando estava no meio do matagal, conseguiu fugir. Também reconheceu “Preto Amaral” como seu agressor.
Mais uma vítima se apresentou, Manoel Antonio Neves, 13 anos. Neves contou ter sido convidado por um negro de nariz recurvo para acompanhá-lo até a Estação da Cantareira, com a finalidade de ajudar a trazer um embrulho para o Campo de Marte, onde estavam. Pelo serviço, receberia 1$000 (mil réis). Depois de alguns na companhia do homem, Manoel achou que alguma coisa estava errada e resolveu fugir. Ele também reconheceu formalmente José Augusto do Amaral como o homem que o “contratou”.
A polícia não conseguiu comprovar a culpa de Amaral no desaparecimento de outras crianças ocorridos na mesma época:

Antonio Ramalho Filho, 16 anos, desapareceu em 23/12/1926.
Luis Bicudo, 15 anos, encanador, desapareceu em 25/12/1926.
Sarkis Delclarei, 14 anos, desapareceu em 27/12/1926.
Vicente Scagelli, 17 anos, desapareceu em 27/12/1926.
Luis Hirah, 15 anos, telegrafista, desapareceu em 31/12/1926.

Estavam confirmadas todas as declarações de homicídio do suspeito, que dizia estar se sentindo melhor depois de sua confissão, mas ele não reconheceu ter abordado as vítimas vivas que o reconheceram na delegacia.
Segundo o “Preto Amaral”, suas noites estavam sendo atormentadas pelos fantasmas das pessoas para as quais fez algum mal. Esperava, com a admissão de seus crimes, viver em paz.
Enquanto estava preso, à espera de julgamento, “Preto Amaral” foi submetido a exames físicos e psiquiátricos. Os médicos concluíram que se tratava de criminoso sádico, necrófilo e pederasta, sendo a criança seu objeto especial. Tinha habilidade de praticar seus crimes sem ser descoberto e, se não fosse sua confissão, dificilmente os restos mortais de suas vítimas seriam encontrados.
No exame físico, foi constatado que seu órgão genital tinha um tamanho descomunal. Segundo Amaral, uma “mulher da vida” jamais o atendia duas vezes. Ele atribuía esse fato a uma simpatia que fez quando adolescente. Aconselhado por amigos, teria marcado numa bananeira o tamanho desejado para seu pênis, com dois traços riscados a faca. Passado algum tempo, ao perceber que seu pênis se desenvolvia sem parar, correu até a árvore para modificar o traçado, mas já era tarde. Ela crescera demais e a distância entre os traços também. Desesperado, Amaral derrubou-a a machadadas na tentativa de interromper o processo, mas, segundo ele, o “encanto” permaneceu.
Na face anterior do braço esquerdo tinha tatuado desde os 14 anos, as iniciais do nome de sua mãe, Francisca Cláudia.
Era analfabeto, inteligente, tocava instrumentos musicais de ouvido e tinha excelente memória. Era ferreiro e cozinheiro. Morou em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas, Pará, Bolívia, Argentina, Uruguai, Rio Grande do Sul e, finalmente, São Paulo.
Alegava ter alucinações depois de ter cometido seu primeiro crime. Jamais mostrou algum sinal de arrependimento sobre seus atos. Não se sabe se matou meninos nos locais onde morou antes de chegar a São Paulo.
Amaral não refletia sobre suas ações; era completamente impulsivo em relação a elas. Não percebia nada de anormal em seu comportamento.



Morte

O “Preto Amaral”, “Monstro Negro”, “Papão de Crianças”, “Besta-Fera”, “Espigado” ou “Tucano”, como também foi chamado, foi ficando cada vez mais debilitado enquanto estava na cadeia. Emagreceu, tinha febre constante e dores reumáticas. Foi removido para a enfermaria da Cadeia Pública, onde faleceu de tuberculose pulmonar em 2 de julho de 1927, aos 55 anos, ainda sob prisão preventiva. Nunca chegou a ser julgado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Condessa

Título Original: The Countess
Duração: 98 minutos
Ano: 2009
Atores: Julie Delpy, Daniel Brühl, William Hurt, Anamaria Marinca, Charly Hübner, Adriana Altaras
Diretor: Julie Delpy

Sinopse: Baseado na história real daquela que foi recentemente incluída no Guinness Book of Records como a maior assassina de todos os tempos. Elizabeth Bathory sacrificou tudo por amor? E sacrificou outros por beleza. The Countess é um filme sobre a condessa Erzebet Bathory. É o terceiro trabalho de direção de Julie Delpy, que também estrela o filme, no papel da Condessa. Delpy tem dito, do projeto, que ele "soa como uma história gótica, mas é mais um drama. É mais centrada sobre a psicologia dos seres humanos quando lhes é dado poder?. O filme é um drama de época sobre a Condessa Bathory, cuja lenda diz que ela acreditava que se manteria jovem banhando-se no sangue de virgens e, para isso, assassinou mais de 650 pessoas, a maioria mulheres jovens e virgens.

Classificação de serial killers - conforme seus motivos

Os serial killers são divididos em quatro tipo:

Visionário: é um individuo completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de sua cabeça e as obedece. Pode também sofrer de alucinações ou ter visões.

Missionário: socialmente não demonstra ser um psicótico, mas em seu interior tem a necessidade de "livrar" o mundo do que julga imoral ou indigno. Este assassino escolhe um certo tipo de grupo para matar, como prostitutas, homossexuais, mulheres ou crianças.

Emotivo: mata por pura diversão. Dos quatro tipos estabelecidos, é o que realmente tem prazer de matar e utiliza requintes sádicos e cruéis, obtendo prazer no próprio processo de planejamento do crime.

Sádico: é o assassino sexual. Mata por desejo. Seu prazer será diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura. A ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte deste grupo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Paul Bernardo e Karla Homolka

Nome Completo: Paul Bernardo
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 27 de agosto de 1964
Local de Nascimento: Toronto - Canadá
Número de vítimas: 3+
Motivo: Sexual


Nome Completo: Karla Homolka
Sexo: Feminino
Data de Nascimento: 4 de maio de 1970
Local de Nascimento: Toronto - Canadá
Número de vítimas: 3+
Motivo: Sexual

História

Paul Bernardo nasceu em 27 de agosto de 1964, numa família de classe média que morava no bairro de Scarborough, em Toronto. Tinha dois irmãos mais velhos e um pai violento, que suspeitava abusar sexualmente da própria filha. Sua mãe, vitimada por uma severa depressão, abandonou a família para viver isolada no porão da casa.
Foi só na adolescência que Paul descobriu ser filho ilegítimo do pai, resultado de um caso amoroso da mãe com um antigo namorado. O efeito da revelação foi devastador para o jovem que, até então, parecia ser o modelo do bom menino. Passou a odiar a mãe, que entendia ser uma vagabunda por trair o pai. Já odiava o pai, que considerava um pervertido sexual.
Saiu do escotismo, que era seu hobby, para juntar-se aos bad boys da vizinhança, rapazes do tipo machões e infratores. Passou a detestar mulheres, que tratava com desprezo e enganação. Vivia em bares, que frequentava todas as noites, e começou a desenvolver obscuras fantasias sexuais na mesma época em que começou a cursar a Universidade de Toronto. Sua preferência agora era por mulheres submissas e por sexo anal forçado; humilhava suas parceiras publicamente e as espancava em particular. Parecia se vingar de todo sexo feminino em cada mulher com quem se envolvia.
Como não encontrava emprego em que ganhasse o suficiente para manter seus caros prazeres, começou a contrabandear cigarros pela fronteira do Canadá com os Estados Unidos.
Quando se formou foi contratado pela Price Waterhouse como contador júnior e vivia uma época sem namoradas, pois elas estavam cansadas de serem amarradas e espancadas. Em outubro de 1987, encontrou a garota de seus sonhos, Karla Homolka.

Karla Homolka nasceu em 4 de maio de 1970 em Port Credit, subúrbio de Toronto. Tinha duas irmãs mais novas, Lori e Tammy. Era assistente de veterinária, boa aluna, e seus planos consistiam em casar-se com um jovem rico. Ficou completamente apaixonada por Paul Bernardo quando o conheceu e com quem passou a ter um relacionamento de verdadeira obsessão.
Todos notaram a mudança de comportamento da jovem depois do começo do namoro. Ela agora era extremamente submissa aos desejos do parceiro , que mantinha controle absoluto sobre o que ela dizia, vestia ou ouvia. Karla até mesmo desistiu de fazer faculdade, pois pretendia se casar e ter filhos.


Em 1990, depois de ficarem noivos, os pais de Karla propuseram que Bernardo se mudasse para a casa deles, realizando o maior sonho de sua filha: ver o noivo mais que duas vezes por semana, visto que ele morava longe. Paul, sem perda de tempo, foi viver na casa da família Homolka.
Karla, então com 17 anos, encorajava o comportamento sádico de Paul, então com 23 anos, chegando ao ponto de ficar feliz com a revelação de que ele cometia estrupos ocasionais. Tudo o que a moça almejava era fazer o namorado “feliz”, e não teve problemas em acompanhá-lo nos crimes sexuais que ele cometia.
As coisas se complicaram quando o mais novo objeto de desejo de Paul passou a ser a irmã caçula de Karla, a menina Tammy. Os dois estavam cada vez mais unidos, Paul e Tammy, para desespero de Karla. Parcialmente excluída, ela ficou feliz ao concordar com a fantasia de Paul: promover seu encontro com a irmã mais nova, sem que ela soubesse ou consentisse, para que ele lhe “tirasse a virgindade”. Seria seu presente de casamento para o marido.


O primeiro crime

Decidiram usar halotano (substância química utilizada em anestesias locais, através de aspiração. Este anestésico é duas vezes mais forte que clorofórmio e quatro vezes mais forte que éter.), anestésico inalado por animais antes de cirurgias. Como seu trabalho a fazia ter conhecimentos básicos sobre sedativos utilizados em animais, além de ter total acesso a eles na clinica veterinária na qual era empregada, foi fácil conseguir o necessário para dopar Tammy. O difícil era estabelecer a dose exata a ser utilizada para a irmã não reagisse ao estupro.
O plano era que Karla colocasse o anestésico numa roupa e a segurasse sobre a face da irmã, mas acompanharia seus sinais respiratórios. Era realmente o plano para um “estupro assistido”.
No natal daquele ano, Paul filmou com sua câmera o jantar de Natal da família Homolka. Deu a Tammy vários aperitivos com o sedativo diluído neles. Os efeitos da droga e doa álcool foram rápidos: ela logo estava adormecida no sofá. Quando os outros familiares foram se deitar, Karla e Paul começaram a “trabalhar” Tammy.
A ação foi filmada durante todo o tempo em que a menina foi estuprada via vaginal e anal. Enquanto Karla segurava o anestésico sobre a face da irmã, Paul ordenava que ela também fizesse carinhos sexuais nela. De repente Tammy vomitou. Karla achou que sabia o que fazer e levantou a irmã de cabeça para baixo, tentando limpar assim sua garganta. Tammy entrou em choque. Assustados com o imprevisto e sem sucesso nas tentativas de ressucitação de Tammy, eles a vestiram, esconderam as drogas e a câmera e chamaram uma ambulância. Os pais só souberam que havia algo errado quando a sirene chegou a sua porta e cinicamente foram levados a acreditar que a filha morreu de um choque acidental, causado por seu próprio vômito.
Paul acabou acusando Karla pela morte da irmã. Agora a menina não estava mias disponível para ele, e necessitava que a namorada fizesse uma reposição, alguém bem jovem e virgem. A procura por novos “presentes” daria início à carreira de homicídios do casal.

Outros Crimes

Em 14 de junho de 1991, Leslie Mahaffy, 14 anos, desapareceu. Quinze dias depois um casal de pescadores encontrou o corpo da garota no lago Gibson, quando uma represa foi aberta e baixou o nível da água naquele local em três ou quatro metros. Perto do limite da água, eles repararam num bloco quebrado de concreto, e dentro de um pequeno reservatório criado pelo próprio bloco sobre uma laje, encontraram pernas. A polícia foi chamada, e nas buscas subsequentes foram encontrados cinco blocos de concreto envolvendo as partes de um corpo na área rasa do lago. Quem quer que tenha feito o serviço, não estava familiarizado com a área. Do contrário, teria jogado os blocos de concreto com o corpo por sobre a ponte, onde as águas eram mais profundas, desse modo encobrindo os restos mortais para sempre.
As primeiras partes do corpo da vítima a serem encontradas foram suas pernas e pés. Depois, seu torso e braços, todos cortados com uma potente serra, noutro ponto do lago. Os característicos suspensórios, “marca registrada” de Leslie, possibilitaram sua identificação antes que sua cabeça fosse localizada e a arcada dentária identificada positivamente.
Em julho, Rachel Ferron, de 21 anos, estava a caminho de casa, dirigindo pelas desertas ruas de St.Catharines, às 2h da madrugada. Ultrapassou um Nissan esporte dourado, que ia em direção contrária. Com espanto, pelo espelho retrovisor, observou o carro fazer meia volta e começar a segui-la. Ao virar na rua de sua casa, o carro seguiu em frente. Rachel ficou aliviada; poderia ter sido apenas impressão. Uma semana depois, o Nissan reapareceu. Desta vez, Rachel ia para a casa do namorado, que não estava. Seguiu para a locadora de vídeos onde ele trabalhava. Ao chegar, tomou nota da descrição do carro e da placa: 660 HFH. Na mesma noite, quando Rachel voltou à casa do namorado, o Nissan dourado ainda a estava seguindo. Ela permaneceu no automóvel, com as portas travadas e as janelas fechadas, até que seu namorado chegasse em casa. Assim que chegou, imediatamente percebeu um estranho espreitando o carro de Rachel atrás de uns arbustos e resolveu ir até ele para questioná-lo, mas o homem fugiu. Desta vez, Rachel não ficou calada. O casal parou uma radiopatrulha e informou o policial sobre o acontecido, entregando a placa do veículo que a tinha seguido. Ele levantou os dados no computador rapidamente. O carro estava registrado no nome de Paul Kenneth Bernardo, um Nissan 240SX. A polícia não deu muita atenção ao caso. Estavam ocupadíssimos com a investigação do assassinato de Leslie Mahaffy.
Em 30 de novembro, a garota Terri Anderson, 14 anos, desapareceu. Ela saiu de casa para andar três quarteirões até a escola onde estudava e nunca mais foi vista.
Em 29 de março de 1992, por volta da meia-noite, Lori Lazurak e Tania Berges estavam sentadas numa cafeteria quando se viram sendo filmadas por uma pessoa que dirigia um carro esporte dourado e passava por elas repetidas vezes. Um mês depois, em 18 de abril, Lazurak estava dirigindo pela rua Martindale, em St. Catherines, quando viu o carro suspeito novamente. Resolveu segui-lo, e antes de perdê-lo de vista anotou a placa: 660 HFH. Reportou os estranhos fatos à polícia, mas o caso não foi levado adiante. Estavam outra vez envolvidos numa investigação muito mais séria: o desaparecimento de Kristen French, em 16 de abril, uma garota muito popular que tinha sido raptada do estacionamento de uma igreja luterana, ao lado da escola em que Terri Anderson estudava. Somente os sapatos da menina foram encontrados, abandonados no estacionamento.
Em 30 de abril, o corpo de Kristen foi encontrado numa vala. Estava nua, mas não desmembrada como Leslie, o que levou os investigadores a acreditar que os dois assassinatos de adolescentes não estavam interligados. O cabelo de Kristen tinha sido tosado, num claro sinal de degradação e subjugação da vítima.
Em 23 de maio, o corpo de Terri Anderson foi encontrado dentro d’água em Port Dalhousie, seis meses após seu desaparecimento. O legista não verificou nada estranho na necropsia daquele corpo que estivera mergulhado por tanto tempo. A causa da morte foi declarada oficialmente como afogamento, em consequência da combinação de cerveja e LSD. A mãe da menina negou veementemente a possibilidade de a filha ter consumido álcool e drogas, que a teriam feito entrar nas águas geladas do lago em pleno inverno canadense.
Os crimes tinham acontecido na região de St. Catharines, e as investigações eram da alçada da polícia de Niagara Falls. Depois da morte de Kristen French, o governo de Ontário montou uma força tarefa, com direito a linha direta e base de operações. Especialistas forenses e o FBI se uniram para descobrir o assassino.
Nas entrevistas sobre o desaparecimento de Kristen, uma mulher testemunhou ter visto uma luta dentro de um carro, no estacionamento da igreja luterana. Não muito familiarizada com marcas de veículos, a senhora achou que fosse um Camaro ou Firebird, cor creme. O detetive Vince Bevan, responsável pelas investigações, concentrou-se em levantar dados sobre todos os Camaros da região.
Neste meio tempo, o nome de Paul Bernardo apareceu outra vez nas investigações e dois policiais foram até a casa dele para entrevistá-lo. Ele foi extremamente simpático. Disse que tinha sido suspeito no caso do Estuprador de Scarborough devido à sua semelhança física com o retrato falado. A polícia notou que aquele homem tinha muito boa aparência, era inteligente e cooperativo, além do fato de sua casa ser limpa e organizada. Também notaram que seu carro era um Nissan, que não se parecia em nada com um Camaro, na cabeça daqueles investigadores, diferente do que a testemunha havia achado. Mesmo assim resolveram fazer um trabalho completo e contataram Steve Irwin, em Toronto, para saber dos resultados das investigações do caso do Estuprador de Scarborough. Oito dias depois, o detetive Irwin respondeu a mensagem: os testes finais das amostras de sangue e saliva de Paul Bernardo não haviam sido feitos; tecnicamente ele ainda era um suspeito. Irwin mandou para a força tarefa algumas informações sobre o caso, mas negligenciou as entrevistas com amigos de Paul e o caso Jennifer Galligan. Não foi desta vez ainda que Bernardo seria suspeito dos homicídios que estavam acontecendo em Ontário.
Se tivessem se aprofundado nas investigações, descobririam fatos no mínimo interessantes. Dos 16 ataques do Estuprador de Scarborough, oito tinham sido brutais. Todos ocorreram entre maio de 1987 e maio de 1990, nas proximidades do Metro Toronto, onde Bernardo morou com a esposa até abril de 1991. Neste mês o casal mudou-se para Port Dalhousie, em St. Catharines, onde os crimes de homicídio aconteceram.



Fechando o cerco e a prisão do casal


Em janeiro de 1993, Karla Homolka, esposa de Paul Bernardo, procurou abrigo na casa de uma amiga depois que seu marido a espancou. Como o marido desta amiga era policial em Toronto, informou a polícia de Niagara, que levou Karla para o hospital imediatamente. Em fevereiro, as investigações se intensificaram. As polícias de Toronto e Ontário quiseram entrevistar Karla, tiraram suas impressões digitais e a questionaram sobre seu relógio de pulso com o personagem Mickey Mouse, muito similar ao relógio desaparecido de Kristen French.
Foi também nesse mês, depois de tomar conhecimento do espancamento de Karla, que o detetive Irwin pediu que o laboratório forense examinasse as amostras de sangue, saliva e sêmen de Paul Bernardo. Os testes foram conclusivos combinavam 100% com aquelas recolhidas das três vítimas do Estuprador de Scarborough. Paul Bernardo foi imediatamente colocado sob vigilância.
Depois de ser interrogada por quase cinco horas, Karla percebeu que a polícia já tinha somado dois com dois e ligado o caso do Estuprador de Scarborough com os assassinatos em St. Catherines. Ela estava apavorada e contou a um tio, disposto a ajudar, que o marido era um estuprador e que tinha assassinado Kristen French e Leslie Mahaffy.
Um advogado foi contratado, George Walker, que, percebendo o envolvimento de sua cliente até o pescoço nos homicídios, adotou a estratégia de barganhar algum tipo de imunidade para ela em troca de total cooperação com a polícia.
No meio do mês de fevereiro, Paul Bernardo foi preso pelos estupros em Scaborough e pelos assassinatos de Mahaffy e French. Enquanto isso, Karla se afundava no consumo abusivo de analgésicos e álcool. No dia 19 desse mesmo mês, a polícia executou o mandado de busca na casa do casal, onde várias evidências foram encontradas. Paul tinha escrito um diário onde contava detalhes de cada estupro que cometera, além de possuir uma coleção de livros e vídeos sobre desvios sexuais, pornografia e serial killers. A polícia também encontrou um vídeo caseiro, onde Karla aparecia em relações lésbicas com outras duas mulheres.
Uma semana depois, o advogado George Walker tentou um acordo para sua cliente: ela pegaria doze anos de prisão por cada uma das duas vítimas, com as sentenças cumpridas simultaneamente. Estaria elegível para livramento condicional em três anos, por bom comportamento. Ninguém questionou, pois seu testemunho contra Paul Bernardo era importantíssimo. Os advogados ainda conseguiram acordar que Karla não cumprisse sua pena numa prisão comum, e sim em um hospital psiquiátrico. Em troca, contaria toda a verdade sobre seu envolvimento nos crimes e tudo o que sabia sobre eles.
Em março, Karla foi internada em um hospital para ser devidamente tratada e medicada. Dali escreveu uma importante carta para seus pais, em que confessava o assassinato de sua irmã pelas próprias mãos, numa brincadeira macabra do casal. Tammy Homolka tinha sido a primeira vítima de homicídio do casal letal.

Mais provas e os julgamentos

Tanto Leslie Mahaffy quanto Kristen French passaram por cativeiro e tortura sexual antes de morrer. Todas as ações foram filmadas por Paul Bernardo, com participação ativa de Karla Homolka. Eles seguiam um elaborado roteiro, como se fosse mesmo uma produção cinematográfica pornográfica.
Fitas de vídeo foram encontradas pela polícia, mas aquelas em que os crimes de homicídio estariam registrados desapareceram ou nunca existiram. Quatro policiais vasculharam minuciosamente a casa de Bernardo e Homolka. Quebraram o chão de concreto, removeram painéis, checaram o esgoto, os dutos e móveis fixos, cortaram carpetes, roupas, vasculharam cartas, e nada. Sem as fitas, Karla Homolka era a única arma apontada contra Paul Bernardo.
Outras evidências encontradas na casa não foram aceitas como provas: uma cópia do controverso livro de Bret Easton Ellis, Psicopata Americano, que narra a história de um loiro, narcisista, homem de negócios de 20 e poucos anos, que rapta, tortura e estupra jovens meninas; o livro Perfect Victim, a verdadeira história de um homem na Califórnia que raptou uma moça de 20 anos, a brutalizou e a manteve como sua escrava sexual por sete anos; uma fita de rap de autoria de Bernardo, chamada Inocência Mortal, na qual as letras são lúgubres lembranças de seus crimes.
O julgamento de Karla Homolka foi um circo para a mídia. Ela foi descrita como impassível. Seu psicólogo, dr. Malcom, concluiu seu depoimento dizendo que Karla sabia o que estava acontecendo, mas se achava impotente e incapaz de se defender. Em sua opinião, a ré estava paralisada pelo medo, permanecendo obediente e subserviente ao marido, que a espancava.
As fitas de vídeo não foram divulgadas no julgamento, eram provas contra Paul Bernardo.
O juiz aceitou o acordo proposto pelos advogados de Karla. Seu depoimento seria decisivo para o julgamento de Paul Bernardo. Ela foi condenada a doze anos de prisão por cada uma das duas vítimas, com as sentenças cumpridas simultaneamente. Pelo acordo ela teve imunidade no que se referiu ao assassinato de Tammy Homolka.
Em fevereiro de 1994, Paul Bernardo e Karla Homolka se divorciaram. Ela cumpria pena na prisão para mulheres de Kingston, e dois meses após ser levada para lá começou a fazer cursos por correspondência de sociologia e psicologia na Universidade de Queens. Sua cela era decorada com pôsteres do Mickey e seus lençóis desenhados com motivos da Vila Sésamo. Em junho de 1995, foi transferida para a Metro West Detection Centre, em Toronto.
O julgamento de Paul Bernardo aconteceu dois anos depois de sua prisão. Um dos motivos para a demora foi que ele colocu seu adovgado Ken Murray numa situação ética muito complicada. Três meses após sua prisão e seis dias após terminarem as buscas por evidências na casa do casal, seu advogado teve permissão para entrar no local dos crimes por breves momentos. Recebeu então uma ligação em seu celular: era Paul Bernardo, dizendo a ele onde encontrar as fitas de vídeo, escondidas no forro do teto da casa. Paul deu ao advogado as fitas que ele e Karla fizeram de suas aventuras, acreditando que, ao fazer isso, elas jamais chegariam às mãos dos promotores.
Eles já sabiam, por intermédio de Karla, da existência das fitas, e tinham gravado as conversas entre Paul e seu advogado. Depois de muita pressão, Murray entregou as provas para a promotoria e abandonou o caso. Foi substituído pelo veterano John Rosen.
As fitas de vídeo se tornaram a principal peça da promotoria. Bernardo enfrentava duas acusações de homicídio em primeiro grau, duas acusações de ataque sexual com agravante, duas acusações de confinamento forçado, duas acusações de sequestro e uma acusação de causar constrangimento para um corpo humano.
A promotoria começou seu “show” mostrando a imagem de Karla se masturbando para a câmera, o que causou grande comoção nos presentes. O vídeo mostrava como Paul forçava Karla a fazer as coisas contra sua vontade, a ser uma escrava sexual do “Rei Bernardo”. Sim, ela chamava o marido de rei. Depois de todas as fitas exibidas, o júri tinha uma completa ideia da profundidade da depravação sexual de Paul Bernardo.
Como se já não fosse o suficiente, Karla foi chamada como testemunha. Seu depoimento mostrou a escalada de indignidades a que o marido obrigava a esposa. Ela usava uma coleira de cachorro, ele inseria garrafas em sua vagina e quase a estrangulava com uma corda para satisfazer suas sádicas fantasias sexuais.
Karla também declarou que Paul cortou o corpo de Leslie Mahaffy em dez partes, utilizando para isso a serra elétrica de seu avô, e encapsulou as partes em concreto no porão da casa deles. Ela ajudou Paul a jogar os blocos no rio, mas apanhou por ter esquecido de usar luvas. Depois da morte de Mahaffy, segundo o depoimento de Karla, ela era espancada constantemente e ameaçada de morte a cada vez que hesitava em colaborar.
Paul alegou que suas fantasias eram importantes para ele, e que nunca machucaram ninguém.
A defesa resolveu atacar a credibilidade de Karla. Queria mostrar que ela não era nenhuma vítima, e sim cúmplice ativa nos estupros e homicídios. Paul contou sobre a frieza da esposa, que, logo após o estrangulamento de Kristen, correu para secar os cabelos porque tinham um jantar na casa dos Homolka. Ficou claro para todos que Karla havia manipulado as circunstâncias de sua cooperação num dos piores acordos que o governo canadense já fez com uma testemunha criminal.
As fitas de vídeo foram vistas apenas pela corte e pelo júri, em sessão secreta. Público e mídia puderam somente ouvi-las. Durante o ataque a Tammy Homolka, Karla filmou enquanto Paul a violentava via vaginal e anal, e depois o rapaz ordenava que Karla fizesse sexo oral com a irmã. Depois de vários “nãos”, a garota cedeu a vontade do parceiro. Após a morte de Tammy, o júri pode ainda ver as cenas filmadas no quarto da falecida, quando Karla fingiu ser a irmã e o casal manteve relações sexuais entre as bonecas da vítima.
Karla também foi vista comentando que adorou ver Tammy ser estuprada., dizendo que sua missão era fazer Bernardo se sentir bem. Ela se ofereceu como provedora de novas virgens.
Todos assistiram às cenas do casal espancando e estuprando Mahaffy e French. Enquanto um agia, o outro filmava e “dirigia” a cena. Numa delas, bastante perturbadora, Kristen French foi obrigada a repetir 26 vezes que amava Paul, com a voz bastante tremula e sob ameaças constantes, enquanto era estuprada por ele. Algum tempo depois foi terrivelmente surrada e ao fundo ouviam-se seus gritos de que morreria logo se o prazer de Bernardo não aumentasse rápido.
A defesa de Paul Bernardo deveria ter formado um time com a promotoria no julgamento de Karla Homolka; com certeza estas informações teriam feito diferença. Agora eles estavam acabando com a credibilidade dela, mas não estavam sendo eficientes em diminuir a culpa dele. Por ironia, era a promotoria que agora a defendia, descrevendo-a como mulher frágil e torturada, espancada e obrigada a cometer crimes.
Nas imagens vistas pela corte, Karla Homolka deu várias ordens a Kristen French, mandando que ela sorrisse enquanto estava sendo estuprada e ensinando à garota o que fazer para aumentar o prazer do marido, além de atacar sexualmente a vítima com uma garrafa de vinho. Nada nas imagens vistas indicou qualquer desprazer de Karla ao agir em dupla com seu parceiro, ou que sentisse qualquer repulsa pelo que fazia. Ela também teve várias chances de cair fora, mas não usou nenhuma. Durante as duas semanas em que Leslie Mahaffy ficou cativa na casa do casal, saiu todos os dias para trabalhar e em pelo menos duas ocasiões ficou de guarda com a garota, enquanto Bernardo saiu para alugar fitas de vídeo ou comprar comida.
No julgamento de Bernardo, ele era considerado culpado até que provasse sua inocência. Com sua parceira nos crimes, a concepção era exatamente a oposta: inocente até que sua culpa fosse comprovada. O acordo com Karla Homolka foi feito antes que a justiça soubesse das fitas de vídeo ou tivesse acesso a eles, o que justificava a moça ser considerada testemunha-chave para a acusação de Paul Bernardo. Enquanto a defesa tentava mostrar Homolka como cúmplice ativa para diminuir a culpa de Bernardo, a promotoria tratou de mostrá-la como uma mulher fraca, sofrendo da Síndrome da Mulher Espancada.
Muitos acreditam que no caso de Karla Homolka a síndrome não se aplica. Defendem a ideia de que ela é uma mulher muito egoísta, que só buscou ajuda quando sua própria vida estava ameaçada.
A sentença de Homolka foi bastante discutida durante o julgamento de Bernardo, por meio da imprensa e de entrevistas com advogados e psicólogos. Muitos disseram que a justiça do Canadá vendeu sua alma ao diabo para conseguir condenar um assassino.
Numa avaliação psicológica de Paul Bernardo feita através dos depoimentos de Karla, o psicólogo dr. Chris Hatcher e seu colega dr. Stephen Hucker identificaram o réu em relação ao seu comportamento como parafílico (desvios sexuais), sádico sexual, voyeur, hebéfilo (ter atração por meninas púberes ou adolescentes), toucherismo (agarrador de mulheres insuspeitas), coprofílico (excitável por fezes), alcoólatra e com distúrbio de personalidade narcisista. Nenhum deles achou que Paul Bernardo fosse psicótico.
Paul se defendeu em seu depoimento, dizendo que fazer sexo com garotas amarradas e algemadas era sua ideia de vídeo pornográfico, mas que não matou ninguém. Disse que as vítimas morreram durante o espaço de tempo que as deixou sozinhas com Karla.
Mahaffy teria morrido de overdose de drogas. Bernardo pretendia jogá-la em algum lugar ermo, desacordada. Quando viu que a menina estava morta, resolveu esconder seu corpo. Segundo seu depoimento e contradizendo Karla, enquanto ele cortava o corpo em partes, a esposa limpava e lavava cada uma delas para que pudessem “concreta-las”.
No caso da morte de French, Bernardo alegou ter deixado a jovem com os pés amarrados e as mãos algemadas, sob a guarda de Karla, enquanto foi alugar fitas de vídeo e comprar comida. Por segurança, teria amarrado um fio elétrico ao pescoço da garota, atando a outra ponta a uma cômoda. Enquanto estava fora, French pediu para ir ao banheiro. Quando Karla desamarrou seus pés, ela saiu correndo para tentar escapar, enforcando-se.
Em nenhum momento de seu depoimento Bernardo perdeu a calma ou a compostura. A alegação da defesa era de que não restavam dúvidas de que o casal tinha atacado sexualmente as jovens, mas precisava ser estabelecido quem, de fato, as tinha matado. Nada disso salvou Bernardo. Em 1º de setembro de 1995, Paul foi considerado culpado por todas as acusações contra ele. Faltava ainda ser julgado pelo assassinato de Tammy Homolka e todos os estupros de Scarborough.
Segundo as leis canadenses, Bernardo pode apelar para obter liberdade condicional depois de vinte e cinco anos de prisão. Sua apelação imediata, feita após o julgamento, foi negada em 21/09/2000.
O advogado Ken Murray foi julgado, em 2000, por obstrução da justiça. Ele manteve em segredo estar de posse das fitas de vídeo que retirou da casa de Bernardo, onde o casal assassino aparecia tendo relações sexuais e torturando Leslie Mahaffy e Kristen French. Murray alegou que pretendia usá-las na defesa de seu cliente, nas audiências preliminares. Deixaria que Karla Homolka mentisse sobre seu envolvimento nos crimes e depois a desmascararia com as fitas, destruindo sua credibilidade e demonstrando que ela era a verdadeira assassina e Paul, seu coadjuvante.
Quando as preliminares foram canceladas e resolveu-se ir direto ao julgamento, Paul Bernardo começou a pressionar Murray para que não utilizasse essas provas, as mantivesse em segredo, coisa entre advogado e cliente. Paul alegava que, sem elas, seria a palavra dele contra a de Homolka.
Murray ficou num dilema ético, mas decidiu deixar o caso e entregar as provas à justiça, com um atraso de dezessete meses. A justiça alegou que, se estivesse em posse das fitas, não teria tido necessidade de entrar em acordo com Karla Homolka. Ken Murray foi absolvido em 13/06/2000.

Consequências

A casa de Karla Homolka e Paul Bernardo foi demolida, pois o proprietário não conseguiu nunca mais alugá-la. Outra casa foi construída no terreno.
Os pais de Kristen French, Doug e Donna, ainda vivem em St. Catherines. Donna trabalha com a polícia da região de Niagara, falando sobre o impacto do crime nas famílias de vítimas em geral.
Os pais de Leslie Mahaffy, Dan e Debbie tiveram seu casamento destruído durante o processo. O estresse foi crucial. Debbie organiza anualmente um dia em memória das vítimas de crime em Burlington e trabalha no Programa para Vítimas de Crimes da promotoria.
Em 8 de março de 2001, o Conselho Nacional de Condicional do Canadá resolveu, em Ottawa, não dar liberdade condicional para Karla Homolka, que mudou seu nome para Karla Teale. Concluíram que, se solta, poderia ainda cometer crime causando morte ou sério mal a outra pessoa. Recomendaram que Karla Teale permanecesse em reclusão até o fim de sua sentença, em julho de 2005.
Nessa data então, sem mais recursos legais que permitissem a continuidade de sua reclusão, Karla Homolka, agora Teale, foi libertada depois de ter cumprido integralmente sua pena. Algumas condições foram exigidas para que a sua soltura fosse concretizada, como não casar com criminosos e jamais ficar em posição de autoridade ante crianças menores de 16 anos.
Em 2006, Karla, agora Leanne Teale e casada com Thierry Bordelais, tornou-se mãe de um menino. Vive em Quebec, no Canadá.